Novo título do Tesouro Direto, que poderá ser lançado em 2022, deve mirar investidores que estão planejando a aposentadoria | Crédito: Reprodução (foto/Reprodução)
Bianca Alvarenga
Publicado em 27 de dezembro de 2021 às 15h02.
Última atualização em 27 de dezembro de 2021 às 18h02.
Além dos 11 títulos disponíveis atualmente para compra na plataforma do Tesouro Direto, os brasileiros terão, a partir de 2022, uma nova opção de investimento em papéis da dívida pública. Em entrevista concedida ao jornal O Estado de S.Paulo, Paulo Valle, secretário do Tesouro Nacional, disse que está em estudo o lançamento de um novo título destinado ao planejamento da aposentadoria, o Tesouro Direto-Previdência.
A nova opção, que ainda não tem data certa para ir a mercado, permitirá a acumulação de patrimônio em longo prazo, com o objetivo de pagamento de renda mensal após 30 ou 40 anos. Em vez de receber periodicamente os juros dos títulos, que correspondem ao retorno acumulado, o investidor receberá todo o rendimento ao final do prazo.
“Hoje, o mercado de previdência fala muito da rentabilidade. Não fica claro qual é a renda que o poupador vai ter. Temos que mirar a renda”, disse Valle ao jornal.
Nesse modelo, o investidor terá um simulador para estimar qual o valor e o período de acumulação necessário para chegar a uma renda mensal desejada. Por exemplo: se ele deseja contar com uma aposentadoria de 2.000 reais em 30 anos, o simulador do Tesouro informará quantos títulos ele deverá comprar nesse período.
O sistema de previdência privada oferece uma solução similar, mas a mecânica de acumulação se dá por meio de fundos de investimento administrados por bancos e gestores. Por isso, o resgate desse tipo de produto antes do prazo costuma implicar em perda de parte do valor acumulado.
Não está claro se o Tesouro Direto-Previdência terá liquidez no mercado secundário, assim como os outros títulos disponíveis atualmente, nem se haverá diferentes indexadores para cálculo da rentabilidade.
O regime de tributação poderia ser o mesmo dos produtos de previdência, com alíquotas que vão de 10% a 35%, dependendo do prazo de resgate, ou pode ser o mesmo dos outros títulos do Tesouro Direto, que têm cobrança de 22,5% a 15% de Imposto de Renda.
A EXAME entrou em contato com a assessoria de imprensa do Tesouro Nacional para solicitar informações sobre o novo título, mas não houve resposta até a publicação da matéria.