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Do varejo às finanças: o impacto da IA na transformação digital dos negócios

Tecnologia avança, criando experiências mais fluidas, personalizadas e automatizadas

A IA pode transformar a experiência de pagamento, antecipando necessidades e oferecendo soluções personalizadas em tempo real (Leandro Fonseca/Exame)

A IA pode transformar a experiência de pagamento, antecipando necessidades e oferecendo soluções personalizadas em tempo real (Leandro Fonseca/Exame)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 19 de março de 2025 às 08h00.

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*Por Fernando Amaral 

A inteligência artificial (IA) está transformando profundamente os modelos de negócios e redefinindo a forma como vivemos e trabalhamos. No South by Southwest (SXSW), um dos maiores eventos de tecnologia e inovação do mundo, essa revolução foi um dos temas centrais.

O novo paradigma não está mais baseado no conhecimento acumulado, mas na capacidade de adaptação e aprendizado rápido. As habilidades estão em constante evolução, e o diferencial competitivo das empresas e dos profissionais será a velocidade com que adquirem e aplicam novos conhecimentos. Essa tendência se reflete na adoção crescente da IA no ambiente corporativo, no varejo e nos meios de pagamento.

No mundo corporativo, a IA já é uma realidade consolidada. Em um dos painéis do SXSW, foi destacado que cerca de 60% dos executivos utilizam alguma ferramenta de IA no trabalho, e esse número deve chegar a 100% nos próximos anos. Modelos de IA generativa estão revolucionando a produtividade e a eficiência, mas ainda há desafios a serem superados para incorporar métricas que valorizem criatividade e inovação.

A relação entre humanos e tecnologia também está evoluindo. Segundo o futurista Neil Redding, essa transformação vai além da simples automação: estamos entrando na era dos agentes de IA, que atuarão não apenas como assistentes, mas como iniciadores e finalizadores de tarefas, antecipando necessidades e oferecendo soluções proativas.

Essa tendência é especialmente visível no e-commerce, em que as barreiras entre o digital e o físico estão se reduzindo, criando experiências omnichannel mais fluidas e ampliando a liberdade de escolha do consumidor. Esse conceito, chamado de "comércio agêntico", já permite que a IA auxilie na busca e comparação de produtos.

No futuro, agentes autônomos inteligentes serão capazes de recomendar, negociar e realizar compras proativamente, criando um checkout invisível e sem fricção.

A personalização do varejo por meio da IA também foi amplamente debatida no SXSW. Em um painel conduzido por uma das principais empresas de tecnologia e pesquisa online, três desafios foram destacados:

  • identificar o momento certo da compra;
  • oferecer confiança para compras espontâneas;
  • e ajudar consumidores a materializar produtos que imaginam.

A resposta para essas questões passará por modelos de IA cada vez mais sofisticados, que captam sinais comportamentais e criam experiências mais envolventes.

Um exemplo inovador dessa tendência vem da indústria de perfumes, que encontrou na IA uma maneira revolucionária de digitalizar a experiência sensorial. Como o cheiro é um dos sentidos mais difíceis de traduzir para o mundo digital, pesquisadores estão desenvolvendo protótipos de dispositivos de impressão 3D capazes de replicar fragrâncias para testes remotos. Além disso, a IA está acelerando o processo de formulação de perfumes, testando e combinando ingredientes de forma mais rápida e eficiente.

Assim como no varejo, no setor financeiro a IA também desempenha um papel central. Um dos temas discutidos no SXSW foi a complementaridade entre grandes modelos de linguagem (Large Language Models - LLMs) e modelos menores e mais específicos (Small Language Models – SLMs). Enquanto os LLMs oferecem uma base ampla de conhecimento, os SLMs focam na especialização e na eficiência.

No setor de pagamentos, isso significa experiências mais fluidas e intuitivas, com IA auxiliando consumidores a escolherem a melhor forma de pagamento, antecipando fraudes e otimizando a jornada do usuário. A personalização dos serviços bancários e das formas de transação se tornará ainda mais precisa, garantindo ofertas alinhadas ao perfil de cada consumidor.

A IA também está mudando a relação das pessoas com o dinheiro. No futuro, espera-se que os pagamentos sejam cada vez mais invisíveis e integrados ao cotidiano, com IA prevendo necessidades e sugerindo soluções antes mesmo de o consumidor perceber a demanda.

A experiência de compra será mais imersiva, facilitada por assistentes digitais que conhecem os hábitos de consumo e oferecem recomendações altamente personalizadas. Esse avanço reforça a importância da interoperabilidade entre diferentes plataformas e métodos de pagamento, garantindo uma experiência do usuário sempre fluida.

O SXSW deixou ainda mais claro que a IA não é apenas uma tendência passageira, mas um imperativo para empresas que desejam se manter competitivas. No setor financeiro e de meios de pagamentos, a evolução será pautada por modelos mais ágeis, eficientes e criativos, que não apenas otimizam processos, mas também elevam a experiência do usuário a um novo patamar.

Para líderes do setor, o desafio será equilibrar tecnologia e humanização, garantindo que a IA seja um facilitador da vida das pessoas e não apenas um mecanismo de eficiência. O futuro dos pagamentos já está sendo moldado, e ele será mais inteligente, intuitivo e personalizado do que nunca.

  • *Por Fernando Amaral, vice-presidente de Produtos e Inovação da Visa do Brasil

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