A implementação de boas práticas nesses aspectos resulta em maior fidelização, eficiência operacional e no fortalecimento da reputação. (Justin Sullivan/AFP)
Colunista
Publicado em 7 de março de 2025 às 15h54.
A indústria alimentícia está em constante evolução, e 2025 se apresenta como um marco na transformação das estratégias comerciais para o setor. Isso porque o consumidor moderno está cada vez mais atento à origem dos produtos, à responsabilidade socioambiental das empresas e às soluções que facilitam o seu dia a dia. Diante deste cenário, três pilares se destacam como essenciais para o sucesso das marcas: sustentabilidade, personalização e conveniência.
Empresas que integram essas três diretrizes em suas estratégias comerciais conquistam não apenas uma vantagem competitiva, mas também exercem um impacto positivo no mercado. Com isso, a implementação de boas práticas nesses aspectos resulta em maior fidelização, eficiência operacional e no fortalecimento da reputação.
A urgência ambiental e as demandas dos consumidores por maior transparência e responsabilidade corporativa levaram a sustentabilidade a um patamar inegociável. Segundo o estudo "2024 Global Consumer Insights" da PwC (PricewaterhouseCoopers), 76% dos consumidores globais estão dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis, demonstrando que o compromisso ambiental também gera valor econômico.
Na indústria alimentícia, isso se traduz na busca pela redução do desperdício, na adoção de embalagens biodegradáveis e no incentivo à agricultura regenerativa. Para alcançar esses objetivos, as empresas devem investir em processos que prolongam a vida útil dos alimentos sem a necessidade de conservantes artificiais, garantindo mais eficiência e minimizando perdas ao longo da cadeia produtiva. Além disso, a implementação de tecnologias que aumentam a segurança alimentar e reduzem a pegada de carbono fortalece a competitividade e reforça a credibilidade das marcas.
Este compromisso com a sustentabilidade também cria uma conexão genuína com os consumidores, que, cada vez mais, valorizam transparência e responsabilidade socioambiental. Um exemplo concreto desse engajamento é a busca pela certificação B Corp, concedida a empresas que atendem a rigorosos padrões de impacto social e ambiental.
Além da consciência sustentável, o comportamento de consumo mudou no sentido de preferências individuais e restrições alimentares dos clientes. De acordo com um levantamento da McKinsey, 71% dos consumidores esperam que as empresas personalizem suas ofertas. Esse fator tem sido decisivo para a fidelização e para a diferenciação no mercado.
Dietas plant-based, opções low carb, alimentos sem glúten e produtos funcionais têm registrado crescimento expressivo, indicando um mercado cada vez mais segmentado e exigente. Neste contexto, a aplicação de tecnologias como big data e inteligência artificial permite compreender as preferências dos consumidores para oferecer produtos adaptados às suas necessidades.
Ou seja, a personalização deve estar presente desde o desenvolvimento dos produtos até o relacionamento com o consumidor. Em 2025, empresas do setor devem criar soluções que atendam a diferentes nichos alimentares, sem abrir mão da segurança e praticidade para construir uma relação mais próxima com seu público e gerar valor para o mercado.
Outro pilar essencial para as estratégias comerciais em 2025 é a conveniência, que responde diretamente às necessidades do consumidor moderno por soluções ágeis e eficientes. A rotina acelerada das pessoas tem impulsionado a busca por alimentos práticos e saudáveis, sem abrir mão da qualidade e do sabor. Não à toa, segundo a NielsenIQ, 53% dos consumidores globais priorizam a conveniência na escolha de alimentos e bebidas.
Nesse sentido, produtos prontos para consumo, que preservam a qualidade e eliminam processos demorados na cozinha, ganham protagonismo. Alimentos embalados a vácuo e cozidos a vapor, por exemplo, ilustram essa tendência ao unir praticidade, nutrição e segurança em soluções que atendem às expectativas do consumidor moderno.
A partir disso, empresas que otimizarem sua cadeia produtiva e investirem em processos inovadores para garantir conveniência sem desperdício irão conquistar maior engajamento do público e uma posição estratégica de mercado neste ano.
A interseção entre sustentabilidade, personalização e conveniência é o alicerce para a indústria alimentícia em 2025. Enquanto práticas socioambientais reforçam a responsabilidade corporativa, a adaptação às demandas individuais cria valor para o consumidor, e a praticidade transforma a maneira como as pessoas se alimentam no cotidiano. Juntos, esses pilares impulsionam a competitividade e a conexão com o consumidor moderno.
Logo, marcas que abraçarem esses pilares de forma autêntica e inovadora estarão um passo à frente na construção de um futuro mais responsável, conectado e eficiente. Esse não é apenas um caminho possível, mas uma necessidade para as empresas que desejam se manter relevantes e competitivas em um mercado cada vez mais dinâmico.