EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2013 às 23h07.
Nos tempos dos Baby Boomers e da Geração X, o varejo estava na rua, dentro do shopping ou na caixa de correios (para quem não faz ideia, era possível comprar por catálogo). Se não fosse a internet, talvez a nossa realidade seria a mesma e as gerações Y e Z poderiam ter características completamente diferentes. Mas uma coisa é certa, a internet mudou (e ainda muda) o varejo:
1. Foi por meio dela que nasceram os novos varejos, o online puro, como é o caso da marca Submarino. Nesse novo modelo, o papel do vendedor foi ressignificado. Agora quem fala diretamente com o público é a marca Submarino, sem intermediários.
É ela quem vai recomendar produtos, falar de seus diferenciais e interagir com o cliente. Geração de conteúdo é ponto chave e o Submarino já começou a se movimentar nesse sentido (vídeo abaixo é um exemplo). Mas precisa ir além e trabalhar um conteúdo que ajude na decisão de compra do consumidor:
E olha que essa informação eles já tem dentro de casa. Por que não usar o conteúdo das resenhas dos usuários para compor um vídeo mais relevante?
2. Alguns varejos offline resolveram expandir seus negócios para o online, como é o caso da marca Ponto Frio. O desafio é manter a mesma experiência independente do canal. Afinal, online e offline é tudo a mesma coisa. O que não pode acontecer é a marca sofrer de dupla personalidade.
No fim do ano passado, o Ponto Frio lançou-se na mídia com uma nova campanha que dava adeus ao apelo popular e apresentava um novo terrório conceitual com força para atingir todos os públicos: viva a inovação.
Suas lojas físicas e online estão mais cleans e organizadas. Tudo caminha para uma experiência única, mas quem teve contato com a marca no Twitter se deparou com outro bicho, na realidade, um pinguim de humor irreverente, apetite agressivo para promoções e uma legião de fãs. A marca parece outra:
Será que os outros canais não poderiam se beneficiar desse humor irreverente?
3. O porta a porta de antigamente virou social commerce, como é o caso do Magazine Luiza. Ao invés de bater na porta física, os usuários-vendedores batem nas portas virtuais dos amigos (e amigos de amigos) via Facebook.
É a vendedora Avon 2.0, a marca se beneficia da rede de relacionamentos e descentraliza seu papel de criação de conteúdo para seus produtos, enquanto que o vendedor tem a reputação do Magazine Luiza por trás do seu negócio.
O ponto de atenção é que essas pessoas são porta-vozes do Magazine, se não manterem a qualidade de seu serviço (geração de conteúdo e relacionamento) podem ferir a marca . O inverso também é verdadeiro, se o pós venda do Magazine Luiza não funcionar, não é bom para a loja do vendedor. O plano de contingência é o engajamento (e encantamento). Será que o Magazine Luiza tem planos para isso?
https://youtube.com/watch?v=enlMrBlmpeE
4. O shopping no virtual, virou marketplace, como é o caso do Extra. A marca resolveu navegar em águas já navegadas pela Amazon e começou a incluir alguns lojistas em seu portfolio de produtos. Na imagem abaixo, quem vende e entrega o produto container de plástico é a loja Meu Amigo Pet.
Um dos grandes desafios do marketplace para uma marca é elasticidade. Nesse caso, o Extra já tem uma marca construída e, por isso, possui alguns limites. Quem não tem martelado na cabeça, Extra, o hipermercado da família brasileira?
https://youtube.com/watch?v=6JjH1zth5x0
Extra é hipermercado, né? Não mais. E se o objetivo do Extra for vender de tudo, será que tudo cabe na vida mais família?