Produtor do filme, Brad Pitt explicou assim como para ele, o que importa para o diretor não é uma grande bilheteria, e sim fazer um filme "importante" (Mario Tama/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2011 às 11h52.
Produzido e protagonizado por Brad Pitt, o filme "A Árvore da Vida" ("Tree of Life"), do enigmático cineasta americano Terrence Malick, dividiu a plateia nesta segunda-feira no Festival de Cinema de Cannes, onde disputa a Palma de Ouro.
O longa-metragem mais aguardado do festival mistura belas imagens da criação do Universo com as experiências de um menino de 10 anos, que cresce com um pai autoritário e uma mãe solidária e simpática no Texas, na década de 50.
O filme, que tem Sean Penn como destaque, chama a atenção especialmente pela bela fotografia, que leva o espectador aos confins do tempo e espaço, além de levantar perguntas sobre a religião e o sentido da vida, temas que caracterizam a obra do misterioso diretor de 67 anos, que raras vezes aparece em público.
Premiado com a Palma de Ouro de melhor diretor no Festival de Cannes em 1978 por "Cinzas no Paraíso" ("Days of Heaven"), o cineasta americano rompeu nesta segunda-feira com a tradição de que diretores dos filmes selecionados para a mostra respondem às perguntas dos repórteres após a exibição de seus filmes.
Malick, diretor de "Terra de Ninguém" (1973), "Além da Linha Vermelha" (1998) e "O Novo Mundo" (2005), não viajou a Cannes, nem compareceu à entrevista coletiva, provocando decepção nos jornalistas credenciados para o festival.
"Ele nunca dá entrevistas, nunca vi uma foto dele. Era agora ou nunca", comentou um jornalista belga, desanimado.
"Malick é muito tímido, mas acredito que seu filme fala por ele", disse Sarah Green, da equipe de produção do filme.
"Terrence quer estar envolvido com o processo de fazer o filme, mas não com sua venda", explicou Brad Pitt na entrevista, que também pecou pela ausência Sean Penn, que estava no Haiti; Penn, entretanto, deve comparecer à sessão de gala de estreia, à noite no Palácio dos Festivais de Cannes.
Acompanhado de Jessica Chastain, que interpreta a mãe, e dos produtores do filme, Pitt explicou que o mais importante para Malick, assim como para ele, não é uma grande bilheteria, e sim fazer um filme "importante".
"Quero ter certeza de que os filmes que faço tenham valor para mim", disse Pitt, para quem "Tree of life" fala da fragilidade da vida, e que mais que um filme religioso é um filme espiritual.
O astro destacou que trabalhar com Malick, que tem uma visão muito forte do filme que deseja fazer, mas que dá espaço para improvisação, foi uma "experiência transformadora", que mudou sua visão sobre o trabalho.
"Percebi que os melhores momentos não são preconcebidos. Depois de trabalhar com Malick tenho tentado caminhar mais nesta direção, de me afastar do roteiro e trabalhar com atores amadores", disse.
"Mas não descartem a possibilidade de que eu trabalhe em 'Missão Impossível'", completou.
Pitt subirá as escadas do Palácio dos Festivais à noite acompanhado da esposa, Angelina Jolie, que promoveu na semana passada em Cannes o filme de animação "Kung Fu Panda 2", no qual dubla a Tigresa.