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Marcas americanas carimbam o passaporte para Cuba

Com visita de Obama, Airbnb, Google, Booking e outras marcas já planejam sua viagem a Cuba


	EUA e Cuba: marcas já se preparam para a parceria
 (Ivan Alvarado / Reuters)

EUA e Cuba: marcas já se preparam para a parceria (Ivan Alvarado / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2016 às 11h22.

São Paulo - Recentemente, o presidente Obama aterrissou em terras cubanas, levantando bandeira branca entre os Estados Unidos e Cuba. Os dois países mantêm relações comerciais fechadas desde o início da década de 60, quando o governo americano rompeu os acordos diplomáticos logo após a revolução comunista cubana.

O custo desse bloqueio para a economia dos EUA foi estimado em 1.2 bilhões de dólares por ano, segundo a BBC – isso sem contar os custos não monetários da segregação para as pessoas dos dois países.

Mas o fim dessa era foi anunciado em agosto de 2015, quando o presidente Barack Obama reabriu a embaixada dos Estados Unidos em Havana, um mês depois de Cuba também voltar a operar sua embaixada em Washington.

A visita histórica de Obama em cuba – primeira viagem de um presidente norte-americano ao país desde Calvin Coolidge em 1928 – é um sinal de portas abertas. E, é claro, as empresas e turistas americanos estão prontos para também entrar nessa corrente.

A Starwood Hotels marcou o primeiro acordo histórico dos Estados Unidos com as autoridades cubanas desde a revolução de 1959. A rede vai renovar e operar três hotéis em Havana. Segundo representantes da marca, será necessário um investimento de milhões de dólares para deixar os hotéis nos padrões Starwood.

Apesar de a Starwood assinar a marca desses hotéis, estes ainda continuaram de propriedade do estado, uma delas é, inclusive, gerida diretamente por militares.

A Marriott também mostrou interesse em desenvolver negócios em Cuba. O presidente e CEO Arne Sorenson, defensor da abertura das relações comerciais, também pousou em Havana junto com Obama e o secretário de comércio Americano Penny Pritzker.

"Estamos muito felizes com a permissão do governo dos Estados Unidos para buscar novos negócios em Cuba", afirma Sorensont. "Estamos convencidos de que, com esse novo cenário, novas oportunidades econômicas vão transbordar em Cuba, incluindo a expansão do turismo. Isso pode trazer benefícios diretos para o povo cubano, além de aproximar cubanos e americanos".

Os regulamentos dos EUA ainda não permitem as visitas exclusivamente turísticas à Cuba, mas as companhias aéreas e o Airbnb também já estão preparando o terreno. No entanto, o Airbnb adicionou 4.000 opções de aluguel no país desde que foi lançado em Cuba, no ano passado. Essa seleção só está disponível para turistas norte-americanos até o momento, mas será aberta para o mundo todo em 2 de abril.

O Airbnb recebeu uma exceção especial, permitindo anfitriões cubanos a alugarem suas casas para qualquer pessoa. O co-fundador e CEO do Airbnb Brian Chesky viajou para Cuba neste fim de semana para se reunir com anfitriões já cadastrados no site e participar de eventos relacionados aos novos acordos comerciais.

"Ainda precisamos estudar como o Airbnb e os hotéis dos EUA vão impactar o esquema cubano de aluguel de casas de famílias para turistas em estadias de curta duração”, segundo o portal Quartz. “Semelhante ao modelo bed-and-breakfast, eles são atualmente a opção mais prática e econômica para os turistas. Além de ser uma maneira de moradores locais conseguirem uma renda extra".

A maioria dos hotéis em Cuba são propriedade de governo ou operados por marcas da América Latina e da Europa, como por exemplo, Melia Hotels International, Riu Hotels & Resorts, Iberostar Hotels & Resorts e Hotéis & Resorts Barcelo.

Agora, há uma estimativa de 61.000 quartos de hotel disponíveis em Cuba, 65 por cento deles são considerados de quatro ou cinco estrelas, de acordo com números divulgados pelo Ministério do Turismo de Cuba.

O Booking.com também está embarcando para Cuba como primeiro site americano de reservas online para Cuba.

Já o Google vai ser uma das primeiras empresas americanas que vão ajudar a abrir Cuba para a internet. "Uma das coisas que nós estaremos anunciando aqui é que o Google tem um contrato para começar a ampliar o acesso a Wi-Fi e banda larga na ilha”, disse o presidente Obama para a ABC News. Enquanto as restrições de conteúdo permanecem, o Google irá fornecer a infraestrutura para os cubanos acessarem a web de forma mais barata.

A Carnival Corporation, maior empresa de viagens de lazer do mundo, também anunciou essa segunda-feira que o governo cubano já permitiu as operações da empresa em Cuba a partir de 1 de Maio.

Logo após o acordo de paz entre Cuba e EUA, em julho de 2015, a Carnival Corporation já conseguiu permissão para levar para Cuba o seu navio MV Adonia, com capacidade para mais de 700 passageiros. Isto marca a primeira vez em mais de 50 anos em que um navio de cruzeiro é aprovado para navegar dos Estados Unidos a Cuba.

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