Jogadoras da Itália comemoram vitória sobre a China em 25.06.2018. (Laurence Griffiths/Getty Images/Bloomberg)
Vanessa Barbosa
Publicado em 27 de junho de 2019 às 15h54.
Última atualização em 27 de junho de 2019 às 15h57.
Os índices recordes de audiência registrados este mês na Copa do Mundo Feminina mostram que o futebol das mulheres está em alta. Agora, falta saber o quanto vale.
Um teste do potencial comercial dessa onda de popularidade é a decisão da Associação de Futebol (FA, na sigla em inglês) da Inglaterra de vender os direitos de transmissão dos jogos domésticos da liga feminina independentemente da competição masculina pela primeira vez, segundo uma fonte a par do assunto.
Os direitos da Women’s Super League (WSL) sempre foram agrupados com a FA Cup masculina. A WSL agora pode ser comercializada separadamente porque o futebol feminino ganhou popularidade nos últimos dois anos, disse a fonte, que pediu para não ser identificada porque as negociações de direitos são confidenciais.
Para dar impulso à liga feminina, a preferência pode ser por um acordo com emissoras de televisão aberta, como a British Broadcasting ou ITV, que poderiam atingir um público maior do que a TV paga.
"Como o futebol feminino está começando, não há escândalos de corrupção, tem bons exemplos e os ingressos para a temporada são mais baratos", disse Minal Modha, da consultoria de pesquisa de mídia Ampere Analytics. "Você só precisa colocá-lo na frente do maior número de pessoas possível."
Embora o contrato atual ainda seja válido por duas temporadas, as negociações de renovação vão começar logo após o término da Copa do Mundo Feminina, em 7 de julho. A FA não quis informar quanto recebe dos direitos atuais da WSL.
Por enquanto, os fãs precisam se alternar entre um conjunto confuso de plataformas, com alguns jogos sendo exibidos pelos canais de TV paga da BT, outros em canais digitais secundários da BBC e o restante transmitido ao vivo pelo Facebook. A BT disse que seus jogos da WSL atraem uma média de 57 mil telespectadores em comparação com 990 mil das partidas da Premier League.
Os direitos vão aumentar muito pouco em relação ao que é gasto na Premier League masculina, a competição de futebol mais cara do mundo, que fatura mais de 3 bilhões de libras (US$ 3,82 bilhões) por ano com as emissoras.
Os jogadores da Premier League levam para casa uma média de 2,64 milhões de libras por ano - quase cem vezes mais do que as 26,752 libras pagas a uma jogadora com salário médio da WSL, segundo dados da pesquisa de 2017 da Global Player.