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Made in Germany pode ser a grande vencedora da Copa do Mundo

Segundo instituto Prognos, vitória alemã dará uma sacudida na economia ao atrair consumidores para a marca “Made in Germany”

Camisa da Alemanha, já com as quatro estrelas do tetra, em uma loja da Adidas de Frankfurt (Ralph Orlowski/Reuters)

Camisa da Alemanha, já com as quatro estrelas do tetra, em uma loja da Adidas de Frankfurt (Ralph Orlowski/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2014 às 17h16.

Frankfurt - Quando o capitão alemão Philipp Lahm levantou o troféu da Copa do Mundo no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, no histórico quarto título no torneio, ele e cada um de seus colegas de seleção estavam 300.000 euros (US$ 408.000) mais ricos.

A recompensa da associação de futebol da Alemanha, a DFB, por levarem o prêmio para Berlim é um pequeno preço a pagar se comparado à sacudida que a economia alemã pode receber pelo fato de a vitória atrair consumidores para a marca “Made in Germany”, diz o instituto de pesquisas Prognos.

“O Made in Germany definitivamente se valoriza com o sucesso”, disse Christian Böllhoff, diretor-geral da Prognos em Berlim, em entrevista. “Isso tem uma influência fortalecedora sobre as exportações alemãs”.

A Alemanha, maior economia da Europa, é a terceira maior exportadora do mundo, atrás da China e dos EUA.

As remessas de automóveis Mercedes-Benz, roupas esportivas da Adidas e tecnologia para usinas de energia da Siemens empurraram a venda de produtos e serviços alemães no exterior para 1,09 trilhão de euros no ano passado, cerca de 2 bilhões de euros menos que em 2012, segundo dados fornecidos pelo Departamento Federal de Estatísticas.

A Adidas, como patrocinadora oficial da Alemanha e de sua adversária Argentina, teve uma vantagem ao estar ontem como “a marca mais visível” da final, disse o CEO Herbert Hainer em um comunicado, na semana passada.

O jogo terminou 1 a 0 em favor da Alemanha, coroando o reinado de oito anos de Joachim Löw como treinador. O reserva Mario Götze marcou no 113º minuto de jogo, permitindo que os alemães evitassem uma cobrança de penalidades.

Os títulos da Copa do Mundo coincidiram com períodos de prosperidade na Alemanha no passado. A vitória sobre a Hungria em 1954, em Berna, na Suíça, marcou o início da recuperação política e econômica do país pós-guerra, aumentando o moral de um país derrotado.

A medalha de vencedor em 1974 veio no alvorecer de outro ressurgimento econômico, no ano anterior a Alemanha havia se tornado um dos países fundadores do Grupo dos Seis países industrializados, que foi subsequentemente estendido para incluir Canadá e Rússia.

A final de 1990, em Roma, também contra a Argentina, foi oito meses depois que o Muro de Berlim veio abaixo.

“É verdade que nos três anos após 1990 a economia alemã cresceu muito fortemente, mas o motivo foi a reunificação”, disse Böllhoff, referindo-se à fusão das Alemanhas Oriental e Ocidental, em 3 de outubro de 1990.

“Nós temos que apontar a diferença entre causalidade e correlação”.

Quarto título

O título da noite passada é o primeiro de uma Alemanha unida. Nenhum país esteve em mais finais de Copa do Mundo -- oito --, embora o Brasil detenha o recorde de títulos, cinco, contra quatro da Alemanha.

Independentemente do sucesso esportivo, a economia alemã está entrando em um período de prosperidade econômica renovada com a perspectiva dos “anos 2020 dourados”, disse Böllhoff, citando um novo relatório sobre a Alemanha publicado pelo Prognos na semana passada.

“A Alemanha é o único país das maiores economias da Europa que está em uma situação realmente firme no momento”, disse ele.

“Isso pode melhorar ainda mais quando seus vizinhos gradualmente emergirem da crise e isso acontecerá nos próximos anos”.

O crescimento econômico alemão acelerou mais do que o previsto no primeiro trimestre, impulsionado pela demanda doméstica e por uma explosão do setor da construção.

Em junho, o Bundesbank elevou sua previsão de crescimento para a economia, projetando que o produto interno bruto terá um incremento de 1,9 por cento neste ano, mais alto que o de 1,7 por cento estimado em maio. O banco prevê que o PIB subirá 2 por cento em 2015.

“Ao longo dos anos nós geramos nosso crescimento em grande parte por meio da indústria e das exportações”, disse Böllhoff.

“Isso agora está alimentando a renda das pessoas e significa que o consumo privado está contribuindo mais com o crescimento do que vem sendo o caso até aqui. Isso virá à tona em 2017 a 2018 e continuará até o fim dos anos 2020”.

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