Ruas da Vergonha: o objetivo é mostrar que torturadores não podem ganhar homenagens, independente da repercussão de seus atos (Ruas da Vergonha/ Cheil Brasil/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2017 às 12h28.
Última atualização em 7 de junho de 2017 às 12h30.
Pode parecer absurdo, mas no dia em que o golpe militar de 1964 completou 53 anos, 31 de março, as ruas que homenageavam militares que infringiram direitos humanos tiveram seus nomes trocados por ditadores mais conhecidos.
A iniciativa trouxe à tona o fato de que assassinos e torturadores não podem ganhar homenagens oficiais, não importando se mataram dez ou 10.000 pessoas.
A campanha “Ruas da Vergonha” é uma parceira da Cheil Brasil, agência pertencente à Cheil Worldwide, com o Núcleo Memória, que atua nas questões referentes à memória política e à defesa dos direitos humanos.
“Fizemos a comparação para alertar as pessoas de que é um absurdo homenagear qualquer um que matou ou torturou alguém”, completou Maurice Politi, ex-preso político, fundador e diretor administrativo do Núcleo Memória.
Réplicas de placas trazendo os nomes de figuras mundiais como Adolf Hitler, Augusto Pinochet, Benito Mussolini, Jorge Rafael Videla, Pol Pot e Saddam Hussein, conhecidos pelas suas atrocidades e genocídios, foram colocadas por cima das originais.
As ruas escolhidas para receber a ação prestam homenagens a Alcides Cintra Bueno Filho, Filinto Müller, Henning Albert Boilesen, Milton Tavares de Souza, Octávio Gonçalves Moreira Junior e Sérgio Fernando Paranhos Fleury.
Cada placa era um convite para que as pessoas pensassem sobre o assunto e entrassem no site em busca de mais informações. No site é possível conhecer as histórias desses militares e sua atuação durante o Regime Militar.
Também é possível assinar um abaixo-assinado para que as ruas fossem renomeadas. Como para que haja uma mudança em uma rua é necessário 51% de assinaturas dos moradores, o site continua ativo para colher o máximo de assinaturas possível.
A ação é uma continuação do projeto "Ruas da Memória", lançado em 2015 pela Prefeitura de São Paulo (que alterava o nome de locais que homenageavam repressores, renomeando as ruas com figuras da luta contra a ditadura militar no Brasil).
Fernando Haddad, ex prefeito da cidade de São Paulo, vê a continuação de forma positiva:“Evidentemente é uma continuação, mas com uma mudança qualitativa benéfica, pois mexe com os brios das pessoas”.
Maurice Piliti, ex-preso político, fundador e diretor administrativo do Núcleo Memória, completa:“Fizemos a comparação para alertar as pessoas de que é um absurdo homenagear qualquer um que matou ou torturou alguém”, completou Maurice Politi, ex-preso político, fundador e diretor administrativo do Núcleo Memória.
Este conteúdo foi publicado originalmente no site AdNews.