Marketing

Giro d’Itália no Brasil: Prova de ciclismo de estrada deve movimentar R$ 10 milhões

Versão brasileira da competição italiana, realizada em Campos do Jordão, aposta em percurso inédito, música, gastronomia e ativações de marcas para atrair público de nicho

Giro d’Itália Ride Like a Pro entrou de vez para o calendário oficial de Campos do Jordão (Reprodução/Instagram)

Giro d’Itália Ride Like a Pro entrou de vez para o calendário oficial de Campos do Jordão (Reprodução/Instagram)

Juliana Pio
Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Publicado em 21 de fevereiro de 2024 às 00h39.

Última atualização em 21 de fevereiro de 2024 às 10h54.

São Paulo vai sediar a terceira edição de uma das provas mais famosas do ciclismo mundial. O Giro d’Itália Ride Like a Pro, versão brasileira da competição italiana, este ano, entrou de vez para o calendário oficial de Campos do Jordão, no interior paulista.

Marcado para 28 de abril, um dia antes do aniversário da cidade, o 'festival esportivo' tem como foco o público amador, embora também apresente características de alta complexidade. Além de um percurso inédito, voltado para os mais iniciantes, a programação ainda inclui shows, gastronomia, ativações de marcas e a presença confirmada do atleta internacional Filippo Pozzato.

"Campos do Jordão foi selecionado como anfitrião, dada a sua infraestrutura de qualidade, com hotéis de renome, restaurantes excepcionais e atrações turísticas que prometem enriquecer a estadia de todos os visitantes", explica Fábio Oliveira, sócio-diretor do projeto no Brasil. Segundo ele, o evento deve gerar um impacto de R$ 10 milhões na economia local.

O Giro d’Itália foi realizado pela primeira vez na Itália, em 1909. A tradicional competição tem 21 dias de duração e já se instalou em Xangai, na China, em 2019 e 2020. No Brasil, ocorre desde 2022, com prova de menos de 24 horas. A iniciativa faz parte de uma estratégia da RCS Sports, detentora da marca, que quer se conectar com fãs de ciclismo de estrada ao redor do mundo.

"Dizem que hoje, no mundo, o Giro d’Itália é conhecido como uma das provas com trechos mais lindos, mas também mais difíceis. Queríamos trazer essas mesmas características para o Brasil. Foi desafiador, mas arriscamos e deu certo", conta Oliveira, que não informa o valor do investimento por questão de competitividade.

Segundo ele, a escolha do país se deu devido ao mercado consolidado de entusiastas do esporte, bem como pela beleza natural e competência das empresas locais no desenvolvido de produtos voltados para a prática.

Trajetos para iniciantes e profissionais

A competição em 2024 contará, pela primeira vez, com três opções de percursos pela Serra da Mantiqueira, para dividir os atletas entre amadores e profissionais. São eles: 112 km, 63 km e o novo trajeto de 54 km, destinado aos mais iniciantes.

“A Serra da Mantiqueira, com sua beleza e terreno desafiador, é o palco perfeito para essa experiência”, destaca o sócio-diretor do Giro d’Itália Ride Like a Pro.

Durante o evento, as estradas e rodovias serão fechadas. Adicionalmente, os ciclistas poderão experimentar trechos gravel (de chão batido), que são emblemáticos na versão original. O percurso mais longo, de 112 quilômetros, promete ser um teste de resistência, com desafios como a Serra do Paiol.

"Está entre as três serras mais difíceis de se pedalar no país. É inclinada de um jeito que alguns descem empurrando a bicicleta, por isso virou objeto de desejo. Impossível tirá-la da prova, então, lançamos o terceiro percurso este ano", afirma o executivo.

Ao todo, são esperados 2500 ciclistas maiores de 18 anos, para cada trecho, sendo que 18% da prova é feminina. Ano passado, foram 1800.

"Miramos na segurança. Por se tratar de um nicho de mercado, sou a favor de evoluir no preço em vez da quantidade de público. O custo médio de uma bicicleta lá gira em torno de R$ 70 mil", salienta Oliveira, que atua há 12 anos no segmento de eventos esportivos.

A inscrição para o Giro d'Italia Ride Like a Pro Brasil tem valor inicial de R$ 1100 e chega até R$ 1500. "Hoje, 76% da base do evento está em São Paulo. A localização também leva em conta a comodidade. Muitos participantes vêm com família e crianças. É preciso estrutura para recebê-los."

Aposta em público de nicho

Além da atividade esportiva, o público tem a oportunidade de participar de experiências culturais, com destaques para a música e a gastronomia. Os competidores e turistas costumam chegar à Campos do Jordão dois dias antes da prova, ajudando a movimentar a economia da cidade.

"Acho que essa atmosfera italiana, tem o poder de levar o evento para o ambiente de festival. Isso inclusive permite expandir o leque de parcerias e receitas junto às marcas de outros setores", salienta Oliveira. "Estamos construindo um produto de desejo para criar fidelidade de consumo", complementa.

A terceira edição do Giro d’Itália Ride Like a Pro Brasil conta com patrocínio de empresas, como C6Bank, Mastercard, Mitsubishi, Oakley, Ducati, Cannondale, Consulado Italiano e Technogym.

"No mundo dos esportes com bicicleta, aproximadamente, 80% são de mountain bike e 20% de ciclismo de estrada. O número tem aumentado, mas ainda é o nicho do nicho. Já que é assim, vamos focar nisto", finaliza o sócio-diretor do projeto no Brasil.

Acompanhe tudo sobre:Ciclismoestrategias-de-marketingMarcas

Mais de Marketing

Caravana de Natal da Coca-Cola Femsa Brasil percorre 85 cidades e tem até IA; veja locais

Spaten: como uma marca de 600 anos continua de pé e 'lutando' pelo consumidor?

Creamy, marca de skincare, expande portfólio e entra no mercado de perfumes

O que é preciso para ser um CMO nos dias de hoje? Philip Kotler responde à EXAME