Marketing

Andy Murray prova que ganhar títulos não garante patrocínios

Segundo especialistas em marketing, recente sucesso do escocês não aumentou seu atrativo entre os consumidores americanos


	Andy Murray: portfólio de patrocinadores de Murray praticamente não se alterou desde sua vitória em Wimbledon no mês passado
 (Getty Images)

Andy Murray: portfólio de patrocinadores de Murray praticamente não se alterou desde sua vitória em Wimbledon no mês passado (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2013 às 23h00.

Nova York - O jogador mais procurado do tênis pode bater direitas como os homens aos que se uniu no topo dos rankings mundiais da ATP, mas não ganhar dólares em marketing internacional como eles.

Andy Murray é o segundo homem nos últimos cem anos a ganhar, ao mesmo tempo, os três títulos mais prestigiados do tênis – a medalha olímpica de ouro, o U.S. Open e Wimbledon. Mas o recente sucesso do escocês de 26 anos não aumentou seu atrativo entre os consumidores americanos, segundo especialistas em marketing, e os contratos de patrocinadores globais ainda não igualaram suas vitórias na quadra.

Murray se prepara para defender seu título no U.S. Open, em Nova York, a partir de 26 de agosto. Mas ele não possui o charme de Roger Federer, Rafael Nadal ou Novak Djokovic, que ganharam pelo menos seis dos torneios de Grand Slam e costumam convocar a 22.000 torcedores nos jogos noturnos no Arthur Ashe Stadium, em Flushing Meadows, segundo analistas do esporte e de marketing. Murray, atualmente no terceiro lugar do ranking, tem a terceira melhor chance de ganhar o último Grand Slam da temporada depois do sérvio Djokovic e do espanhol Nadal, segundo as casas de apostas.

Ele segue os passos dos australianos Rod Laver, John Newcombe, Roy Emerson e Ken Rosewall, outros cidadãos de um país da Commonwealth britânica que ganharam um total de 38 titulos individuais da Grand Slams nas décadas de 1950, 1960 e 1970. O bigodudo Newcombe foi a cara de um anúncio das câmeras Canon nos EUA.

Vencedor de Wimbledon

O portfólio de patrocinadores de Murray praticamente não se alterou desde sua vitória em Wimbledon no mês passado, a primeira de um britânico desde que Fred Perry triunfou ali em 1936. Seus contratos com a Adidas AG, o Royal Bank of Scotland Group PLC, a fornecedora de raquetes Head NV e o fabricante de relógios Rado Uhren AG lhe fornecem aproximadamente US$ 12 milhões por ano, segundo Nigel Currie, executivo de marketing esportivo na BrandRapport, em Londres.


Murray assinou um contrato de patrocínio ontem com a Fuse Science Inc., companhia de produtos energéticos sediada na Florida que também patrocina o golfista Tiger Woods. Os detalhes financeiros não foram divulgados. Currie afirma que espera que Murray continue fechando acordos, e que poderia aumentar seus lucros até US$ 24 milhões em 2014.

Nesta semana, Murray declarou que os empreendimentos comerciais são secundários frente ao treinamento e que ele espera fechar novos acordos entre o final do U.S. Open e o começo do Aberto da Austrália em janeiro.

Parceiros na carreira

A fidelidade no longo prazo é importante para Murray. Ele afirmou que a RBS, a Head e a Adidas tem lhe apoiado pelo menos há uma década, antes de chegar aos melhores 200.

Murray virou profissional em 2005, chegou aos primeiros cinco lugares do ranking em 2008 e permaneceu no topo desde então. Neste ano, leva 16 semanas como segundo colocado atrás de Djokovic. Ele ganhou dois dos últimos quatro Grand Slam e obteve US$ 5 milhões em prêmios neste ano, unicamente superado por Djokovic e Nadal.

Currie disse que caso Murray continue com sua trajetória atual, suas oportunidades de patrocínio crescerão. Ele afirmou que o melhor jogador de um esporte global como o tênis pode esperar ganhar até US$ 75 milhões por ano com acordos de patrocínio.

“As companhias estavam esperando para ver se ele conseguiria, e ele agora conseguiu”, disse Currie em entrevista por telefone. “Ele está numa boa posição para desenvolver isso. Se ele ganhar quatro ou cinco Grand Slam, então se começará a falar numa estrela histórica e ele virará uma das figuras mais lucrativas do esporte”.

Acompanhe tudo sobre:Esportesestrategias-de-marketingPatrocínioTênis (calçado)

Mais de Marketing

Caravana de Natal da Coca-Cola Femsa Brasil percorre 85 cidades e tem até IA; veja locais

Spaten: como uma marca de 600 anos continua de pé e 'lutando' pelo consumidor?

Creamy, marca de skincare, expande portfólio e entra no mercado de perfumes

O que é preciso para ser um CMO nos dias de hoje? Philip Kotler responde à EXAME