Brasília - Quem pensa em viajar durante as férias de julho e não se programou com antecedência pode ter uma boa surpresa ao pesquisar os preços de pacotes turísticos e passagens.
Como as vendas ficaram abaixo do que muitos empresários esperavam para o período de Copa do Mundo, agências de viagens, hotéis e empresas aéreas tentam atrair os viajantes de última hora com promoções.
Segundo a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), cujos associados respondem por 90% dos pacotes turísticos comercializados no país, a coincidência entre a realização do Mundial e as férias teve um “efeito colateral”, esvaziando alguns destinos turísticos tradicionais.
Para recuperar a clientela, algumas dessas localidades estão oferecendo pacotes de viagem até 40% mais baratos que no mesmo período de 2013.
De acordo com o presidente da Braztoa, Marco Ferraz, além da comodidade, fatores como os altos preços cobrados meses antes do início da Copa e o medo de problemas e transtornos desestimularam muitos brasileiros a viajar, levando-os, em um primeiro momento, a optar por ficar em casa durante as férias de julho.
“Esperávamos que o turismo estaria em alta devido à Copa. Por isso, inicialmente, os preços de alguns serviços subiram bem acima da média. Os preços altos afastaram algumas pessoas que queriam viajar. O clima de pessimismo que antecedeu o evento, com as pessoas temendo problemas nos aeroportos e transtornos nas ruas, também desestimulou muita gente que preferiu ficar em casa”, lembrou Ferraz.
“Com voos e vagas em hotéis e os negócios bem ruins, as companhias aéreas e hotéis passaram a conceder descontos e isso permitiu às operadoras e agências montarem pacotes mais baratos”, disse ele, acrescentando que o setor acredita que o investimento público na Copa do Mundo se traduzirá, no futuro, em um crescimento do número de estrangeiros que visitam o país.
"Estamos pensando positivamente, levando em conta a visibilidade que o Brasil está obtendo. Historicamente, em países que sediam a Copa, o número de turistas cresce em média 10% nos anos seguintes".
Mesmo sem dados consolidados, o diretor de comunicação da Confederação Nacional de Turismo, José Osório Naves, atribuiu a ociosidade de poltronas em voos domésticos e de leitos em hotéis, pousadas e resorts, principalmente das cidades onde não já jogos, à expectativa que antecipou o Mundial.
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1. Hotéis econômicos devem se espalhar pelo país
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1/7 (EXAME/EXAME.com)
Nos planos de expansão das maiores redes de hotéis do Brasil para os próximos anos, nenhum segmento está tão em alta quanto o das redes econômicas. Com diárias de 100 a 200 reais e três estrelas, esses hotéis se propõem a atender o público corporativo durante a semana e as classe B e C aos sábados e domingos. Os quartos dos hotéis costumam ser melhores e mais bem-conservados - mas não maiores - que a da maioria dos empreendimentos sem bandeira. Os apartamentos da rede Formule 1, por exemplo, tem apenas 12 metros quadrados. A quase inexistência de infraestrutura complementar também ajuda a reduzir o custo. Há hotéis econômicos que não possuem restaurante, salas para convenções, piscina, academia, área lazer nem mesmo telefone dentro do quarto. Os serviços são igualmente espartanos. Carregadores de bagagem, como esse da foto ao lado, do hotel Fasano, são raros de se ver. Entrega de comida no quarto e chef de cozinha também não são comuns. Em alguns hotéis, até mesmo estacionamento, café da manhã e internet são cobrados à parte. Não é à toa que esses hotéis acabam alcançando margens de lucro maiores do que as de empreendimentos de segmentos superiores mesmo com tarifas tão baixas "É o preço que faz o brasileiro demandar cada vez mais quartos nesse tipo de hotel", diz Ricardo Mader, diretor da Jones Lang LaSalle Hotels. "Como as margens de lucro são mais altas, os investidores estão igualmente interessados." Veja nas próximas páginas quais são as principais redes de hotéis econômicos do país.
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2. Ibis é a maior rede econômica do Brasil
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2/7 (Divulgação/EXAME.com)
O Ibis, do grupo francês Accor, é a maior rede hoteleira de tarifas econômicas no Brasil. Já existem 53 hotéis em funcionamento sob a bandeira no país - e todos seguem o mesmo padrão mundial. Outros 43 estão com contrato assinado para construção e inauguração antes de 2014. Além disso, a rede possui hotéis em diversos países da América Latina e um plano agressivo de expansão para o Chile. No Brasil, o Ibis está em quase todas as grandes capitais brasileiras, com exceção de Recife e Brasília. A rede também está presente ou chegará em breve a cidades pequenas como Lins (SP), Dourados (MS) e Poços de Caldas (MG). A diária média custa 120 reais por casal - sendo 89 reais em cidades do interior e 159 reais na unidade da avenida Paulista. Em troca, o hóspede ficará em quartos de 16 a 18 metros quadrados. O serviço de alimentação e a recepção ficam abertos 24 horas por dia, mas não há carregador de bagagem nem serviço de quarto. A maioria dos apartamentos abriga apenas duas pessoas e têm camas de tamanho simples. Café da manhã e estacionamento são cobrados à parte. O serviço de internet é gratuito apenas no lobby. Não há área de lazer, academia nem piscina. "Estamos concentrados em oferecer tudo o que alguém a trabalho vai precisar de um hotel", diz Steven Daines, diretor para ibis e Formule 1 na América Latina. "Mas não gastamos com o que ele não terá tempo de usar." A maioria dos hóspedes é de brasileiros que viajam a trabalho. As pessoas físicas costumam ser maioria apenas durante os finais de semana. Boa parte dos hotéis brasileiros são de propriedade do grupo Accor, mas a tendência é que o número de franquias Ibis cresça nos próximos anos. A rede registrou de janeiro a outubro uma taxa de ocupação média de 79% e uma margem de lucro de 15%.
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3. Formule 1 atua no segmento super econômico
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3/7 (Divulgação/EXAME.com)
Entre as principais bandeiras existentes no Brasil, o Formule 1, também do grupo Accor, é a rede de hotéis mais econômica. As unidades da rede cobram uma diária média de 100 reais e conseguem atingir inclusive a classe C. Com uma combinação de custo baixo e serviços enxutos, o Formule 1 pode cobrar pouco sem abrir mão de margens de lucro interessantes. O hotel costuma ser grande, com cerca de 300 apartamentos de apenas 12 metros quadrados cada um. A pia fica no quarto ao invés de dentro do banheiro. A cama extra do apartamento de casal é um beliche. As áreas públicas também são bastante reduzidas. Não há serviço de quarto nem restaurante. Quando o hóspede deseja algo, tem que descer até o lobby e comprar na loja de conveniência. Café de manhã e estacionamento são pagos à parte. No total, a rede de hotéis Formule 1 já possui 11 unidades no país - todos administrados pela própria Accor. Taxas de ocupação acima de 80% neste ano fazem com que a rede planeje a abertura de ao menos sete unidades até a Copa de 2014. Mesmo assim, o Ibis continua a ser com folga o principal negócio da Accor no segmento econômico. A explicação é que o cliente corporativo prefere ficar num hotel mais confortável como o ibis ao mesmo tempo em que a demanda das pessoas físicas ainda é fraca nos dias de semana. "A classe C prefere dormir na casa de parentes ou amigos quando viaja", diz Steven Daines, diretor para ibis e Formule 1 na América Latina. "Mas acreditamos que o crescimento e amadurecimento da classe média vão mudar esse hábito."
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4. Atlântica Hotels entra no segmento econômico com Go Inn
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4/7 (Divulgação/EXAME.com)
Segunda maior rede hoteleira do Brasil, com 75 empreendimentos, a Atlântica Hotels sempre teve um foco muito maior no segmento de quatro e cinco estrelas que sua principal concorrente, a líder Accor. Mas isso está começando a mudar. Neste ano, a empresa brasileira abriu seu primeiro hotel no segmento econômico, um Go Inn em Manaus. E também já assinou contratos para colocar em funcionamento até 2012 outras oito unidades, localizadas em Aparecida do Norte (SP), Campos (RJ), Goiânia, Duque de Caxias (RJ), Itaguaí (RJ), Cuiabá , Porto Velho e Vitória. A empresa tem dado prioridade à bandeira Go Inn em cidades onde acredita não ser possível abrir hotéis mais luxuosos, de bandeiras como Comfort, Quality ou Radisson. Os hotéis Go Inn possuem algumas características de hotel econômico, como quartos com cerca de 15 metros quadrados e pia fora do banheiro. No entanto, serviços como café da manhã, computadores com internet, wi-fi e café da manhã estão incluídos na diária. O hotel aberto em Manaus cobra 128 reais por dia e tem registrado uma taxa ocupação média de 75%. "Isso é mais do que a média da rede, apesar de o empreendimento em Manaus ter sido aberto há apenas sete meses", diz a vice-presidente de marketing e vendas da Atlântica Hotels, Annie Morrissey. Como a construção de um Go Inn também custa menos (cerca de 60.000 reais por quarto, sem contar o preço do terreno), o percentual de frequência é suficiente para garantir taxas de retorno interessantes.
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5. Maior rede do mundo vê espaço para 84 hotéis econômicos no Brasil
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5/7 (Divulgação/EXAME.com)
A IHG (InterContinental Hotels Group), maior rede hoteleira do mundo em número de quartos, vê um grande potencial para a abertura de empreendimentos dentro do segmento econômico no Brasil. Um estudo realizado pela própria empresa encontrou oportunidades para a abertura de 84 hotéis econômicos com a bandeira Holiday Inn Express no Brasil, principalmente na região Sudeste. Com 2.100 hotéis Holiday Inn e Holiday Inn Express ao redor do mundo e outros 500 em desenvolvimento, a IHG também é uma das líderes mundiais nos segmento econômico e médio. A principal diferença entre as duas bandeiras são os serviços oferecidos. Em troca de descontos de 10% a 20% em relação ao Holiday Inn, o cliente do Holiday Inn Express tem direito a um apartamento, café da manhã, internet rápida e estacionamento. Por outro lado, não há carregador de bagagem, manobrista nem serviço de quarto 24 horas por dia. Há piscina e sala de ginástica, mas não existe spa. O centro de convenções é substituído por uma ou duas salas pequenas para reuniões. Ao invés de restaurante ou espaço gastronômico, há uma loja de conveniência. Em compensação, os hotéis costumam ser instalados próximos a shoppings e restaurantes para que os hóspedes tenham opção de comida. Apesar de ter identificado oportunidade para a abertura de 84 unidades, até agora apenas três estão em funcionamento: em Natal, Cuiabá e São Paulo (no bairro do Sumaré). Até 2012, outros quatro deverão ficar prontos: Porto Velho, Maceió, Belém e Manaus. O diretor de desenvolvimento da IHG no Brasil, Eduardo Camargo, explica que os investidores brasileiros ainda não estão acostumados com o sistema de franquia hoteleira. No entanto, ele aposta que a rentabilidade dos hotéis econômicos deve atrair mais investidores nos próximos anos. Mesmo com diárias de 140 a 200 reais, o Holiday Inn Express consegue entregar margens de lucro superiores ao de outros segmentos hoteleiros e remunera antes o investimento. O segredo está em taxas de ocupação superiores a 80% e em redução de custos. Um hotel com 100 apartamentos costuma trabalhar com apenas 25 funcionários, que se revezam no exercício de diversas tarefas.
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6. Hilton planeja lançar bandeira econômica no Brasil
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6/7 (Divulgação/EXAME.com)
Um dos mais tradicionais grupos hoteleiros do mundo, o Hilton planeja trazer a rede de hotéis econômicos Hampton Inn em breve ao Brasil. Essa bandeira é muito bem-sucedida nos Estados Unidos, mas o padrão dos empreendimentos brasileiros sofrerá uma série de adaptações. A começar pelo nome. No Brasil, a rede vai aproveitar a boa reputação da marca Hilton e deverá se chamar Hampton by Hilton. Devido aos custos elevados de terreno e construção, os quartos da rede serão menores. O tamanho foi reduzido dos 28 metros quadrados nos EUA para 21,5 metros no Brasil. Os cortes também atingiram os gastos com decoração e mobília. Por outro lado, os hotéis Hampton Inn terão um restaurante de comida rápida - ao contrário do que acontece nos EUA. O Hampton by Hilton deve se diferenciar de redes como o Ibis e o Formule 1 e incluir serviços como estacionamento e café da manhã na diária. O modelo, portanto, será mais parecido com o do Holiday Inn Express e tentará atrair o público corporativo durante a semana e as famílias se classe A ou B aos sábados e domingos. O grupo ainda não sabe quando os novos hotéis começarão a ser construídos. Todas as unidades do Brasil serão erguidas por franqueados - a rede internacional só entrará com a bandeira e as ferramentas de gestão. Entretanto, o Hilton só vai tirar o plano do papel quando houver investidores interessados em construir boa parte dos 30 hotéis Hampton by Hilton planejados. "Acreditamos que o crescimento da classe média, o avanço das redes de hotéis com bandeira e a segurança oferecida por uma marca reconhecida criam espaço para a instalação de muitas unidades do Hampton by Hilton no Brasil", diz Paula Muniz, diretora de desenvolvimento da rede Hilton na América do Sul.
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7. Tulip Inn será a rede econômica da BHG
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7/7 (Divulgação/EXAME.com)
A BHG (Brazil Hospitality Group) decidiu utilizar a bandeira Tulip Inn, de três estrelas, para trabalhar no segmento econômico. Atualmente existem no Brasil 11 hotéis Tulip Inn, mas as unidades são pouco padronizadas. Como forma de oferecer tarifas mais baixas sem reduzir a qualidade dos apartamentos, a empresa decidiu que a bandeira deverá entrar na categoria conhecida como "limited services" (ou de serviços mais enxutos). O primeiro hotel a ser construído dentro dessas características será o Tulip Inn de Itaguaí, uma cidade localizada a 80 km da cidade do Rio de Janeiro e que deve receber volumosos investimentos nos próximos anos. O hotel terá 189 quartos, restaurante com capacidade para 100 pessoas e 200 vagas de garagem. Nos próximos cinco anos, o plano ambicioso da BHG prevê a construção de mais 4.000 quartos em hotéis Tulip Inn localizados em 30 cidades. Para se ter um ideia do tamanho da aposta, toda a rede BHG administra hoje cerca de 5.500 apartamentos. Controlada pela GP Investimentos, a BHG é a terceira maior rede hoteleira do Brasil, atrás apenas do grupo Accor e da Atlântica Hotels. Além do Tulip Inn, a rede atua com outras duas categorias de hotéis: Golden Tulip Hotels (quatro estrelas) e Royal Tulip Luxury Hotels (cinco estrelas).
“A expectativa da Copa foi superestimada. Mas, como os brasileiros estão viajando menos em função do próprio Mundial e os estrangeiros de países vizinhos vieram, em sua maioria, de carro ou ônibus, a venda de passagens aéreas ficou muito concentrada”, argumentou Naves, lembrando o grande número de estrangeiros hospedados em albergues da juventude, casas de moradores das cidades-sede ou que, no caso de muitos sul-americanos, simplesmente montam suas barracas em campings ou estacionam seus trailers e motorhomes onde é possível.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), Enrico Fermi Torquato Fontes, garante que o nível de ocupação dos hotéis brasileiros já era esperado.
“Historicamente, o movimento cai durante todas as copas. As pessoas viajam menos e até o número de casamentos deve ser menor. Se compararmos o resultado deste ano não com o de 2013, mas sim com o da Copa de 2010, não teremos grandes surpresas. A questão é que não há como comparar o movimento de um ano em que o país sedia o evento com outro em que o evento ocorreu em outro local”, disse Fontes à Agência Brasil.
Dados preliminares da Abih indicam que em nenhuma das 12 cidades-sede a taxa de ocupação hoteleira chegou aos 100%.
Em Belo Horizonte, a ocupação média do período atingiu 60% da capacidade; em Cuiabá, 85%; Curitiba (60%); Distrito Federal (55%); Fortaleza (90%); Manaus (55%); Natal (67%); Porto Alegre (80%), Recife (80%); Rio de Janeiro (90%); Salvador (85%) e São Paulo (60%).
“Quem tem do que se queixar são as cidades onde não houve jogos. Mas esse não é, de forma alguma, um investimento perdido. Estamos certos de que boa parte dos estrangeiros voltará ao país e que, no futuro, o número de turistas estrangeiros vai aumentar graças à visibilidade que o país ganhou com a Copa”, acrescentou Fontes.
De acordo com o diretor da ABIH na Região Nordeste, José Manoel Garrido Filho, na Bahia, estado bastante procurado pelos turistas das regiões Sul e Sudeste que fogem do frio de julho, Salvador e localidades próximas como Trancoso e Morro de São Paulo atraíram turistas, mas em cidades e regiões mais distantes da cidade-sede, como Ilhéus e a Chapada Diamantina, a procura foi menor, em parte devido à fuga de brasileiros.
As empresas aéreas Gol e TAM alegaram questões estratégicas para não entrar em detalhes sobre suas políticas tarifárias.
Ainda assim, a TAM confirmou oferecer passagens “a preços acessíveis” para junho e julho.
As duas companhias destacaram que, como de costume, os preços variam conforme a procura e a antecipação da compra, entre outros fatores.
A expectativa do Ministério do Turismo é que, até o fim do campeonato, cerca de 3,1 milhões de estrangeiros e 600 mil brasileiros viajem pelo país.
Para estimular os brasileiros a aproveitar as férias, o ministério lançou no último fim de semana uma campanha (#PartiuBrasil) em que serão investidos mais de R$ 4 milhões.
A proposta é que os brasileiros aproveitem o bom momento e desfrutem da variedade de roteiros domésticos, bem como a gastronomia, a receptividade dos moradores e a facilidade de acesso às principais localidades turísticas.
Procurado para comentar as declarações dos representantes do setor turístico, o ministério informou que o ministro Vinicius Lage e o secretário especial de Turismo da cidade de São Paulo e presidente da SPTuris, Wilson Poit, apresentarão um balanço preliminar sobre a Copa esta manhã, em São Paulo.
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1. Copa!
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1/8 (Alexandre Loureiro/Getty Images for adidas)
São Paulo – Daqui pouco menos de um mês, um dos eventos mais esperados do mundo irá começar: a
Copa do Mundo no Brasil.
Empreendedores e pequenos empresários podem aproveitar o período do evento para faturar mais. De acordo com o Sebrae, as micro e
pequenas empresas devem faturar 500 milhões de reais com a Copa. Para Mark Paladino, sócio do Instituto Aquila, consultoria em gestão avançada, é um pouco tarde, mas ainda dá tempo de planejar uma ação para o evento. “As empresas podem direcionar sua estratégia para absorver os turistas que estarão na cidade. Criar alguns eventos festivos de celebração, antes ou durante dos jogos”, explica. A recomendação para quem já se preparou e tem muita expectativa para faturar durante o próximo mês é clara: não deixe de monitorar. “Tem que ter uma gestão eficiente, acompanhar os resultados e observar a performance diariamente”, ensina Paladino. Veja seis exemplos de empresas de setores diversos que estão prontas para a Copa do Mundo no Brasil.
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2. Terraço Itália
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2/8 (Divulgação/Terraço Itália)
Um dos principais pontos turísticos do centro de São Paulo, o Terraço Itália atrai pela sua história e pela possibilidade de ver a capital do alto. André Marques, gerente geral do Terraço Itália, conta que o espaço recebe muitos eventos corporativos e que algumas empresas vão aproveitar a Copa para relacionar-se com seus clientes. Assim surgiu a ideia de um camarote para assistir aos jogos da Copa do Mundo no Bar do Terraço Itália. Cada ingresso custa 151 reais e dá direito a alguns petiscos. O local preparou ainda coquetéis inspirados em países do mundial. De acordo com Marques, a preparação para o evento inclui um reforço da equipe nos horários dos jogos e a instalação de telões e uma sonorização adequada. Até agora, o jogo que tem mais reservas é o do dia 23 de junho, entre Holanda e Chile. A expectativa é faturar 25% mais.
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3. Pub Crawl São Paulo
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3/8 (Divulgação/Pub Crawl São Paulo)
Os horários em que serão transmitidos os jogos da Copa do Mundo não serão o foco da estratégia do Pub Crawl São Paulo, que oferece tours gastronômicos e em baladas pela cidade. “Vamos focar na torcida”, resume Kyu Bill, um dos cinco sócios da empresa. “A cidade é a principal porta de entrada de turistas e é uma cidade sede. Vai ter um clima festivo, movimentação, e esse clima vai se estender fora dos jogos”, conta. A equipe dobrou, passando a 40 pessoas e, desde ano passado, a marca tem diversificado seus produtos. Os tours variam de 20 a 95 reais por pessoa. O faturamento esperado até o final do ano é de 1 milhão de reais, o dobro do ano passado. Hoje, a empresa trabalha com até sete eventos semanais. Bill explica que a alta temporada da empresa coincide com os meses do mundial. O Pub Crawl São Paulo espera atender, em média, cinco mil pessoas nesse período.
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4. Vuvuzela do Brasil
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4/8 (Divulgação/Vuvuzela do Brasil)
O e-commerce Vuvuzla do Brasil começou suas operações no ano passado e a ideia de criar o negócio surgiu quando Eduardo Sani, consultor de marketing digital, estava preparando uma apresentação. “Ninguém vendia vuvuzela ainda no mercado e vi que o volume de pesquisas ainda era alto. Pesquisei e vi que não tinha nenhum site do tipo”, resume. Ele se uniu ao empreendedor Vinícius Prado Ramos e investiu 20 mil reais. A Copa das Confederações foi o teste da empresa e eles venderam 1,4 mil vuvuzelas. A estratégia da dupla é de investir em mídia online e anúncios no Google e Facebook. Além disso, a marca fez uma parceria com lojas físicas em São Paulo para vender produtos por consignação. No site é possível comprar não só vuvuzelas, mas também camisetas, perucas e cornetas. A maior demanda vem de empresas que estão comprando os produtos para ações de marketing. Nos próximos três meses, a expectativa é de faturar 180 mil reais. Mesmo após a Copa, o site estará no ar, pois os empreendedores querem aproveitar as Olimpíadas de 2016.
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5. Lush Motel
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5/8 (Divulgação/Lush Motel)
Com a possível falta de hospedagem, o Lush Motel criou um formato especial para turistas, com cobrança por diária. Felipe Martinez, diretor de marketing da empresa, explica que o objetivo não é disputar com os hotéis, pois algumas regras do motel serão mantidas, como a proibição do acesso a menores de idade. “É voltado casais que buscam hospedagem, mas com um pouco de privacidade”, explica. O valor de uma diária varia de 360 reais a 1,5 mil reais, com café da manhã incluso. Até agora, foram confirmadas 37 reservas de estrangeiros. Durante a Copa, a fachada do motel será iluminada nas cores verde e amarelo e os chinelos também terão com o tema do evento. Além disso, a marca investiu em uma versão do site em inglês e contratou um professor de inglês para treinar a equipe. O investimento foi de 50 mil reais e a expectativa da empresa é que o faturamento cresça 10% em junho.
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6. Amazonas Brands
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6/8 (Divulgação/Amazonas Brands)
A Amazonas Brands faz parte do Grupo Amazonas e firmou a parceria com a FIFA para desenvolver as sandálias oficiais da Copa do Mundo. A marca tem um mix de 39 chinelos especiais para o evento. Os modelos são inspirados no mascote oficial, o Fuleco, nas bandeiras de algumas seleções que participarão do mundial, na taça e nas cidades sedes como o Rio. A expectativa de vendas é de 1 milhão de pares e o aumento de produção foi de 28%. Os chinelos podem ser encontrados nas lojas oficiais da FIFA e os preços partem de 29,90 reais.
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7. Seven Idiomas
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7/8 (Divulgação/Seven Idiomas)
Fundada em 1987, a Seven Idiomas é especializada no ensino do inglês e espanhol. Em 2012, a marca desenvolveu um curso pensando nos eventos como Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olímpiadas. De acordo com o CEO da empresa, Steven Beggs, as aulas foram pensadas para que os alunos aprendessem estruturas essenciais para se comunicar com turistas e situações que cada tipo de profissional terá que vivenciar. A empresa treinou cerca de 500 pessoas, como os funcionários do Airport Bus Service. A carga horária do treinamento é de 100 horas e o curso custa, em média, 2 mil reais por aluno. A abordagem das aulas depende das necessidades da empresa contratante.
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8. Agora, veja mais sobre empreendedorismo
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8/8 (Buda Mendes/Getty Images)