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McCain lança batata-frita que sobrevive ao delivery

Fabricante canadense de batatas pré-congeladas desenvolveu fórmula que promete crocância por mais tempo. Novidade integra plano de expansão para o Brasil

Batata "Sure Crisp" da McCain: crocante por mais tempo. (McCain/Divulgação)

Batata "Sure Crisp" da McCain: crocante por mais tempo. (McCain/Divulgação)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 3 de agosto de 2019 às 08h10.

Última atualização em 5 de agosto de 2019 às 10h12.

São Paulo - A canadense McCain, líder mundial em produção e comercialização de batata pré-frita congelada, criou uma fórmula para tornar o produto mais resistente ao tempo de deslocamento dos cada vez mais populares "deliveries" de comida. A novidade foi compartilhada em primeira mão com o site EXAME.

O projeto começou a ser desenvolvido há dois anos, com foco nos principais mercados consumidores da marca, Estados Unidos e o Canadá. A linha “McCain Sure Crisp” estreou em maio no exterior, e está disponível para restaurantes a partir deste mês em todo o Brasil. Exclusivamente, em São Paulo, a McCain conta com uma parceria com o aplicativo Rappi em 40 estabelecimentos credenciados.

A ideia de desenvolver um produto capaz de sobreviver ao delivery surgiu de um problema óbvio: embora a adoração à batata-frita seja universal, pouca gente se arrisca a pedir o petisco para comer em casa dadas as condições em que ele chega em geral frio e murcho.

Atenta ao problema, a empresa patenteou uma fórmula que reveste os palitos de batata com uma camada protetora, criando uma casquinha, o que segundo a fabricante mantém a crocância após a fritura no restaurante por pelo menos 30 minutos. Em geral, uma batata-frita convencional perde a crocância em um terço desse tempo. Com isso, a empresa espera que mais pessoas peçam a batatinha na modalidade de entrega.

Uma pesquisa realizada pela McCain no Brasil aponta que 90% dos consumidores "gostam muito" de batata-frita. Mas quando questionados sobre "o quanto gostam de batata-frita no delivery”, esse número cai drasticamente para 24%. Sem surpresas, as fritas aparecem entre os três itens que mais “decepcionam” no delivery, ao lado de sobremesas (como sorvete e milk-shake) e carnes.

"Notamos que estávamos perdendo oportunidades aí. Nas grandes redes, quase 100% dos clientes pedem a batata-frita no combo do lanche. Nossa pesquisa mostrou que no delivery, em média, só 60% dos clientes pediam batatinha acompanhando do lanche, o que é baixo", diz ao site EXAME Victoria Gabrielli, diretora de marketing da McCain.

"Uma das tendências mais fortes do momento é a conveniência. As pessoas querem praticidade e rapidez, e consequentemente o delivery de comida pega carona. Mas o consumidor também não quer uma experiência ruim. Não é porque ele vai comer em casa que topa comer mal. A exigência desse consumidor também está crescendo”, acrescenta a executiva.

Segundo a McCain, a maior parte da fórmula da “Sure Crisp” é composta por ingredientes naturais, apenas alguns ingredientes são de origem sintética, como o estabilizante utilizado. O produto não tem nada de origem animal e não possui nem corantes ou aromas em sua formulação. Além disso, não contém glúten. A empresa não diz quanto investiu para desenvolver o produto.

Em um mercado de delivery de comida que cresce 30% mês a mês, soluções como a da McCain são imperativas, segundo Raphael Daolio, diretor de Brands Partnership da Rappi no Brasil. “O desafio da indústria hoje é garantir que o produto que complementa o lanche principal, seja a batata frita, a bebida ou um sorvete, mantenha a qualidade até a casa do cliente”, diz.

Expansão

O Brasil é o quinto mercado mais representativo em batata pré-frita congelada, com crescimento médio de 7,5% ao ano. A McCain abocanha 30% das vendas da categoria por aqui. Além do investimento em pesquisa e inovação (a empresa não revela quanto investiu para a produção da batata-frita "à prova de delivery"), foi preciso adaptar as linhas de produção para produzir a novidade, incluindo a da fábrica da empresa na Argentina, que fornece para o Brasil.

“Mesmo com as crises políticas e econômicas que o Brasil enfrenta, o mercado de batata-frita segue forte”, comenta Victoria. Por isso, desde 2018, a McCain tem reforçado sua estratégia de expansão por aqui. Em abril do ano passado, a empresa adquiriu 49% das ações da Forno de Minas, líder em pães de queijo no Brasil, e em maio deste ano comprou 70% das ações da Sérya, empresa brasileira de alimentos que atua no mercado de batata pré-formada.

Para reforçar sua capacidade produtiva e a atender à demanda crescente, a empresa aprovou um investimento de cerca de 100 milhões de dólares para inaugurar sua primeira fábrica no Brasil até 2021. A instalação será feita em Minas Gerais, maior estado produtor de batata do Brasil.

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