País atingiu 3.307 embalagens lançadas no primeiro trimestre, contra 2.849 no de 2011 (Getty Images / Spencer Platt)
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2012 às 14h38.
Rio de Janeiro - Depois de uma queda no número de novos produtos colocados no mercado em 2011, os lançamentos de embalagens voltaram a crescer no primeiro trimestre de 2012. No período, o Brasil atingiu um aumento de 16,1%, com 3.307 embalagens lançadas, contra 2.849 no mesmo trimestre de 2011. O índice alcançado pelo país ficou acima da média global de expansão, que foi de 15,9%, com 76.106 embalagens contra as 65.668 do ano anterior.
Os resultados apurados pelo Laboratório de Embalagem ESPM, com base em dados do GNPD – Mintel, mostram que o ano começou de forma mais ativa, com as empresas levando mais produtos para o mercado. No mesmo período de 2011, o mercado nacional havia registrado queda de 2,92%, enquanto globalmente houve retração de 2,6%.
A Índia foi o mercado que mais cresceu em participação, com 4,5%, ocupando o quinto lugar no ranking global. “Com a chegada do Walmart no país e a adoção da venda no sistema de auto-serviço, tornou-se necessário pré-embalar os produtos para expô-los nas gôndolas dos novos supermercados”, explica Fabio Mestriner, coordenador do núcleo de estudos da embalagem ESPM.
Cosméticos continuam dominando globalmente
No ranking geral, apesar do crescimento, o Brasil caiu uma posição, passando a ocupar o sétimo lugar. Os Estados Unidos continuam liderando, mas perdem em participação. “Antes da crise de 2008, os EUA respondiam por 18% dos lançamentos mundiais, agora respondem por menos de 12%”, ressalta Mestriner.
Entre os 10 mercados, aparecem ainda Reino Unido (2º), Alemanha (3º), França (4º), Japão (6º), China (8º), Canadá (9º) e Itália (10º). Mais uma vez, os cosméticos dominam entre as categorias que mais lançaram embalagens, respondendo por sete das 10 principais. O destaque ficou com esmalte para unhas, que ultrapassou biscoitos doces (4º), chegando à terceira posição.
Em primeiro lugar está maquiagem para os lábios, seguida por cuidado facial/pescoço, que ocupa a segunda posição. Completam o ranking produtos para o corpo (5º), produtos para banho (6º), shampoo (7º), maquiagem para os olhos (8º), bolos e pastelaria (9º) e refeições prontas (10º), que voltou a aparecer na listagem no período.
“A volta das refeições prontas ao top ten indica que esta categoria assumiu uma dinâmica de marketing mais agressiva em lançamentos de novas embalagens e ganhou força no mercado, especialmente os sanduíches prontos e alimentos prontos congelados”, diz Mestriner.
Alimentação lidera ranking nacional
No Brasil, os cosméticos perderam participação. Se antes também ocupavam sete das 10 categorias principais, agora há apenas quatro no ranking. Produtos para cabelos e maquiagem ficam na primeira e segunda posições, respectivamente, enquanto produtos para pele estão no quarto lugar, seguidos por sabonetes e produtos para o corpo, no quinto.
Alimentos respondem pelas outras seis categorias, com destaque para o chocolate, que disparou devido à Páscoa e garantiu o nono lugar. Completam a lista padaria (3º), molhos e temperos (6º), laticínios (7º), snacks (8º) e doceria e gomas de mascar (10º). Já a Natura foi a empresa que mais lançou embalagens no Brasil, seguida por Grupo Boticário (2º), Unilever (3º), Eliana Mariani Pelizzon (4º), Avon (5º), Puella Indústria e Comércio de Cosméticos (6º), Nestlé (7º), Dia (8º), Yamá Cosméticos (9º) e House of Fuller (10º).
No ranking global, a Procter & Gamble lidera. Na sequência aparecem Unilever (2º), Avon (3º), Nestlé (4º), Oriflame (5º), L’Oréal (6º), Make-Up Art Cosmetics (7º), Aldi (8º), Tesco (9º) e Kraft Foods (10º). No primeiro trimestre deste ano, as marcas próprias responderam por 23,9% dos lançamentos mundiais, um crescimento de 2% em relação à participação do mesmo período de 2011. No Brasil, o índice foi menor e as marcas próprias ficaram com uma fatia de 18,2%.
Naturalidade é destaque no posicionamento dos produtos
O posicionamento destacado nas embalagens evidencia os apelos que os fabricantes consideram atrativos para o público ou as preocupações que os indivíduos têm com os produtos que consomem. Mais uma vez, a naturalidade está destacada no item “sem aditivos/conservantes”, que ocupa a terceira posição, atrás apenas de botânico/herbal e hidratante. Também está em evidência a preocupação com produtos éticos e biodegradáveis (4º).
Completam a listagem tempo/rapidez (5º), duradouro/dura mais (6º), fácil de usar (7º), brilhante/clareador (8º), fortificado com vitaminas (9º) e vegetariano (10º). “A presença dos produtos vegetarianos entre os 10 posicionamentos mais adotados se deve ao ingresso dos supermercados na Índia, o que vem gerando uma onda de lançamentos necessários para abastecer as prateleiras com produtos pré-embalados”, conta Mestriner.
No Brasil, os produtos não alergênicos (1º) e sem glúten (2º) aparecem em destaque nas embalagens, devido à legislação nacional que exige estas informações. Na sequência estão botânico/herbal (3º), hidratante (4º), ético/embalagem biodegradável (5º), testado dermatologicamente (6º), tempo/rapidez (7º), duradouro/dura mais (8º), fortificado com vitaminas (9º) e brilhante/clareador (10º).
Em relação aos tipos de embalagens mais utilizados neste início de 2012, as flexíveis mantiveram a liderança global, superando a garrafa – de plástico ou vidro, que ocupa a segunda posição, seguida por tubo/bisnaga (3º), frasco (4º), caixa de cartão (5º), sachê flexível (6º), pote (7º), bandeja (8º), lata (9º) e estojo (10º). No Brasil, no entanto, a garrafa ainda lidera o ranking, composto ainda por flexível (2º), tubo/bisnaga (3º), pote (4º), caixa de cartão (5º), frasco (6º), sachê flexível (7º), lata (8º), stand-up pouch flexível (9º) e aerosol (10º).