Compras no futuro serão afetadas pelo posicionamento atual das marcas (Valter Campanato/Agência Brasil)
Marina Filippe
Publicado em 7 de abril de 2020 às 10h41.
Última atualização em 7 de abril de 2020 às 14h20.
A pandemia do novo coronavírus tem mudado as estratégias das empresas em relação ao marketing. Neste momento, não basta saber qual produto a empresa vende e onde comprar.
Os consumidores querem mais do que nunca que as marcas tenham propósito, ajudem a comunidade e sejam assertivas em suas comunicações.
Sobre esse tema, foi realizado o estudo “Confiança nas Marcas e a Pandemia de Coronavírus”, realizado pela agência global de comunicação Edelman, com 12 mil pessoas, em 12 países, inclusive no Brasil.
Para 94% dos brasileiros as marcas devem ofereçam produtos gratuitos ou mais baratos para profissionais da saúde, pessoas de alto risco e aqueles cujos trabalhos foram afetados.
A rede de restaurantes Outback, por exemplo, doou 6.000 ovos de Páscoa para profissionais de saúde. A fabricante de alimentos Linea doou 5.000 unidades dos ovos de chocolate que fabrica para profissionais em hospitais de campanha em São Paulo.
Globalmente, 60% das pessoas têm recorrido as marcas que já confiavam. No Brasil, o índice é de 68%. E 46% dos brasileiros começaram a usar uma nova marca por causa da forma inovadora ou compassiva com que ela tem respondido ao surto do vírus, versus 37% da população global.
Como resultado, a qualidade da resposta de uma marca à crise terá um impacto enorme na propensão de compra de 76% dos brasileiros, assim como as companhias colocam seus lucros acima das pessoas durante a crise perderão a confiança, possivelmente para sempre.
As ações que acontecem agora devem ser lembradas por um longo prazo, e o marketing serve como uma ferramenta que consolida as atitudes da empresa.
Os líderes que tomam decisões que não agradam a população podem sofrer duras consequências em breve. Um exemplo, foi quando a #maderonuncamais se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais após Junior Durski, dono das redes de lanchonetes Madero e Jerônimo ser contra o isolamento social e demitir 600 funcionários.