Vinho reserva: sinal de um cuidado adicional na elaboração (Rafa Elias/Getty Images)
Colunista
Publicado em 31 de julho de 2023 às 08h00.
A pandemia, (sim, ainda ela), trouxe consigo um significativo aumento no consumo de vinhos. De 2018 a 2021, a população adulta do Brasil foi responsável por um aumento de mais de 36% no consumo de vinhos.
Com isso, houve um expressivo aumento no número de importadores e, hoje, já são mais de 750 empresas trabalhando no segmento – o que aumenta muito a oferta e, consequentemente, a complexidade na hora de escolher um vinho.
Para início de conversa, é importante definir qual o critério você vai usar para escolher seu vinho. Gosto de pensar em alguns critérios-base, após os quais, podemos nos aprofundar na escolha. São eles: origem (país ou região); tipo de uva (varietal ou blend, levando em consideração as uvas que vão melhor em determinada região); produtor e, finalmente, safra.
Quanto à origem, os vinhos podem ser de um determinado país, uma região dentro desse país, com denominação de origem controlada ou não. Tomemos como exemplo os vinhos espanhóis, os quais eu, pessoalmente, gosto muito.
A Espanha possui várias regiões DOC (denominação de origem controlada, ou algo como um selo que garante a procedência dos vinhos). Seja de Rioja, Priorat, Toro, Ribera del Duero ou outra, uma origem já garante um selo de qualidade para o seu vinho.
Importante dizer que algumas DOCs já pressupõem que o vinho seja feito com um único tipo de uva. Dentro da região ou país, existem ainda uvas que melhor se desenvolveram naquela região específica. É o exemplo da Tempranillo na Espanha; da Carmenere no Chile; da Malbec na Argentina; da Nebiollo, na Itália (Piemonte); Sangiovese, na Toscana, e por aí vai.
Ou seja, a combinação da região com a uva já garante um vinho de qualidade. Gosto de dizer que “o sujeito tem que ser muito competente para fazer um vinho ruim com tempranillo ou Nebiollo.”
E então entra o produtor. Existem milhares de produtores e é praticamente impossível conhecer os detalhes de cada um. No entanto, existem produtores mais renomados, que ganharam mais notoriedade com seus vinhos, em cada região.
E, finalmente, a safra, que varia muito de região para região e de uva para uva. Ou seja, escolher pela safra requer um conhecimento mais apurado. Ainda assim uma forma simples é escolher um produtor com tradição naquela determinada região e, se possível, escolher o vinho “reserva”, pois garante um cuidado adicional na elaboração.
Portanto, na hora da escolha, tenha em mente a uva, a região e o preço. E, dentro da mesma faixa de preço, escolha utilizando os critérios acima. E, não hesite em falar com o sommelier, pois ele pode te indicar coisas muito gostosas que, na maioria das vezes, passam embaixo do radar, além de ser uma excelente fonte de informação.