Ação da Skol para Dia da Mulher: pensando o que significa ser mulher no Brasil (Skol/Divulgação)
Guilherme Dearo
Publicado em 9 de março de 2019 às 06h00.
Última atualização em 9 de março de 2019 às 06h00.
São Paulo - Seja para repensar o conceito de "mulher brasileira", seja para avisar aos homens que a questão não é "dar flores" e ficar por isso mesmo, marcas aproveitaram o Dia Internacional da Mulher (ontem dia 8) para lançar campanhas feministas que devem reverberar em suas estratégias de posicionamento ao longo do ano.
Três marcas de cerveja, disputando espaço na geladeira dos brasileiros, focaram na mulheres em suas novas ações: Skol, Budweiser e Stella Artois.
Detalhe: o foco é falar das mulheres em torno de temas como feminismo e igualdade de gênero. Bem diferente dos clichês de muitas marcas de cerveja, no presente e no passado, de colocar as mulheres em suas campanhas apenas como objetos seminus e sexualizados em ambientes totalmente masculinos.
Confira:
A campanha da Skol, criada pela agência Califórnia, pede ajuda de brasileiras e brasileiros para subirem a hashtag #mulheresnabusca e ajudar a mudar o modo como a mulher brasileira é representada na internet. A campanha mostra que os primeiros resultados para "mulher brasileira" são mulheres muito bonitas e dentro dos padrões. Mas, para além da beleza na mulher brasileira, o que mais pode aparecer?
A ideia da campanha é que outras imagens também apareçam nos primeiros resultados, trazendo mulheres que não são lembradas pelos seus aspectos visuais, mas sim intelectuais, e que ajudam e ajudaram a construir a história do País. Entre os nomes que aparecem na campanha, estão Conceição Evaristo, Maria Quitéria e Dandara.
https://www.youtube.com/watch?v=hEv3odTSHoY
A marca trouxe a provocação #TrocoFloresPor no Dia da Mulher, onde a ideia é pensar o que as mulheres realmente querem dos homens e da sociedade na data. A campanha, criada pela agência Africa, chama os homens para a ação, ou seja, que eles troquem presentes e parabéns por uma reflexão real sobre o papel deles dentro do feminismo e da luta pela igualdade de direitos.
A Budweiser trouxe três depoimentos em vídeo, das cantoras Ciara, Karol Conka e Tássia Reis. Cada uma falou sobre o que quer no lugar das flores.
https://www.youtube.com/watch?v=ej9OGGt3K-I&feature=youtu.be
A Sella Artois resolveu mudar até de nome para o Dia da Mulher, ainda que temporariamente. A marca anunciou a mudança de seu nome para Isabella Artois durante o mês de março para reconhecer as mulheres inspiradoras de sua história.
O nome Isabella, claro, não foi tirado do nada: em 1726, Isabella se tornou a presidente da empresa cervejeira após a morte do marido. Não é preciso dizer que, no século 18, uma mulher assumir o comando dos negócios era atípico. Palavras como "feminismo" e "empoderamento" ainda estavam longe de surgir.