Gays: 81% das pessoas dizem que marcas que usam casais do mesmo sexo em anúncios são corajosas (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2014 às 18h41.
São Paulo - Um estudo da JWT Brasil demonstra que ao mesmo tempo em que as pessoas dizem não se importar com anúncios para homossexuais, elas acreditam que outras não gostariam de vê-los.
Não é raro ouvir de um estrangeiro que ao fazer uma afirmação, o sim de um brasileiro pode ser realmente um sim, mas também pode significar um não, sendo que na verdade ele queria dizer um talvez.
O que parece uma piada é uma tradução de uma incoerência real vista em diversos aspectos socioculturais da população, como no que se refere ao público gay.
Exemplo disso são os resultados da pesquisa da JWT "Inclusão LGBT – Visão do Consumidor", que demonstram argumentações frágeis de entrevistados quando se trata de aceitar a comunicação dirigida ao público homossexual.
Entre outras informações, o estudo registra que 77% dos entrevistados dizem não se importar se as pessoas em anúncios são gays ou héteros.
Porém, outros 75%, apesar de não se importarem, acham que a maioria das pessoas preferiria não ver casais do mesmo sexo nesse tipo de peça.
"O brasileiro médio é tolerante e inclusivo no discurso, mas na prática, duvida", afirma Fernand Alphen, Chief Strategy Officer da J.WalterThompson.
Realizada no mês de julho, com o objetivo de identificar a percepção de consumidores brasileiros sobre a publicidade LGBT, a pesquisa registra que 81% das pessoas afirmam que marcas que usam casais do mesmo sexo em anúncios são corajosas.
Outro percentual de 52% dos entrevistados já acredita que marcas que usam casais do mesmo sexo em anúncios só estão querendo se promover.
Durante a pesquisa, ao emitirem opinião sobre alguns anúncios dirigidos a esse público, 21% são críticos.
"Sou contra o casamento homossexual"; "É uma situação antinatural"; "Não tenho preconceito com casais do mesmo sexo, porém acho exagero explorar essa condição em uma publicidade", afirmam alguns desses entrevistados.
"O Brasileiro tem muita dificuldade de expressar-se com honestidade quando confrontado a perguntas polêmicas. Ele declara intenções politicamente corretas com muita segurança, mas sempre crê que os outros são mais caretas do que ele. O que no fundo é uma confissão disfarçada", afirma Fernand.
Ele salienta, no entanto, que as percepções do mundo estão mudando muito rapidamente e que terão mais êxito aquelas marcas que souberam se antecipar, como já acontece em outros países onde esse mesmo estudo foi realizado.