Verde: fundo reduziu uma posição comprada no real em relação ao dólar (Patricia Monteiro/Bloomberg)
Agência de notícias
Publicado em 12 de outubro de 2023 às 07h42.
Alguns dos maiores gestores de fundos multimercado montaram posições no mercado de juros brasileiro após a turbulência provocada pela alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos no mês passado.
Em setembro, as taxas de juros futuros registraram um desempenho mais fraco em relação a outros ativos domésticos, e contratos com vencimento em janeiro de 2027 subiram 45 pontos-base no período. Os rendimentos das NTN-Bs com vencimento de 3 anos avançaram 38 pontos-base, em meio a uma derrocada generalizada nos mercados emergentes, à medida que os investidores reavaliaram o cenário para as taxas de juros globais.
A Legacy Capital iniciou uma posição de valor relativo que combina a aposta em queda de taxas de juros futuros com a compra de dólar frente ao real, enquanto o fundo Verde voltou a apostar em juros reais menores no Brasil.
Há uma “significativa assimetria” em posições aplicadas em NTN-Bs, escreveu a XP Asset Management, em carta referindo-se ao seu fundo multimercado macro. “O prêmio implícito na curva não se justifica nem mesmo frente à discussão da expansão da taxa neutra de equilíbrio na economia norte americana”, disse o fundo.
A Vinland Capital segue apostando na queda de taxas — mas enxugou seu risco em juros. Por sua vez, a Kapitalo disse que seus fundos Kappa e Zeta mantiveram posições aplicadas tanto no Brasil como no México.
Veja o que os fundos locais disseram nas suas cartas mensais:
O fundo não tem exposição a juros, tanto no Brasil quanto no exterior. A reprecificação das curvas de taxas globais, juntamente com um tom mais conservador do Banco Central, levou a um aumento acentuado dos juros futuros locais.
As posições vendidas em bolsas globais ajudaram a compensar as apostas de câmbio e em renda fixa em um mês de maior volatilidade, especialmente nos mercados brasileiros. O fundo permanece cauteloso.
O fundo disse que monitora de perto a trajetória da inflação no Brasil e os sinais do Congresso. Também está de olho nas negociações para a aprovação de medidas do governo para aumentar a arrecadação.
O ritmo atual de cortes nos juros por parte do Banco Central “parece o mais adequado” para atingir a meta de inflação e uma taxa Selic mais baixa no final do processo de flexibilização.
A Ibiuna mantém apostas menores, mais cautelosas, embora ainda construtivas no Brasil, particularmente em renda fixa.
A curva de juros sofreu uma “reprecificação significativa” em agosto. A manutenção do quadro fiscal do país será fundamental para o bom desempenho dos ativos locais.
A Kapitalo manteve posições que se beneficiam de juros mais baixos no México e no Brasil. A gestora reduziu posição em bolsa brasileira.
A curva de juros foi punida mais severamente do que o real, em meio ao selloff desencadeado pelo aumento dos yields dos treasuries, disse a Legacy. A gestora ainda mantém uma posição comprada em bolsa local.
O vigor da economia do Brasil tem sido fortemente influenciado por fatores pontuais, como uma safra maior do que as expectativas. A SPX detém posições de valor relativo em algumas curvas de juros globais, as quais não especificou.
O fundo reduziu uma posição comprada no real em relação ao dólar e também montou uma posição que se beneficia da queda dos juros reais no Brasil.
A Vinland reduziu a exposição a juros no Brasil e aposta que o dólar se fortalecerá em relação ao yuan chinês. Também possui posição comprada em bolsa brasileira.