Ex-Presidente americano Bill Clinton: “O Brasil teve um feito econômico enorme e é o mais sustentável entre as grandes economias” (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2012 às 15h28.
Nova York - O varejo pode ser um dos grandes responsáveis por tirar os Estados Unidos da crise e o Brasil será a maior potência entre os emergentes. Essas são as crenças do ex-presidente Bill Clinton. Junto com outros países, todos devem enfrentar três desafios: a instabilidade da economia mundial e dos fenômenos naturais, a desigualdade e a sustentabilidade.
As apostas de Clinton fazem sentido. O varejo norte-americano representa 20% do produto interno bruto e emprega 25% da população. Por isso o crescimento do setor nos últimos meses tem sido comemorado como nunca. Mas ainda há mais a fazer para voltar os tempos de bonança. “Estamos emergindo lentamente da crise e sem dúvidas o varejo tem papel fundamental nesta retomada”, acredita o 42º presidente dos EUA, ouvido por mais de 30 mil pessoas nesta manhã durante a Conferência Anual da NRF – National Retail Federation.
Ainda assim, os empregos e o dinheiro que o varejo coloca na economia norte-americana não serão suficientes para combater a amplitude do problema. “Essa crise é muito mais do que econômica”, aponta Clinton. “Ela chegou no centro da vida das pessoas, ao ponto de terem pais que não conseguem mais olhar para as filhas por vergonha”, conta. “Por isso, não adianta apenas dar-lhes empregos e colocar dinheiro no bolso deles”.
Brasil, o país do futuro
A crise abateu o sonho americano. Em seu último livro, o democrata conta tudo que fez para ganhar dinheiro antes de entrar para a política e confessou sua origem varejista. Aos 13 anos, Clinton trabalhou em uma loja vendendo revistas em quadrinhos. “Mesmo assim, eu sabia que ganharia a vida. Hoje já não temos mais esta certeza”.
Uma convicção de Clinton é que o Brasil será o país mais próspero do mundo. “O Brasil teve um feito econômico enorme e é o mais sustentável entre as grandes economias”, afirma o ex-presidente. De acordo com o democrata, estamos na dianteira com relação à energia limpa e equacionados com relação à desigualdade social. “A China tem a maior classe média do mundo, mas também o maior número de pobres”, acrescenta.
O combate à pobreza no mundo é uma das bandeiras levantadas pela Fundação Clinton. Atuante em 70 países, os projetos sociais do ex-presidente trabalham em diversas causas, que vão desde o combate à Aids, até a construção de um sistema de saúde no Haiti, passando por ações voltadas para educação e obesidade infantil nos Estados Unidos.