Atenção aos detalhes também é importante para garantir o sucesso do evento (Leo Feltran/Veja)
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2011 às 11h50.
Rio de Janeiro - Como organizar eventos e promover a marca com pouca verba? A pergunta ronda a cabeça da maioria dos profissionais de marketing, que precisam cada vez mais realizar ações de lançamento e ativação de produtos sem aumentar os custos ou, até mesmo, com a verba reduzida.
É também o caso, principalmente, dos micro e pequenos empresários que pensam até duas vezes antes de investir na divulgação do produto e esperam um retorno sem garantias. Para driblar o orçamento limitado, a estratégia e o planejamento são os melhores caminhos na hora de realizar um evento que seja eficiente.
Foco no público-alvo, parcerias de negócios e ideias criativas são os principais meios para promover a marca cortando gastos. Atenção aos detalhes também é importante para garantir o sucesso do evento.
Não é bom para a imagem de uma empresa do ramo de saúde, por exemplo, servir muitas frituras em um coffe break. Pequenas mudanças de atitudes podem trazer benefícios em longo prazo para a marca e reduzir em média 30% dos gastos com eventos promocionais.
“Para uma empresa de pequeno porte produzir uma ação de relacionamento com o público, normalmente, o ideal era disponibilizar em torno de R$ 20 mil. No entanto, os valores podem ser reduzidos para R$ 12 mil se aplicadas algumas transformações estratégicas. Já no caso de uma companhia média seriam necessários cerca de R$ 50 mil, mas seguindo planos bem elaborados, a quantia pode ser reduzida para até R$ 30 mil”, explica Adriana Máximo, especialista em eventos corporativos e diretora da agência Techne Comunicação e Evento.
Fazer mais com menos
O pensamento estratégico é importante em todos os passos dos profissionais de marketing. Quando a verba fica apertada, no entanto, a função se torna essencial.
Para desenvolver uma promoção é necessário primeiro saber montar um grupo de formadores de opinião e saber qual é o seu público alvo.
É importante identificar pessoas chaves, como diretores e gerentes de equipes e os que possuem perfil de comunicadores, e realizar atividades voltadas para as características do público presente.
O ideal é reduzir o número de participantes entre 10 e 15 representantes e focar em realizar atividades que fujam da rotina de trabalho. Ao invés de, por exemplo, apresentar um novo iogurte e falar sobre todas as suas características, é mais prático e econômico a empresa promover um jantar com um seleto grupo de especialistas e oferecer o produto após a refeição, economizando com panfletos e brindes.
Durante a experimentação casual podem ser feitas observações sobre o produto, proporcionando conhecimento e vivência durante o encontro.
“Costumamos trabalhar com experiência e relacionamento, desenvolvendo a sensibilidade das pessoas, para que elas possam levar, depois do evento, uma lembrança do produto”, afirma Adriana.
Desenvolvendo boas ideias
A fim de promover experiências e se afastar das habituais palestras é necessário ter ideias criativas. Para isto, também é preciso conhecer o produto, além de saber como experimentá-lo, senti-lo e todas as possibilidade de fazer uso dele, encontrando a maneira mais adequada para apresentá-lo ao público. A Techne Comunicação e Evento viabiliza aos clientes ações de experiências desde passeios ao parque a peças de teatro, de acordo com as características do produto de cada marca.
“Quando a empresa pesquisa para definir bem o público, ela consegue mapear o terreno em que realizará sua divulgação. Temos que pensar nos valores da marca e ter boas ideias e criatividade para desenvolver ações simpáticas e agradáveis, que fiquem na memória do cliente”, completa Adriana.
Atenção às tendências do mercado também pode ser um caminho para economizar em pequenos detalhes. A sustentabilidade, por exemplo, que é exposta como princípio da maioria das empresas, pode ser trabalhada nos eventos por meio de atitudes práticas
Ao invés de entregar o material de lançamento do produto imprenso, mesmo que em papel reciclável, as informações podem ser enviadas por e-mail aos participantes.
Promover encontros
Definindo o público e a ideia, as parcerias entre negócios também podem render ganhos para todas as partes envolvidas em um evento.
Com pouca verba, é possível se aliar a outras marcas que tenham afinidades ou alguma ligação estratégica e públicos alvos semelhantes para criarem iniciativas em conjunto.
“Realizar uma ação reunindo dois produtos é o que chamamos de junção de forças. Aliamos os postos de interesse das marcas de estarem no mesmo lugar e com o mesmo público. Produzimos uma determinada ação, que se cada uma das companhias estivesse fazendo separadamente teria um custo maior”, ressalta Adriana.
As junções são realizadas de acordo com o interesse dos envolvidos. A Techne, por exemplo, já produziu eventos de uma marca de artigos esportivos e conseguiu colocar no mesmo ambiente um laboratório farmacêutico que também tinha lançado um produto especifico para atletas.
Outro exemplo é o que fez a Fisher-Price com o Hospital Infantil Sabará. A marca doará brinquedos para as brinquedotecas da instituição em troca apenas da divulgação dos produtos junto aos maiores pacientes do hospital, as crianças de zero a três anos da classe A.
Pequenas ações e mais presença
Por meio de novas formas de experimentação dos produtos, a marca consegue economizar e produzir o encantamento do público, por isso, setores como saúde, beleza e nutrição são os mais propensos a realizar atividades com pouco orçamento para impactar os clientes.
Pequenas ações ao longo do ano também podem funcionar mais do que um mega evento com grandes investimentos, principalmente quando se trata do pequeno e do médio empreendedor.
A partir de três promoções anuais, a empresa com pouca verba consegue promover a lembrança da sua marca por mais tempo. Com pequenos grupos, os encontros causam um relacionamento ainda maior entre a empresa e os clientes.
“O evento será só uma ponta de toda estratégia de Marketing se faltar foco e planejamento, não adianta ter muito ou pouco dinheiro. É jogar recursos fora. Se não for tudo pensado passo a passo, se gasta muito e corre o risco do projeto não ficar do jeito esperado”, finaliza Adriana.