Marketing

Como a recém-criada Hitgame quer conectar marcas a microinfluenciadores

Roberto Marinho Filho, CEO da Conta Zap, Dedé Dwight, ex-diretor do Banco do Brasil e Gueitiro Genso, ex-CEO do PicPay se juntaram para fundar Hitgame, com foco em marketing de influência

Influeciadores: na estimativa da empresa, existem 10 millhões de pequenos influenciadores desenvolvendo conteúdo no país sem serem vistos pelas marcas. (Anastasiia Krivenok/Getty Images)

Influeciadores: na estimativa da empresa, existem 10 millhões de pequenos influenciadores desenvolvendo conteúdo no país sem serem vistos pelas marcas. (Anastasiia Krivenok/Getty Images)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 14h46.

Para os sócios da empresa Hitgame, o jeito que os influenciadores digitais são vistos pelas marcas tem algumas coisas que precisam mudar. Roberto Marinho Filho, CEO da Conta Zap, Dedé Dwight, ex-diretor do Banco do Brasil e Gueitiro Genso, ex-CEO do PicPay se juntaram para fundar a empresa que tem foco em marketing de influência, mas quer apostar nos influenciadores de um novo jeito.

Com foco principalmente nos pequenos influencers, espalhados pelos rincões do Brasil, a Hitgame foi criada na tese de que essas personalidade não são apenas uma mídia, como no geral as marcas e o marketing de influência tradicional costuma ver.

"Se a pessoa tem capacidade de influenciar, se ela constrói autoridade na capacidade de recomendar e criar atenção, eles são na verdade a nova rede de vendedores. O poder social é a nova força de vendas, e não necessariamente apenas uma força de mídia. Eles até são uma força de mídia. Se você pedir para a Juliete, para o Filipe Netto falar de um produto, você vai chamar atenção. Mas na Hitgame a gente acredita que os influencers podem ser vendedores. Não importa o tamanho do poder social ou o alcance", explica Dedé Dwight.

Na prática, a plataforma da Hitgame quer possibilitar que as marcas possam gerir as conversas que esses influenciados vão começar a desenvolver com suas comunidades sobre os produtos e serviços. Para Gueitiro Genso, todo o investimento faz sentido porque as pessoas querem comprar a partir da orientação de um influenciador: "Esse é uma movimento que as marcas querem".

Na estimativa da empresa, existem 10 millhões de pequenos influenciadores desenvolvendo conteúdo no país sem serem vistos pelas marcas. "Temos nanoinfluenciadores no interior que são referências nas cidades deles, mas uma marca de São Paulo não vai conseguir enxergá-lo. Mas naquele microambiente ele é valioso", defende Gueitiro Genso.

Em geral, no interior, a relação de marcas pequenas como os infleunciadores locais acontecem por meio de permuta, sem tanta profissionalização e métricas.

A plataforma da empresa tem um proposta de servir tanto para grandes marcas, quanto para pequenas. Além disso, é gameficada. As marcas vão colocar um briefing de que público querem alcançar e aquela proposta vai ser aberta aos influenciadores cadastrados na plataforma. Aqueles que conseguirem realmente alcançar os indicadores de perfomance vão receber o valor acertado. Para processar esse dados, a Hitgame vai contar a infraestrutura de tecnologia da Conta Zap, que pertence ao sócio Roberto Marinho Filho.

De acordo com um estudo realizado pela Business Insider Intelligence, o investimento global em influenciadores digitais pode chegar até 15 bilhões de dólares em 2022. "Hoje ninguém mais compra um pão sem antes saber se algum influencer recomenda alguma marca", defende Dedé.

Dedé Dwight destaca como a tecnologia mudou o segmento da publicidade, invertendo a lógica de quem determinava o assunto. Antes, as marcas e empresas de comunicação pautavam os anúncios e o programas de TV. Hoje, as conversas dos usuários das redes sociais e o assuntos que bombaram na semana é que determinam as ações de marketing, por exemplo.

"Isso cria algumas possibilidades, mas também um problema para o marketing tradicional. Antes você tinha um dinheiro e um produto, investia e ele teria uma visualização. Se ele fosse bom, você teria mercado. Agora, mesmo com um bom produto, você pode não conseguir um mercado porque você não conseguiu atenção. É essa economia da atenção. O que vai fazer a diferença é sua capacidade de chamar a atenção, e não apenas ou necessariamente a qualidade do produto."

Acompanhe tudo sobre:estrategias-de-marketingMarcas

Mais de Marketing

Spotify quer ter 1 bilhão de usuários até 2030; diretora-geral na América Latina explica plano

Donos do hit do momento, Brenno e Matheus 'descem para BC' em ação da Havan

Shopee lança programa Creator da Shô para microinfluenciadores com R$ 1 mil em benefícios

As 5 marcas mais lembradas pelos consumidores brasileiros durante o verão