Era digital rompe fronteiras. ( insidecreativehouse/envato)
Colunista
Publicado em 9 de agosto de 2024 às 14h00.
Os empreendedores vão me entender: mesmo quando a gente tenta tirar um período de férias, por mais curto que seja, a mente continua a todo vapor. E foi o que aconteceu comigo recentemente, quando peguei uns dias para descansar e refleti sobre a importância de ter uma estratégia digital dentro das organizações.
Quer ver um exemplo dessa necessidade? O dinheiro tem se tornado digital. Ele é líquido e rápido; move-se de um lado a outro. No Brasil, temos o Pix, meio de pagamento criado em 2020 pelo Banco Central (BC). Só em 2023 foram 42 bilhões de transações por essa via: um crescimento de 75% em comparação com 2022, o que não é pouca coisa.
E, em breve, passaremos a ver em circulação o Drex, a versão digital do real que será regulado pelo Bacen. Basicamente, vai ter o mesmo valor que a moeda brasileira. A diferença é que, com ele, vários tipos de transações financeiras poderão ser feitas de forma segura a partir de ativos digitais “tokenizados” e contratos inteligentes.
Além disso, outros três países — Nigéria, Bahamas e Jamaica — têm em operação uma Moeda Digital do Banco Central, a Central Bank Digital Currency (CBDC), para chamar de sua. E a China caminha na mesma direção.
Ou seja, o digital é libertador! Reparem o quanto o digital dentro da sua estratégia é fundamental. Se você tem uma estrutura local ou regional limitada ao modelo analógico, de fato, terá que seguir as regras do país e estar sujeito a um tipo de sanção nele estabelecida. Mas, a partir do momento em que se começa a ter uma estratégia cross border, cria-se um modelo no qual não se depende mais de um único país. Logo, extrapolar as bordas analógicas utilizando estratégias digitais é libertador.
Basta ver como a pandemia acelerou o nomadismo digital. Estima-se que existam 35 milhões de pessoas ao redor do mundo vivendo assim. E espera-se que até 2035 esse número alcance a marca de 1 bilhão de nômades digitais. Mas, e quem não consegue mudar fisicamente, mas pode trabalhar digitalmente para outros países?
Veja que interessante: recentemente, estive em um evento do YPO em Miami (EUA) e conheci um venezuelano. Na conversa, ele me perguntou por que eu não contratava profissionais de tecnologia do seu país. E questionei sobre a conexão à internet, ao passo que ele me respondeu: Starlink — a internet banda larga usada de qualquer lugar, criada pela SpaceX de Elon Musk. Mas, e quanto aos pagamentos dos salários? “Em meu banco no Panamá!”, ele retrucou.
Esse exemplo demonstra que, muitas vezes, colocamos limitações em nós mesmos e sequer percebemos. Enquanto o digital, por sua vez, mostra que não há fronteiras quando se quer fazer algo. Basta querer!