Marketing

Ademicon investe R$ 100 milhões em marketing e projeta R$ 33,5 bi em consórcios em 2025

Patrocinadora do BBB, empresa aposta em plano 360° para consolidar marca, educar o mercado e sustentar expansão

Tatiana Schuchovsky: CEO da Ademicon, aposta no marketing como motor de crescimento e na educação sobre o consórcio para ampliar o alcance da marca no país (Divulgação)

Tatiana Schuchovsky: CEO da Ademicon, aposta no marketing como motor de crescimento e na educação sobre o consórcio para ampliar o alcance da marca no país (Divulgação)

Juliana Pio
Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Publicado em 8 de abril de 2025 às 15h22.

Última atualização em 8 de abril de 2025 às 17h19.

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Com a missão de fortalecer sua marca e ampliar o conhecimento sobre o consórcio como ferramenta de acesso ao crédito, a Ademicon definiu uma estratégia de marketing 360° para 2025. A empresa aposta em mídia de massa, presença digital, parcerias estratégicas e patrocínios para impulsionar o crescimento e sustentar a meta de alcançar R$ 33,5 bilhões em créditos comercializados até o fim do ano — alta de 23% em comparação a 2024.

Uma das principais vitrines da marca é o Big Brother Brasil, programa da TV Globo em que a Ademicon participa como anunciante pelo quarto ano consecutivo. Em 2025, o investimento destinado ao reality foi de R$ 18,6 milhões.

"Utilizamos o BBB como uma plataforma de exposição e educação financeira, com ações que destacam a flexibilidade do consórcio para a aquisição de diferentes tipos de bens e serviços", diz Tatiana Schuchovsky, CEO da Ademicon. "Nosso principal propósito é democratizar o crédito e reforçar que essa é uma modalidade planejada e de baixo custo", complementa.

A estratégia no BBB, contudo, vai além da exposição da marca. A empresa promove ações como a "Festa do contemplado", criada para ilustrar a flexibilidade do consórcio na aquisição de bens diversos — de imóveis a maquinário agrícola. A campanha de 2025, com o slogan “Depende do seu ponto de vista”, quer reforçar a mensagem de que o consórcio se adapta a diferentes perfis e objetivos.

Desde a estreia no programa, em 2022, o recall da marca subiu de 13% para 27%, segundo dados de abril deste ano. A visibilidade obtida também tem impacto na expansão da rede de licenciados, modelo de negócio que não prevê cobrança de royalties. "Encerramos 2024 com cerca de 229 unidades e projetamos chegar a 250 até o fim deste ano", afirma a executiva, que também observa um aumento significativo nas simulações de consórcio durante o período do programa.

No ano passado, a Ademicon comercializou R$ 27,3 bilhões em créditos, alta de quase 50% sobre 2023, quando havia registrado R$ 18,3 bilhões. "Mesmo com um crescimento anual de cerca de 50%, apenas 3% da população brasileira conhece e opta pelo consórcio", afirma Schuchovsky, indicando um mercado potencial a ser explorado.

Com foco na democratização do crédito e na expansão da rede de licenciados, a Ademicon vai investir R$ 100 milhões em marketing em 2025. A estratégia está alinhada aos objetivos de negócios da companhia e prevê ações para ampliar a presença da marca em todo o país.

De futebol a 'consórcio as a service'

Além da presença na TV, a Ademicon ampliou sua estratégia de visibilidade com patrocínios esportivos. A marca aparece em transmissões de grande audiência, como o Campeonato Brasileiro na Record e a Libertadores na Globo. No tênis, está presente nos Grand Slams e em outros torneios exibidos pela ESPN.

O futebol é um dos pilares da estratégia de visibilidade. A empresa patrocina o time masculino do São Paulo — incluindo as categorias de base sub-17 e sub-15 —, o time feminino do Palmeiras e o Juventude, que voltou à Série A. "A marca também mantém presença em aeroportos de todo o país", destaca a executiva.

Outra frente de atuação é a expansão do modelo “consórcio as a service”, no qual a companhia opera produtos de consórcio em parceria com outras marcas. Entre os parceiros estão BTG, Popcom do Ratinho, Mitsubishi e New Holland. Segundo a CEO, o formato white label amplia a presença da empresa em novos segmentos e contribui para o ganho de capilaridade.

Metade do investimento em mídia da Ademicon é direcionado ao ambiente online. A empresa mantém parceria estratégica com o Google e aposta em diferentes frentes, como o marketing de influência. A gestão das ações é dividida entre as agências PopCon. Monks, responsável pelo digital, e G/PAC, que conduz as iniciativas offline de forma integrada.

"Nossa projeção de crescimento neste ano é quase três vezes superior à média esperada para o setor", afirma Tatiana Schuchovsky. Segundo a executiva, o início de 2025 já indica um ritmo acelerado, com alta de 45% nas vendas em janeiro na comparação anual. Para ela, o marketing é uma alavanca essencial para sustentar esse avanço — "atrai novos clientes, reforça a credibilidade da marca em um segmento que depende de confiança e ajuda a reposicionar o consórcio como uma alternativa planejada e de baixo custo, especialmente entre o público mais jovem."

IPO em vista?

Atualmente, a Ademicon contabiliza 360 mil clientes, 229 unidades de negócio em 24 estados e no Distrito Federal, e uma rede de 8 mil pessoas na área comercial, incluindo consultores em lojas próprias e concessionárias parceiras. São R$ 63,4 bilhões em créditos sob gestão e R$ 96,5 bilhões comercializados desde sua fundação.

Segundo o ranking mais recente do Banco Central, a Ademicon lidera entre as administradoras independentes de consórcio em créditos ativos e ocupa a 5ª posição geral do setor, atrás de Banco do Brasil, Bradesco, Porto Seguro e Itaú. A empresa é a única administradora independente com dois fundos de private equity em sua estrutura societária: Treecorp Investimentos e 23S Capital. A projeção é chegar a mais de 400 unidades de negócio até 2030.

“Hoje, somos uma empresa com governança estruturada, dois fundos de investimento e atuação especializada exclusivamente em consórcio — uma característica inédita entre empresas de consórcio que buscam listagem em bolsa no Brasil", afirma a CEO, que tem se preparado para uma eventual abertura de capital.

Segundo ela, há um trabalho contínuo de educação sobre o produto, principalmente junto ao mercado estrangeiro, que concentra grandes investidores, mas ainda desconhece a modalidade de consórcio.

Ainda assim, Schuchovsky reforça que a companhia não tem pressa. “Estamos abertos a avaliar o mercado de capitais, mas não é uma necessidade. Não temos estoque, nem matéria-prima. Nosso negócio é feito de pessoas. A abertura de capital seria uma forma de dar mais visibilidade ao consórcio e torná-lo acessível a mais brasileiros”, diz. “Seguimos acreditando no Brasil e nas oportunidades que ele pode trazer, mas vamos seguir observando o cenário antes de tomar qualquer decisão.”

Mercado de consórcios no Brasil

O mercado de consórcios no Brasil, que inclui mais de 100 empresas, a exemplo de Magalu, Itaú e Porto Seguro, registrou um crescimento recorde em 2024, com 4,49 milhões de cotas vendidas — alta de 7,4% em relação ao ano anterior. O volume de negócios somou R$ 378,73 bilhões, impulsionado por 11,21 milhões de participantes ativos.

Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), esse avanço foi motivado pela busca por formas de guardar dinheiro, parcelas compatíveis com a renda, menor burocracia e custos inferiores a outras modalidades de aquisição de bens. A maior consciência financeira também contribuiu para o desempenho, com consumidores recorrendo ao consórcio como ferramenta de planejamento a longo prazo.

No início de 2025, o setor manteve a trajetória de expansão. Nos dois primeiros meses do ano, as vendas de cotas cresceram 25,9%, totalizando 802,62 mil adesões. O volume de negócios aumentou 39,9%, alcançando R$ 69,19 bilhões em comparação com o mesmo período de 2024. Em fevereiro, o número de participantes ativos chegou a um novo recorde: 11,41 milhões — alta de 9,3% na comparação anual. O desempenho acima do esperado no bimestre superou as projeções iniciais para o ano.

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