(Campanha do Burger King/Reprodução)
Vanessa Barbosa
Publicado em 8 de novembro de 2018 às 09h44.
Última atualização em 8 de novembro de 2018 às 10h08.
São Paulo - O avanço das tecnologias digitais colocou um universo de conhecimentos ao alcance de um toque, mas também deu vazão a comportamentos, no mínimo, repreensíveis, a exemplo de comentários cheios de rancor, ódio e preconceito, tão comuns nas redes sociais.
Atenta à questão, a rede de restaurantes fast-food Burger King lança em suas redes sociais nesta quinta-feira (8) uma campanha para mostrar que, sim, a internet é um espaço livre para expressão de ideias e opiniões, mas não para espalhar preconceitos.
Para isso, a marca lançou mão, pela primeira vez, da estratégia de marketing reverso. Em um vídeo, a marca dá voz ao seus haters (internautas que fazem comentários agressivos) e contrapõe essas críticas a uma série de comentários preconceituosos e que muitas vezes passam "disfarçados" de opinião nas redes sociais.
“Este é um assunto sério e que, infelizmente, ainda precisa ser conversado. Por isso não medimos esforços para mostrar que todos são bem-vindos e entendemos que cada um tem uma opinião diferente. Aceitamos críticas, mas não aceitamos nenhuma forma de preconceito”, diz Ariel Grunkraut, diretor de marketing e vendas do Burger King Brasil, em nota enviada em primeira mão ao site EXAME.
A ação conta com a parceria de três ONGs: AZMina, instituição que produz conteúdo sobre a luta das mulheres; CEERT, instituição voltada para a promoção da igualdade de raça e de gênero; e a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT).
Confira o vídeo da campanha:
https://www.youtube.com/watch?v=px64jbWlKgA&feature=youtu.be
No marketing reverso, o produto sai de cena (como se vê, não há propaganda de lanches), dando espaço para uma comunicação que se conecte com o cliente de maneira mais significativa. Na campanha do BK, o que está em pauta são valores que a empresa quer promover e que espera que seus clientes tenham, como o respeito às diferenças.
Em outubro deste ano, a BK Brasil Operação e Assessoria a Restaurantes, detentora da marca Burger King no país, foi condenada a indenizar uma designer e seu filho em R$ 24 mil por danos morais. Mãe e filho foram vítimas de ato de racismo praticado pelo segurança de uma lanchonete da marca em Ipanema, no Rio de Janeiro.
Segundo e empresa, o tema da campanha foi pensado de uma maneira geral de conscientização e independe deste caso específico, e tem como objetivo mostrar que a marca é contra esse tipo de comportamento e que quer contribuir para uma sociedade melhor, além de reforçar que todos são bem-vindos nos restaurantes da rede.