Narcos: uma das séries produzidas pela Netflix e uma das mais bem recebidas pelo público (Reprodução/Narcos)
Guilherme Dearo
Publicado em 3 de outubro de 2016 às 12h41.
São Paulo - Se você acha que a oferta de filmes e séries na Netflix diminuiu, saiba que não é apenas uma "impressão".
O catálogo da marca nos EUA está, de fato, bem menor.
Em 2012, eram cerca de onze mil títulos disponíveis. Agora, em 2016, são cerca de 5.300.
Ou seja, o catálogo encolheu 50% em quatro anos.
Os dados são do blog Exstreamist, que cobre a área de streaming. Ele cita, como fontes, diversos ex-funcionários da Netflix.
A queda de títulos coincide com a virada 2012/2013, quando a marca começou a produzir as próprias séries e filmes.
Nos últimos dois anos, são cada vez mais constantes os lançamentos de conteúdo "original Netflix".
Tal tendência vai continuar. Em 2016, serão 600 horas de conteúdo original, por exemplo.
O CFO da marca, David Wells, já disse em entrevistas que o futuro da marca é "50/50", ou seja, metade conteúdo original Netflix e metade conteúdo licenciado.
A diminuição do "conteúdo dos outros" tem dois motivos.
O primeiro: é caro para a marca manter os títulos de terceiros, ainda mais no momento atual, quando o site de streaming chegou "ao mundo todo" (quase).
É caro (e trabalhoso) um contrato que engloba dezenas e dezenas de países e suas diferentes exigências e leis.
O segundo motivo é que o conteúdo original, apesar do alto investimento, traz um retorno (financeiro e simbólico) para a própria marca enquanto "produtora de conteúdo".
E essa força já se mostra clara no "mundo de gente grande" do audiovisual, competindo com outras grandes produtoras tradicionais de Hollywood.
Filmes da marca já foram indicados ao Oscar, por exemplo: os documentários "What Happened, Miss Simone?", "Winter On Fire", "Virunga" e "The Square".
Séries da Netflix também foram parar do Globo de Ouro: Wagner Moura, por seu papel em "Narcos", por exemplo; e, por diversas vezes, "House of Cards" e "Orange Is The New Black".