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Sonhos são oportunidades: precisamos falar para as meninas que elas devem sonhar

Apesar de maioria no ensino superior, mulheres ainda são minoria nos cargos de liderança; para mudar, precisamos incentivar meninas a sonharem e conectar jovens profissionais com empresas

Mulheres: ainda de acordo com o IBGE, apenas 37,4% dos cargos gerenciais existentes em 2019 eram ocupados por mulheres (courtneyk/Getty Images)

Mulheres: ainda de acordo com o IBGE, apenas 37,4% dos cargos gerenciais existentes em 2019 eram ocupados por mulheres (courtneyk/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 21 de junho de 2022 às 08h05.

Última atualização em 22 de junho de 2022 às 08h23.

Por Carolina Cavenaghi*

As salas de aula são delas. As mulheres são maioria no ensino superior e foram responsáveis por 59% dos diplomas em 2019, segundo o estudo "Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2021.

Mas, se os dados de escolaridade mostram um avanço nos direitos das mulheres à educação, os números do mercado de trabalho apontam que essa evolução ainda não alcançou o meio corporativo com a devida relevância. Ainda de acordo com o IBGE, apenas 37,4% dos cargos gerenciais existentes em 2019 eram ocupados por mulheres.

E não para por aí. Segundo uma pesquisa da Bain & Company com o LinkedIn, apenas 3% dos presidentes e 5% dos presidentes de conselho eram do gênero feminino entre as 250 maiores empresas brasileiras nesse período. Os dados são preocupantes, mas foi uma outra informação que me deixou assustada.

O relatório do Fórum Econômico Mundial de 2021 apontou que dentre os principais desafios que devemos enfrentar nos próximos anos está a chamada desilusão jovem. Sempre acreditei e defendi que precisamos investir no futuro das meninas e dar suporte para que elas busquem e realizem seus próprios sonhos. Muito mais do que uma conversa idealista, esta é, também, uma visão de futuro. Afinal, se as jovens deixarem de sonhar, o que será delas e o que será de nós no futuro? Como ficam as empresas, as lideranças, as instituições? Como falamos para as meninas que elas precisam sonhar?

Esses questionamentos e a vontade de abrir caminhos para outras mulheres me colocaram em uma caminhada empreendedora com a Fin4She. Hoje, buscamos ajudar meninas a se conectarem para abrir novas portas através do mercado de trabalho. Já compartilhei outras vezes que a Fin4She é baseada em 3 pilares principais: a carreira, o dinheiro e a geração de riqueza.  Acreditamos que esse é o caminho para a liberdade, tornar-se uma boa profissional, ser bem remunerada por isso e aprender a cuidar do próprio dinheiro.

O trabalho está diretamente ligado à atuação profissional e, por isso, se queremos ajudar as meninas a sonharem alto, se destacarem e ocuparem cargos de liderança, é preciso apostar no desenvolvimento de carreira dessas jovens. Por isso, promovemos a 3ª edição do Young Women Summit, que acontecerá nos dias 29 e 30 de junho de forma online e gratuita.

Para esse debate, traremos palestrantes excepcionais em 7 painéis de discussão com o objetivo de ajudar a formar essas novas líderes desde o começo de suas carreiras. E para nos ajudar nessa missão, chamamos grandes nomes da liderança feminina como a deputada federal e ativista pela educação Tabata Amaral; a diretora executiva do Fundo Agbara, Aline Odara; a CEO do Fleury, Jeane Tsutsui; a CEO do Banco BMG, Ana Karina; e diversas outras executivas.

Percebemos que muitas mulheres têm vontade de se conectar com outras líderes e não sabem como. Ao mesmo tempo, as empresas falam que têm muita dificuldade em contratar meninas com interesse no mercado. Queremos construir essa ponte, ser disruptivas e preparar as jovens para a liderança, precisamos abrir essas portas. O evento é um fórum online focado em conectar jovens com carreira, possibilidades e representatividade, para mostrar que há muitos espaços e caminhos que nós, mulheres, podemos ocupar no mercado de trabalho.

A participação no Young Women Summit é gratuita e os painéis serão transmitidos online e ao vivo. Além das palestras que acontecem no dia 29/6, também preparamos uma mentoria presencial com o 100 Women in Finance. Esse workshop exclusivo foi pensado com o objetivo de jovens selecionadas com conteúdo de alta qualidade. Elas também recebem a anuidade do programa internacional patrocinado pelo 100 Women in Finance e ainda criam conexões com as empresas que estão querendo contratar mais mulheres. Te espero na 3ª edição do Young Women Summit para nos ajudar a construir pontes, abrir portas e iniciar trajetórias de sucesso.

Para participar e acompanhar o Young Women Summit no dia 29/6, basta se inscrever na página oficial clicando AQUI. Confira a programação completa:

9h - Capital Humano: Quais os Talentos do Futuro?

10h - Dinheiro é Independência

11h - Carreira & Tendências no Mercado Financeiro

12h - Mulheres no Topo: a Jornada C-Level

14h - Mercado com Propósito: Oportunidades ESG

15h - Pratique ou Explique: por que as empresas vão investir em diversidade

16h - Gente que Faz

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*Carolina Cavenaghi é cofundadora e CEO da Fin4she, uma plataforma que conecta e impulsiona negócios e pessoas através da diversidade. É responsável por liderar e implementar projetos que promovem o protagonismo e a independência financeira feminina, buscando ampliar e fortalecer a presença de mulheres no mercado de trabalho. É a idealizadora do Women in Finance Summit Brazil e do Young Women Summit, eventos que já reuniram milhares de pessoas. Foi executiva da Franklin Templeton por mais de dez anos e trabalha no mercado financeiro desde 2006. Atualmente mora em Teresina, no Piauí, é mãe do Tom e do Martin e, através da Fin4she, tem a missão de transformar a forma como o mercado e as pessoas se conectam com a equidade de gênero.

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