A compra do pão é um dos reflexos do bom desempenho da economia (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2012 às 12h26.
Rio de Janeiro - A classe DE foi a que mais cresceu em consumo de bens não duráveis no primeiro trimestre de 2012, comparado ao mesmo período de 2011. Nos três primeiros meses, os consumidores da baixa renda passaram de 25% em participação nos gastos para 30%, representando uma expansão de 12%. Os números mostram uma equiparação à classe AB, que caiu de 33% para 30%. A classe C ainda detém a maior fatia da participação dos gastos no Brasil, mesmo tendo saído de 42% para 40%.
Uma das justificativas para a evolução no poder de compra da classe DE foi o crescimento da variedade de produtos adquiridos. Das 78 categorias analisadas pelo estudo trimestral da Kantar Worldpanel, o consumo de 65 delas cresceu nos lares da baixa renda. Em total de unidades adquiridas, 44 categorias apresentaram aumento.
A expansão do consumo também é considerada reflexo do desenvolvimento dos pequenos centros brasileiros, onde 70% da classe DE está presente. Enquanto essas regiões cresceram 13% no primeiro trimestre de 2012, os grandes centros registraram aumento de 9%.
Pão de todo dia
Os itens que compõem a cesta de café da manhã são considerados os responsáveis pelo bom desempenho do consumo no primeiro trimestre deste ano. O pão, que teve uma queda de 10% em seu preço médio, lidera a lista com um crescimento de 22% em volume. Em seguida estão café torrado, iogurte, leite longa vida e bolos prontos.
O aumento de vendas do pão reflete uma transformação das padarias em um canal forte de consumo. O consumidor passa a enxergar os estabelecimentos com uma nova opção de compra. O estudo da Kantar Worldpanel aponta, por exemplo, que uma em cada duas idas a pontos de venda no Brasil são em padarias. Os produtos mais procurados são refrigerantes, pasteurizado, longa vida, biscoito e salgadinhos.
Outra mudança de comportamento de consumo da classe DE é quanto à sustentabilidade. Segundo a pesquisa, o brasileiro mostra uma tendência a optar por produtos com abordagem sustentável desde que apresentem benefícios, principalmente no bolso. O uso das sacolas retornáveis, por exemplo, ainda é visto com receio e 43% da população da baixa renda nunca utilizou ecobags.
De acordo com o estudo, a resistência ao uso das sacolas retornáveis mostra um novo atributo avaliado pelo consumidor no momento da compra no que diz respeito à embalagem: caber na mão. Atualmente, além de escolher pelas embalagens práticas, informativas, ecológicas e inovadoras, poder carregar o produto na mão passa a ser fator decisivo na decisão do que colocar nas bolsas.