Rock in Rio (Buda Mendes/Getty Images)
Marina Filippe
Publicado em 17 de setembro de 2019 às 06h10.
Última atualização em 18 de setembro de 2019 às 08h42.
São Paulo -- Os festivais de música têm os patrocinadores como importante fonte de faturamento.
Apesar da crise econômica brasileira, as marcas que enxergam sentido nesse suporte fortalecem seus investimentos.
É o que mostra a edição atual do Rock in Rio, que se inicia no dia 27 de setembro no Rio de Janeiro. Neste ano as receitas vindas de patrocínios do festival cresceram 30% em relação à última edição local, realizada em 2017.
Cerca de 70% das empresas que firmaram acordo de licenciamento de itens na edição anterior se mantiveram na edição atual. A estimativa de receita é em torno de 30 milhões de reais com a venda de 700 produtos no varejo.
“Na Cidade do Rock, as marcas possuem uma interação com o público ao longo dos sete dias de evento a partir de suas ações interativas. As pessoas querem receber os brindes e conhecer as ativações. Isso é uma relação de parceria”, diz Rodolfo Medina, vice-presidente de marketing do Rock in Rio e presidente do Grupo Artplan.
O desafio das marcas num festival que espera receber 700 000 pessoas é conseguir engajar. A marca de snacks Doritos, por exemplo, levará a diversidade como tema, com o produto Doritos Rainbow e a Guitarra da Diversidade, instrumento personalizado com a identidade visual da marca a ser tocado por Andreas Kisser, do Sepultura.
A diversidade também é tema da campanha do Itaú, patrocinador master do Rock in Rio. O filme mostra que a música pode ser uma ferramenta muito eficaz para transformar a vida das pessoas, ao fazer com que elas estejam abertas para o diferente, independente da origem, gênero, idade, religião e opiniões.
A Sony, pela primeira vez, com a marca Filtr patrociná um palco com 35 artistas da música nacional.
“O Rock in Rio tem como desafio a cada ano superar as expectativas e elevar o nível de experiência do público. E as marcas são parte fundamental disso”, afirma Rodolfo Medina.
Uma recente pesquisa da startup FLOW Creative Core em parceria com o pesquisador Derek Derzevic (USA) com 500 jovens de 14 cidades brasileiras revelou que 46% dos entrevistados acham interessante o posicionamento e investimento das empresas com música.
“Para as marcas, além de ser um bom investimento, a música é uma forma de se comunicar mais profundamente com o consumidor”, diz Juliana Laguna, co-fundadora da FLOW Creative Core.
Uma marca que encontrou no patrocínio de música um público relevante é a TNT Energy Drink.
Em 2019, a TNT tem participação em 160 eventos ao ampliar a cobertura de regiões para além da sudeste.
“Para o próximo ano temos alguns planos de expansão para regiões que são extremamente importantes para o consumo de bebidas energéticas no Brasil”, diz Eliana Cassandre, gerente de propaganda da TNT Energy Drink e Itaipava.
Além da TNT, outra marca do Grupo Petrópolis, a Itaipava investe em novidades no segmento. Neste ano, pela primeira vez, ela é responsável pelo festival de Som ao Sol em São Paulo, que traz à cidade alguns dos artistas que se apresentam no Rock in Rio, como Nickelback, Weezer e Black Eyed Peas.
O fortalecimento das marcas nos festivais de música independe do tamanho do evento. Um exemplo é o Oxigênio Festival, em São Paulo, que ocorreu entre os dias 13 e 15 de setembro com 39 artistas e 6 mil pessoas entre o público.
Com edição anual desde 2015, o Oxigênio tem entre os patrocinadores de bebidas as marcas Monster, Budweiser, Goose Island e Jack Daniel’s.
Atualmente as marcas representam 40% do faturamento do evento. As demais receitas são de ingresso e bar. E não é à toa. Desde a última edição, o patrocínio de bebidas aumentou em 20% e dos outros segmentos em 12%.
“As marcas aumentam o valor do patrocínio ao entender a identificação do público com o evento e, consequentemente, com seus parceiros”, diz Rafael Piu, fundador do Oxigênio.