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Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2012 às 23h00.
São Paulo - Há sete meses, o governo da Suécia inaugurou uma ideia interessante, mas perigosa: abrir aos cidadãos comuns sua conta oficial no Twitter, @sweden, a fim de mostrar o país sob diferentes pontos de vista, que promovessem sua imagem no exterior e impulsionassem o turismo.
Desde então, a cada semana um sueco fala sobre assuntos de sua própria escolha na rede social. A expectativa do governo era de que os participantes discorressem sobre eventos, curiosidades e personalidades da Suécia. Não foi bem isso o que aconteceu.
A iniciativa já não vinha bem. Um dos participantes chegou a falar sobre seu gosto pela masturbação. Degringolou nesta semana quando Sonja Abrahmsson, de 27 anos, além de divulgar uma foto sua sem blusa, destilou ignorância num post sobre judeus. "Qual é o problema dos judeus? Você não consegue determinar se a pessoa é judia ou não até ver seu pênis, e mesmo assim não pode ter certeza", escreveu na terça-feira. "Na Alemanha nazista, eles tinham que costurar estrelas nas mangas. Se não fizesse isso, jamais poderiam determinar quem era judeu e quem não era", disse ainda. Em outro tweet, ela pediu desculpas: "Não era minha intenção. Só não entendo por que algumas pessoas odeiam tanto os judeus".
No mesmo dia, Sonja postou uma uma foto do cantor Freddy Mercury e um prato de morangos com a legenda: "Encontrei essa montagem no PC, se chama 'gay faminto com aids'". Ela também conta que ficou grávida duas vezes seguidas aos 19 anos e se descreve como "uma mãe solteira e de pouca educação". "Mas pelo menos não uso drogas nem me prostituo. Em vez disso, tenho um blog e escrevo coisas", diz.
O governo sueco não se manifestou sobre os tuítes e mantém seu perfil no ar. No início da noite desta quarta-feira, Sonja continuava postando seus comentários - um sinal de que a iniciativa não será abortada.
O perfil da Suécia no Twitter tem mais de 48.000 seguidores. O projeto para o microblog é gerido por dois órgãos do Conselho Nacional para a Promoção da Suécia. "A Suécia é progressista, democrática e criativa, e o melhor jeito de provar isso é de dar o controle da conta à sua população", afirmava Patrick Kampmann, diretor da iniciativa, antes da confusão.