Trígono Capital, gestora fundada pelos sócios Werner Roger (à esquerda) e Frederico Mesnik: foco em small caps (Trígono capital/Divulgação)
Karla Mamona
Publicado em 21 de junho de 2021 às 14h56.
Última atualização em 21 de junho de 2021 às 16h14.
A Trígono Capital, gestora especializada em fundos de small caps, alcançou a marca de 1 bilhão de reais em investimentos sob gestão. Trata-se de uma marca inédita para uma gestora especializada no país. Em apenas três anos, a gestora viu o número de cotistas sair de 134 para 31.615. Até o final do ano, a expectativa é alcançar as 50.000 contas abertas.
Atualmente, a gestora tem seis fundos em seu portfólio (Trígono Delphos Income, Trígono Flagship Small Caps, Trígono Verbier FIA e Trígono Power Yield FIA, Trígono 70 Prev e Trígono Flagship 60). Um dos destaques é Trígono Flagship Small Caps FIC FIA que lidera em rentabilidade entre os fundos de small caps nos últimos 12 meses. No período, até o dia 8 de junho, a valorização do fundo foi de 94,3%, enquanto o índice Small Cap (benchmark do setor) subiu 37,1% no período.
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Em entrevista exclusiva à EXAME Invest, Werner Roger, chefe de investimentos e sócio da Trígono, comemorou o valor alcançado sob gestão. “Com a nossa estratégia e visão, abocanhamos uma parcela dos novos CPFs que entraram na bolsa nos últimos anos. São mais de 30.000 investidores em um segmento alternativo.” Para atrair ainda mais cotistas, no começo do ano, a gestora reduziu o valor inicial do aporte de 500 reais para 250 reais nos fundos de ações.
A Trígono é focada em small caps, mas desenvolveu uma metodologia própria para a escolha dos papéis. Ela não considera uma empresa small cap apenas pela liquidez, como ocorre com o índice Small Cap. Até então, a Trígono analisava o valor de mercado das empresas que estavam abaixo de 5 bilhões de reais e que negociam diariamente menos do que 10 milhões de reais.
Agora, a gestora ampliou o “teto” de small caps, passando para 10 bilhões de reais em valor de mercado e 10 milhões de reais em negociação diária. Roger explica que a mudança ocorreu porque as empresas listadas valorizaram bastante nos últimos meses e acabou restringindo o número que eles consideram small caps. “Resolvemos ampliar devido à valorização dos papéis e de olho nos IPOs, apesar de não comprarmos ações no lançamento. É importante destacar, que os papéis que já estão na carteira continuarão.”
O gestor explica que a metodologia desenvolvida pela gestora para o conceito de small caps reflete a economia brasileira, o que não ocorre com o índice Bovespa. “O Ibovespa é muito concentrado em commodities devido à Petrobras e a Vale. A economia brasileira não é o minério de ferro, petróleo e setor bancário."
Na carteira da Trígono, dentre as maiores posições da Trígono estão empresas com atuação nas áreas industrial, nos setores ligados a veículos pesados e maquinários (caminhões, tratores, e máquinas off road), mineração e metalurgia, agronegócio, química e petroquímica, logística e concessionárias do setor elétrico com sólida estrutura financeira e excelentes pagadoras de dividendos. “Com o avanço da vacinação haverá a retomada do crescimento nacional e global e esses segmentos estão em setores estratégicos da cadeia produtiva”, completa Werner.
Além disso, a demanda por determinadas commodities levaram preços nas alturas, e de acordo com o gestor, o ciclo de alta pode estar apenas no início pela incapacidade das empresas atenderem a crescente demanda.