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Vivara e Renner lideram baixas do Ibovespa após relatório do BBI

Oscilação das ações está mais atreladas a fatores macroeconômicos do que a fundamentos específicos das empresas, segundo banco

Vivara: empresa deve reduzir ritmo de abertura de lojas (Shopping Mueller/Divulgação)

Vivara: empresa deve reduzir ritmo de abertura de lojas (Shopping Mueller/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 12h35.

As ações da Vivara (VIVA3) e Lojas Renner (LREN3) estão entre as maiores quedas do Ibovespa nesta sexta-feira, 7, após o Bradesco BBI rebaixar a recomendação dos papéis para neutro em um relatório que revisou toda a a tese em varejo de moda. A Vivara caía 2,85% e a Renner, 3%, perto de meio-dia.

O banco também reduziu o preço-alvo das ações para R$ 25 e R$ 16, respectivamente, refletindo preocupações com margens e desafios operacionais.

Vivara: crescimento desacelera e pressão na margem preocupa

A Vivara, líder no setor de joias, teve sua recomendação rebaixada devido à desaceleração no crescimento das vendas e pressão sobre a margem bruta.

Nos cálculos do time do Bradesco BBI, as vendas brutas devem crescer apenas dois dígitos médios no quarto trimestre de 2024, abaixo dos 20% registrados no trimestre anterior.

Além disso, fatores como custos elevados com pessoal na fábrica de Manaus e um ciclo de estoques mais alto, influenciado pelos preços do ouro, podem impactar o capital de giro da companhia.

O banco também aponta uma menor abertura de lojas em 2025 (50 unidades ante 72 em 2024), dificultando uma retomada acelerada do crescimento.

Para que a recomendação volte a ser positiva, o banco destaca que a companhia precisa mostrar sustentabilidade no crescimento da bandeira Life, melhora na margem bruta e maior previsibilidade nos retornos e fluxo de caixa.

Lojas Renner: margens pressionadas e impacto do câmbio

A Lojas Renner também teve seu rating cortado devido a preocupações com as margens e potenciais revisões negativas nas projeções de lucro.

O Bradesco BBI observa que a margem EBITDA do varejo foi impactada por fatores não recorrentes em 2024, como uma recuperação tributária de 1,7 ponto percentual, que não deve se repetir em 2025.

Outro ponto de alerta é o impacto do câmbio sobre os custos, uma vez que 30% a 35% do COGS (custo dos produtos vendidos) da companhia estão atrelados ao dólar.

O novo centro de distribuição da Renner também adiciona pressão nas despesas, o que pode continuar afetando as margens no curto prazo.

Para que a Renner volte a ser vista de forma mais positiva, o banco destaca que a empresa precisa acelerar a maturidade do centro de distribuição, melhorar a produtividade das lojas e encontrar uma solução para a estrutura de capital, que conta com R$ 1,4 bilhão em caixa líquido.

Outras mudanças no setor de vestuário

Além de Vivara e Renner, o Bradesco BBI também rebaixou a recomendação do Grupo SBF (SBFG3) para neutro, reduzindo o preço-alvo para R$ 13.

O banco citou menor espaço para crescimento da receita e desafios para a rentabilidade, especialmente pelo impacto cambial na margem bruta e a margem EBITDA já próxima do teto histórico de 12%.

A Guararapes (GUAR3), dono da Riachuelo, manteve recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 8, devido ao risco de revisão negativa dos lucros, enquanto a C&A (CEAB3) foi elevada para compra m, com preço-alvo de R$ 14.

O banco destaca que a C&A tem apresentado melhorias estruturais e um múltiplo relativo mais atrativo, com potencial de crescimento via Fashiontronics (portfólio de eletrônicos) e expansão de margem.

Diante desse cenário, o Bradesco BBI reforça uma visão mais cética para o setor de vestuário e lifestyle, enfatizando que as valorizações das ações estão mais atreladas a fatores macroeconômicos do que a fundamentos específicos das empresas.

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