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Com Popó e Bambam, Shopping D mira no entretenimento para ‘nocautear’ concorrentes

Estabelecimento em São Paulo atraiu 33% mais visitantes durante o evento esportivo; fluxo foi maior que o dia 24 de dezembro, no Natal

Shopping D, na Zona Norte de São Paulo (Divulgação/Shopping D)

Shopping D, na Zona Norte de São Paulo (Divulgação/Shopping D)

Juliana Pio
Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Publicado em 13 de março de 2024 às 15h53.

Última atualização em 13 de março de 2024 às 17h18.

Palco dos treinos, pré-luta, pesagem e encaradas entre Popó e Bambam, antes do embate oficial que durou 36 segundos, o Shopping D, na Zona Norte de São Paulo, viu seu público aumentar em 33% durante os dois dias de evento.

Entre 22 e 23 de fevereiro, as vendas totais cresceram 4% (quase 400 mil reais) e o fluxo de veículos no estacionamento foi 51% maior na comparação com o mesmo período de 2023. Somente no dia da pesagem de Popó, o local recebeu mais visitantes do que em 24 de dezembro, no Natal.

Os números refletem a nova estratégia da marca, que vem se posicionando cada vez mais como um espaço de entretenimento para impulsionar os negócios e desbancar a concorrência em um setor que movimenta 194,7 bilhões de reais, segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). São Paulo é o estado que lidera em número de estabelecimentos, com 193.

“A ideia é que a letra ‘D’ no nome, que anteriormente era relacionada ao desconto, seja associada à diversão”, diz Ricardo Loducca, diretor executivo de vendas e marketing da Syn, administradora do shopping.

A mudança começou após a pandemia, quando a companhia, antiga Cyrela Commercial Properties (CCP), revisitou o planejamento estratégico dos seus seis shoppings, entre eles, Cidade São Paulo, Tietê Plaza e Grand Plaza, em São Paulo. Além destes, há ainda o Metropolitano Barra, no Rio de Janeiro, e o Shopping Cerrado, em Goiânia.

“Notamos que havia uma lacuna de mercado focada em entretenimento que dava para ser explorada”, lembra o executivo.

Em 2022, a empresa instalou um parque temático de dinossauros em um espaço de quase 4 mil metros quadrados, no estacionamento, com uma roda-gigante. A novidade turbinou o fluxo de pessoas, bem como as vendas na praça de alimentação, com uma alta de quase 25%, entre 2022 e 2023.

“Começamos a receber um público bastante diverso, inclusive, que não tinha o hábito de frequentar o shopping”, diz Loducca, que decidiu apostar em novas atrações.

Treinos, pré-luta, pesagem e encaradas entre Popó e Bambam ocorreram no Shopping D (Divulgação/Shopping D)

Mix de atrações para públicos diversos

Hoje, além do T-Rex Park, o Shopping D abriga uma área de games de mais de 4 mil metros quadrados, na parte interna, uma das maiores piscinas de bolinha da América Latina e ainda um parque de brinquedos infláveis gigantes.

Soma-se às atrações um mix de restaurantes variados na praça de alimentação, incluindo o Cruzeiro's Bar e uma sucursal do restaurante Mocotó, do chef Rodrigo Oliveira.

De acordo com o executivo, a ideia de reposicionamento leva em consideração uma demanda reprimida pós-pandemia, bem como a localização do espaço, que tem fácil acesso, inclusive, via transporte público. Há também uma tendência de redução do tamanho das lojas por parte das grandes redes.

“Isso gerou uma lacuna que estamos conseguindo preencher com entretenimento. Em um dos casos, a receita gerada com aluguel complementar na mesma área foi 188% superior à do antigo inquilino”, destaca.

Centro de diversão e entretenimento

Entre 2022 e 2023, o Shopping D cresceu 10% em vendas totais e 22,3% em fluxo de pessoas. A Syn não revela cifras, mas recentemente vendeu fatias de seus seis shoppings por 1,85 bilhão de reais – mais que o valor de toda a companhia, considerando equity e dívida.

Para 2024, os investimentos do 'D' estarão focados em eventos licenciados, ações ligadas ao esporte, alimentação e experiências de lazer, contemplando toda a jornada do consumidor. Uma pista de kart também está entre as novidades que serão anunciadas em breve.

“A ideia é transformar o Shopping D em um centro de diversão e entretenimento de São Paulo. O desafio é equilibrar as receitas, para que não precise perder mix ao acoplar esses tipos de entretenimentos, que podem ser diversos”, salienta o diretor da Syn.

Nesse processo, o grupo tem ampliado a captação de dados dos clientes para ser mais assertivo em suas estratégias de comunicação. “Estamos em fase de organização e qualificação de toda a nossa base. Este, talvez, seja o projeto mais importante da área de tecnologia combinada ao comercial e ao marketing de toda a companhia”, finaliza.

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