Marketing

Amalia Sina se revolta com o varejo e aposta na venda direta

Pressão por preço baixo e oportunidade em novo canal motivaram a mudança

Amalia Sina: mudança de planos após cinco anos (Germano Lüders)

Amalia Sina: mudança de planos após cinco anos (Germano Lüders)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2011 às 06h24.

Rio de Janeiro - O mercado de venda direta vai ganhar uma nova marca. A Sina Cosméticos passa a apostar todas as suas fichas na venda por catálogo, que só em 2010 cresceu 17% e faturou R$ 26 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Vendas Diretas (ABVED).

Cinco anos depois de criar a sua própria empresa, Amalia Sina muda os planos, não só porque há uma oportunidade de mercado, mas principalmente por estar revoltada com as práticas do varejo no Brasil.

Pressão por preço baixo, pagamento de enxoval, investimento em comunicação, ativação no ponto de venda, grandes abastecimentos e prazos longos de pagamento foram os principais motivos que fizeram a Sina Cosméticos abandonar o varejo.

“O varejo tem uma atitude predadora”, assinala Amalia Sina. “O custo para manter tudo isso duplica o valor do produto. Ou você baixa o preço, anuncia na novela e coloca uma promotora na loja, ou está fora do mercado”, ressalta.

Aos poucos, os produtos da linha Amazonutry estão deixando as gôndolas para serem vendidos por consultoras. Focada no segmento Premium, com shampoos vendidos por cerca de R$ 20,00, a Sina Cosméticos chegou a vender em mais de 300 pontos de venda, incluindo as redes Onofre, Drogaria São Paulo, Farmais, Drogasil, Pão de Açúcar e Walmart, além de Empório São Paulo e Empório Santa Luzia. 

Produção também é um problema

Se por um lado o faturamento da empresa aumentava, por outro, a rentabilidade caia. “Chegamos ao absurdo de vender, por exemplo, R$ 4 mil em produtos, o varejo pedir R$ 7 mil em enxoval e querer pagar só em seis meses”, conta Amalia.

“Além disso, eles compram por R$ 1,00, vendem por R$ 3,00 e você ainda tem que colocar uma promotora para ativar as vendas. Imagina ter mais de 300 promotoras. Qual é o custo disso?”, questiona a empresária. 

Outro problema enfrentado era o gargalo na indústria terceirizada, desde a produção até a embalagem. Se para vender no varejo é preciso volume, a empresa tem que dar conta desta produção.

“Mas para uma pequena e média empresa é difícil ter grandes volumes e o tercerista simplesmente não te atende. Quando há espaço na linha, o custo é alto e falta rótulo e embalagem”, explica Amalia Sina.

O caminho agora é diminuir a produção num primeiro momento, uma vez que o volume para a venda direta será menor neste estágio inicial.

“Não adianta ter volume e uma margem baixa”, aponta a empresária. A meta é ter 100 novas consultoras por mês. Outro plano da Sina Cosméticos é vender pela internet. Tanto a venda direta, quanto o e-commerce, estão programados para começar em outubro.

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