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Campanha da Nike com atleta e ativista Kaepernick é alvo de ataque racista

Em 2016, ex-jogador de futebol americano ajoelhou-se durante o hino nacional dos EUA em protesto contra injustiça racial e brutalidade policial no país

Atleta e ativista Colin Kaepernick é novo rosto do anúncio "Just Do It". (Nike/Divulgação)

Atleta e ativista Colin Kaepernick é novo rosto do anúncio "Just Do It". (Nike/Divulgação)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 4 de setembro de 2018 às 11h19.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2019 às 17h10.

São Paulo — Para ser o rosto de sua nova campanha em comemoração aos 30 anos do slogan "Just Do It", a Nike escolheu o ex-jogador de futebol americano Colin Kaepernick, que provocou controvérsia ao se ajoelhar durante o hino nacional para protestar contra a injustiça racial nos Estados Unidos.

O anúncio é uma simples imagem em preto e branco do rosto do atleta e ativista com a mensagem "Acredite em algo. Mesmo que isso signifique sacrificar tudo". Kaepernick tuitou o anúncio em sua conta no Twitter na tarde de segunda-feira. 

O tuíte imediatamente se tornou viral, acumulando milhões de mensagens de apoio. No entanto, também atraiu críticas de alguns setores, incluindo de políticos como o ex-governador do estado de Arkansas, Mike Huckabee.

Outros usuários da rede social queimaram produtos da Nike em protesto contra a indicação de Colin Kaepernick como o rosto da nova campanha publicitária da marca.

No Twitter, os ataques são reunidos usando as hashtags #JustBurnIt, que alude ao ato de queimar produtos da marca e a #BoycottNike, que estimula o boicote. 

https://twitter.com/TreatTheFeet/status/1036859854533611521

https://twitter.com/Progressive_Pol/status/1036771155565268993

Ao anunciar a escolha, a Nike disse que ele era "um dos atletas mais inspiradores desta geração".

Durante a pré-temporada de 2016 da Liga de Futebol Americano dos Estados Unidos (NFL), Kaepernick ajoelhou-se ao longo do hino nacional dos EUA como uma maneira de pedir ao país que proteja e defenda os direitos de seu povo, em resposta à violência e brutalidade da polícia contra pessoas negras.

Kaepernick, que desde que deixou o San Francisco 49ers em 2017 continua sem equipe, chegou a ser repreendido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, por causa de sua posição pública. Trump pediu aos donos de equipes da NFL que demitissem jogadores que agissem como ele. Em maio deste ano, a NFL determinou que os times serão punidos se jogadores se ajoelharem durante o hino do país.

Em abril, Kaepernick foi homenageado com o Prêmio Embaixador da Consciência da Anistia Internacional em 2018.

“O prêmio Embaixador da Consciência celebra o espírito de ativismo e coragem excepcional, como encarnado por Colin Kaepernick. Ele é um atleta que agora é amplamente reconhecido por seu ativismo que se recusa ignorar ou aceitar a discriminação racial ”, disse na ocasião Salil Shetty, Secretário Geral da Anistia Internacional.

Entre suas atividades, Kaepernick possui uma instituição de caridade que trabalha para combater a opressão em todo o mundo através do ativismo social, educação e capacitação jovens.

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