ESPN aposta em streaming próprio para conquistar fãs de esportes sem depender do cabo. (SOPA Images/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 26 de dezembro de 2024 às 07h52.
Última atualização em 26 de dezembro de 2024 às 08h26.
Em 2025, os fãs de esportes poderão acessar a ESPN sem a necessidade de assinar pacotes de TV a cabo. O lançamento do serviço de streaming próprio da emissora, apelidado internamente de "Flagship", marcará uma nova fase para a gigante dos esportes, oferecendo toda a programação da ESPN em uma plataforma digital autônoma, segundo informações do Business Insider.
Embora o serviço represente um passo importante na transição para o streaming, questões-chave permanecem sem respostas. A ESPN ainda não anunciou o preço oficial, mas analistas projetam valores entre US$ 23 (R$ 142,38) e US$ 25 (R$ 154,76) por mês. Além disso, não há consenso sobre o tamanho do público que estará disposto a pagar pela plataforma.
De acordo com Rob Fishman, analista da MoffettNathanson, o "Flagship" pode atingir 1 milhão de assinantes até o final de 2026, chegando a 3 milhões em 2030. Por outro lado, Steven Cahall, do Wells Fargo, projeta números significativamente maiores: 12 milhões de assinantes até 2027 e 17 milhões em 2030. Essa discrepância reflete a incerteza sobre o apelo do serviço em um mercado saturado de opções de streaming.
A ESPN enfrenta o desafio de entender seu público. Será que a maior parte dos assinantes virá de consumidores que já pagam pela TV a cabo e estão reduzindo custos, ou serão novos usuários que nunca assinaram pacotes tradicionais?
Além disso, o lançamento do Flagship ocorre em paralelo ao desenvolvimento de outro projeto ambicioso: o Venu. Apelidado de "Hulu dos esportes", o Venu pretende oferecer um pacote mais abrangente de programação esportiva e não esportiva por US$ 43 mensais. No entanto, questões legais envolvendo práticas antitruste atrasaram o lançamento, que agora depende de um julgamento marcado para janeiro. Caso o Venu seja aprovado, a ESPN poderá se encontrar gerenciando dois serviços de streaming em 2025, aumentando suas chances de captar diferentes perfis de audiência.
O apelo da campanha será crucial, especialmente porque o público que a ESPN precisa alcançar é muito maior do que aqueles que já acompanham as mudanças no setor de mídia. O sucesso do Flagship dependerá de sua capacidade de atrair tanto os fãs fervorosos de esportes quanto os consumidores casuais que buscam mais opções de entretenimento.
Com concorrentes como Netflix e Amazon Prime Video já consolidados no streaming, o sucesso do Flagship pode redefinir o consumo de esportes ao vivo. A transição para plataformas digitais também reflete uma mudança maior na indústria de mídia, à medida que empresas procuram adaptar seus modelos de negócios às preferências do público moderno.
Resta saber se a ESPN conseguirá equilibrar preço, conteúdo e experiência do usuário para capturar uma fatia significativa do mercado de streaming esportivo. Enquanto isso, a campanha publicitária de Natal será o primeiro teste de sua estratégia para atrair assinantes e solidificar sua posição no novo cenário digital.