Marketing

Diferença entre prêmios do Oi Park Jam levanta debate

Imagem mostrando diferença nos prêmios de homens e mulheres gerou polêmica na internet

Oi Park Jam: evento gerou debate por valores de prêmios bem diferentes (Oi/Divulgação)

Oi Park Jam: evento gerou debate por valores de prêmios bem diferentes (Oi/Divulgação)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 17h04.

Esportes, sejam eles mais radicais ou nem tanto, são uma das amostras claras da desigualdade de gênero que ronda e cerceia nossa sociedade. Enquanto os meninos desde cedo são estimulados a jogar bola, por exemplo, nossas meninas são incentivadas a brincarem de casinha ou boneca.

A internet se viu envolta em mais uma questão a ser discutida (por uns, já que outros mostraram ainda não entender o motivo dessa necessidade). A Oi recentemente divulgou sua estratégia de fomento aos esportes que promovem a cultura urbana.

Dentre as medidas deste movimento estava o patrocínio ao “Oi Park Jam”, um campeonato remoldado para receber a presença de figuras internacionais e mulheres na modalidade “park”. A questão levantada pela internet veio diante do prêmio dado aos vencedores. O campeão, do sexo masculino, recebeu R$17 mil reais e a campeã, do sexo feminino, recebeu R$5 mil reais, o que foi apontado como erro, como se existisse o “jogo do um erro”.

Página da Oi: evento trouxe premiação diferente para homem e mulher

Página da Oi: evento trouxe premiação diferente para homem e mulher (Instagram/Reprodução)

Para parte da internet o motivo da disparidade no prêmio está no fato de que “homens estão no esporte há mais tempo”, o que faz com que eles recebam “mais patrocínio, espaço na mídia e apoio” neste recorte. Para outra parte (tão grande quanto) do mundo digital é só mais uma amostra da desigualdade de gênero existente (não só) no universo profissional.

Por meio da sua página no Facebook, o Park Jam liberou um post para explicar ao público o motivo dessa diferença toda. Sobre os questionamentos, o posicionamento foi de abertura à necessidade de um debate para o “desenvolvimento do skate no universo feminino”, já em relação ao pagamento, a justificativa é que “o número de praticantes de skate ainda é diferente entre os gêneros e o Oi Park Jam reflete essa realidade”.

Ao todo foram 23 homens (22 profissionais entre os mais bem colocados no ranking mundial e 1 amador) e apenas 10 mulheres (em sua maioria amadoras) competindo. “As premiações levaram em conta, portanto, a participação qualitativa e quantitativa de skatistas profissionais, que por consequência leva a um maior grau de dificuldade para se chegar às primeiras colocações”, defendeu o comunicado.

Sobre oportunidades, o Oi Park Jam manifestou que “tem como premissa estimular a popularização do skate e o aumento da participação das mulheres nessa cena, historicamente masculina”.

A skatista Karen Jonz, que participa deste movimento junto com a Oi também deu seu parecer diante da situação. Para Karen “o mundo está em constante evolução, e nunca antes se fez tão necessário que paradigmas ultrapassados sejam derrubados”. E apesar de considerar o skate um esporte do futuro, Jonz reconhece o quanto ele “ainda reproduz alguns conceitos que não têm mais lugar na versão 2018 do nosso planeta”.

O universo narrado pela skatista é o “ecossistema de desigualdade que faz com que muita gente do nosso meio ache que ‘tudo bem’ uma premiação pagar três vezes mais para o campeão masculino”. Ao ver a comoção que a notícia do valor das premiações provocou no público, a skatista percebeu que mesmo que se note um avanço rumo à igualdade, ainda há muito o que se fazer.

Ela finaliza defendendo o quanto o “mundo não é assim. O mundo apenas está assim. Nossa luta é para que metade das pessoas que habitam desse planeta (mulheres) sintam-se tão capazes de seguirem seus sonhos quanto a outra metade (homens)!”, o que só acontecerá diante de união, luta e de ofertas de oportunidades. Confira o post completo clicando aqui.

Conteúdo publicado originalmente no site AdNews.

Acompanhe tudo sobre:EsportesMachismoOiPolêmicas

Mais de Marketing

Burger King e Mari Maria lançam glosses com aromas inspirados em itens do cardápio

Casa da Asics em São Paulo já realizou mais de 20 mil encontros com corredores

Caravana de Natal da Coca-Cola Femsa Brasil percorre 85 cidades e tem até IA; veja locais

Spaten: como uma marca de 600 anos continua de pé e 'lutando' pelo consumidor?