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Conheça as marcas que se destacam no mercado cubano

Será o início de uma nova era para as marcas na ilha comandada pelos Castro?


	Marcas cubanas: será o início de uma nova era para as marcas na ilha comandada pelos Castro?
 (interbrandsp)

Marcas cubanas: será o início de uma nova era para as marcas na ilha comandada pelos Castro? (interbrandsp)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2015 às 14h03.

Após mais de 50 anos de relações cortadas, Cuba e Estados Unidos voltaram a apertar as mãos – gesto que promete ser o início do fim do bloqueio econômico americano.

Será também o início de uma nova Era para as marcas na ilha comandada pelos Castro? Dois de nossos Interbranders estiveram em Cuba e trouxeram um pouco sobre as marcas cubanas na bagagem.

Baía dos Porcos

Havana, 17 de abril de 2015, sexta-feira.

Começamos no ponto onde os cubanos comemoram 54 anos do início do conflito que terminaria em vitória sobre os americanos, conhecido como “Invasão da Baía dos Porcos”, ou “La Batalla de Girón”. O Sol colabora com o clima de festa na ilha comunista, a temperatura beira os 40 graus e pede uma bebida para refrescar. “Señor, tiene cerveja aca?” – pedimos em portunhol macarrônico. Ali descobrimos que as marcas, ícones do capitalismo, também geram valor e disputam mercado entre os comunistas.

(Lucas Gini e Pedro Kastelic)

Una cerveza

Havana, 18 de abril de 2015, sábado.

As principais marcas de cerveja de Cuba são Bucanero, Cristal, Cacique e Mayabe – todas elas produzidas pela “Empresa Mixta Bucanero S.A.” – uma espécie de Ambev cubana. Além delas, é possível encontrar Heineken e Bavaria (a alemã, não a brasileira) tão geladas quanto as cubanas.

As duas primeiras são como Brahma e Skol castristas (respectivamente). Enquanto a Bucanero não esconde ser mais encorpada, vide o “Fuerte” estampado em seu rótulo. A Cristal é mais leve e diz ser a preferida dos cubanos em seu slogan. Cacique e Mayabe são menos encontradas em “La Habana”. Além delas, outras cervejas marcam algumas regiões do país, como a Tínima de Camaguey, La Palma de Ciego de Avilla, Tropical de Granma, e “Manacas” de Villa Clara.

(Lucas Gini e Pedro Kastelic)

El Negrón o Cuba Libre?

Havana, 19 de abril de 2015, domingo.

Muitos drinques levam o nome de Cuba para os bares mundo afora e todos eles levam o legítimo rum cubano na receita. Se o uísque está para a Escócia, assim como só é champanhe quando vem da França e a cachaça é a cara do Brasil, o rum é um símbolo de Cuba. E não é por ser um país comunista que as marcas não disputariam o título de verdadeiro rum cubano. Entre os mojitos e os daiquiris favoritos de Hemingway, marcas como Havana Club, Legendario e Santiago de Cuba disputam o protagonismo dos drinques.

Mas é quando o refrigerante de cola entra na mistura que a disputa Cuba versus Estados Unidos esquenta. Enquanto a famosa Cuba Libre combina rum e Coca-Cola, os cubanos mais patriotas afirmam que a verdadeira bebida cubana é o El Negrón, símbolo da revolução cubana e do fim da segregação racial, que mistura o mesmo rum com a Tu Cola, uma versão cubana e menos açucarada do líquido preto.

(Lucas Gini e Pedro Kastelic)

Habanos S.A.

Havana, 20 de abril de 2015, segunda-feira.

Os charutos são a verdadeira marca registrada de Cuba. Chamados de “habanos” ou “puros” pelos cubanos, todas as marcas são propriedade da Habanos S.A., multinacional que produz e distribui os “puros” por Cuba e pelo mundo (com exceção dos Estados Unidos, é claro). Hoje, 50% da Habanos S.A. é da britânica Imperial Tobacco, quarta maior empresa de cigarros do mundo.

Dois ícones mundiais são os garotos-propaganda das duas principais marcas de charutos cubanos. Montecristo é a segunda maior marca de charutos de Cuba e era a preferida de Ernesto “Che” Guevara – informação que todo vendedor faz questão de ressaltar aos turistas desavisados. A marca líder, o mais legítimo charuto cubano, porém, é e sempre será Cohiba. O favorito de Fidel Castro, chamado de El Jefe, é tão marcante para a marca quanto o lendário caubói da Marlboro.

(Lucas Gini e Pedro Kastelic)

O futuro

Havana, 21 de abril de 2015, terça-feira.

O Aeroporto José Martí é uma verdadeira ode ao comunismo, estampando o vermelho em tudo que é possível. O painel, antes basicamente povoado por destinos como Panamá, Colômbia e Canadá, tem espaço de sobra para novos pousos e decolagens.

O sanduíche que mata a fome dos viajantes ainda é o “jamón y queso”, enquanto Ronald McDonald e sua turma não desembarcam por lá -o que não deve demorar a acontecer.

Pelo menos o refrigerante que acompanha o sanduíche já tão vermelho quanto as paredes do aeroporto da ilha comunista. Na Cuba de 2015, já é possível pedir “Una Coca-Cola, por favor!”.

(Lucas Gini e Pedro Kastelic)

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