Elon Musk e Sam Altman, protagonistas de uma das maiores rivalidades da tecnologia atual, estão moldando o futuro da inteligência artificial (Getty Images)
Colunista
Publicado em 23 de fevereiro de 2025 às 18h04.
Inovações rápidas, personalidades fortes e rivalidades têm marcado o mundo da tecnologia nos últimos anos. Nesse cenário, a mais recente disputa que está capturando a atenção global envolve dois gigantes: Elon Musk e Sam Altman, que tiveram seus caminhos cruzados no passado e agora seguem em rota de colisão.
Com o lançamento do primeiro chatbot voltado para o consumidor da xAI, mais recente iniciativa de Musk no campo da inteligência artificial, a competição com a OpenAI, de Altman, promete redefinir o cenário da tecnologia nos próximos anos.
Antes de tudo, é importante entender como Musk e Altman se conectam historicamente: ambos foram cofundadores da OpenAI em 2015. O objetivo inicial da companhia era desenvolver IA de forma segura e ética, com a promessa de atuar como uma entidade sem fins lucrativos.
Entretanto, em 2018, Musk deixou a OpenAI após divergências internas, supostamente relacionadas à direção da organização e às preocupações com os avanços descontrolados da IA. Desde então, ele tem sido um crítico vocal da empresa, especialmente após sua transição para uma estrutura com fins lucrativos em 2019.
Ainda que essa seja uma briga de gigantes, ela mostra a importância da disputa pelo avanço da IA, que também tem ocorrido entre outras empresas de diversos tamanhos e segmentos globalmente.
De acordo com levantamento da Bain & Company e Goldman Sachs, o investimento em IA generativa deve alcançar a marca de US$ 1 trilhão até 2027. Já a pesquisa 'Antes da TI, a Estratégia', realizada pelo IT Forum Inteligência, mostra que 43% das empresas no Brasil preveem investimentos na tecnologia até metade de 2025, enquanto 36% já iniciaram os aportes, que devem se manter no próximo ano.
Mas como exatamente essa rivalidade está afetando o futuro da tecnologia? Primeiramente, ela está acelerando significativamente o desenvolvimento e evolução da inovação, visto que a competição por dominar e superar os concorrentes têm levado a avanços mais rápidos. Além disso, estão sendo disponibilizadas cada vez mais opções para os consumidores, que podem contar com uma diversidade de plataformas e soluções diferentes para atender suas necessidades.
Ainda que esses pontos citados anteriormente sejam positivos, a falta de cuidado e ânsia por dominar o mercado de IA tem levantado questões importantes relacionadas a ética e regulação. Pode parecer repetitivo como esse assunto sempre vem à tona nas discussões envolvendo o avanço da inteligência artificial, mas é fundamental darmos a atenção que ele merece.
Se as organizações se preocuparem apenas com evoluir a tecnologia a qualquer custo para sair na frente e conquistar mais usuários, não temos garantias de que todas as precauções necessárias para que ela não tenha algoritmos enviesados, falhas na privacidade, faça uso indevido de dados, entre outros, foram tomadas.
Por outro lado, essa rivalidade também está incentivando a criação de leis para regulamentar sua utilização, como o marco regulatório da inteligência artificial, aprovado pelo Senado Federal Brasileiro recentemente, com o objetivo de garantir segurança jurídica e ética no uso da tecnologia e proteger os direitos fundamentais, com foco para os direitos autorais.
Ainda com relação à rivalidade entre Elon Musk e Sam Altman, que, como estamos observando, tem influenciado diretamente o futuro da IA globalmente, é importante destacar que ela é muito mais do que um simples confronto entre dois líderes da tecnologia, sendo também um reflexo da batalha pela supremacia em um dos campos mais transformadores do século 21. Essa é uma disputa que vale a pena acompanhar de perto, pois, independentemente de quem saia vencedor, uma coisa é certa: os consumidores e o mercado serão os maiores beneficiados dessa corrida.