Mandalay Bay em Las Vegas: palco da tragédia e azar no marketing (David Becker/Getty Images)
Guilherme Dearo
Publicado em 22 de outubro de 2017 às 07h00.
Última atualização em 22 de outubro de 2017 às 07h00.
São Paulo - Muitas vezes o timing para uma nova campanha publicitária é perfeito. Marcas adoram um anúncio de oportunidade. Outras vezes, o timing é o pior possível.
No seriado "Mad Men", que mostra publicitários na Nova York dos anos 1960, há um ótimo exemplo que mistura realidade e ficção.
A equipe cria uma campanha de sutiãs para a marca Playtex, dividindo as mulheres em dois grupos: umas querem ser Marilyn Monroe; outras, querem ser Jackie Kennedy. A ideia é ótima, mas a empresa decide engavetar a campanha.
Não demora muito e Marilyn Monroe morre. Peggy impressiona o chefe ao constatar: "Demos sorte que a Playtex não seguiu com a ideia daquela campanha Marilyn/Jackie. Agora teríamos que cancelar tudo indefinidamente".
A MGM Resorts International (MGM Mirage) passou por um caso parecido nos Estados Unidos - no caso, um timing infeliz.
A empresa, dona de diversos hotéis famosos, entre eles o Mandalay Bay, tinha acabado de lançar a sua primeira campanha institucional quando o massacre em Las Vegas chocou o mundo.
O Mandalay Bay aparecia no vídeo chamado "Welcome to the Show" (Bem-vindo ao show). A campanha ainda trazia a frase "one mission: blow the mind of all mankind" (uma missão: explodir a mente de toda a humanidade).
Claro que tais conotações se tornaram totalmente impróprias e infelizes. A empresa rapidamente tirou a campanha do ar.
Assista:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=56&v=930JwVp3Qu4
Agora, a empresa apresentou nova campanha, pós-tragédia: "Together We Shine": juntos nós brilhamos.
Em tom emocional, a campanha traz música da cantora folk Odetta e fala sobre união e força frente à tragédia.
Assista aqui ao novo comercial.