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3 BDRs para lucrar em janeiro no mercado externo, segundo o BTG

Analistas do banco de investimento apontam que avanço da Ômicron e mudanças na política do Fed vão impactar o mercado de diferentes formas

Carteira de BDRs do BTG aposta em setores cíclicos | Foto: Teradat Santivivut/ GettyImages (TERADAT SANTIVIVUT/Getty Images)

Carteira de BDRs do BTG aposta em setores cíclicos | Foto: Teradat Santivivut/ GettyImages (TERADAT SANTIVIVUT/Getty Images)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 7 de janeiro de 2022 às 06h35.

O investidor que quer começar o ano com ganhos, descolando-se da volatilidade da bolsa brasileira em ano eleitoral, encontra oportunidades em renda variável no exterior, especialmente em setores cíclicos da economia. 

É o que apontam os analistas do BTG Pactual (BPAC11) em sua carteira recomendada de BDRs para o mês de janeiro. Os BDRs são recibos de ações listadas em bolsas no exterior mas negociados na B3. 

“O mercado voltou a ficar favorável ao risco para todos os ativos cíclicos, em especial o petróleo e as ações de valor [empresas consolidadas, negociadas abaixo de seu valor intrínseco], que são mais sensíveis à atividade econômica de curto e médio prazo”, dizem os analistas, liderados por Bernardo Carneiro, CFA.

São dois os fatores que favorecem as ações cíclicas: as novas previsões para a variante Ômicron do coronavírus e as mudanças na política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano). 

No caso da Ômicron, embora a cepa tenha se mostrado mais contagiosa do que as anteriores, estudos e dados disponíveis até o momento apontam menor risco de mortes e de casos graves que demandam internação hospitalar. Por tabela, a expectativa é que cause menos danos à economia, o que favorece as ações de valor.

Já o Fed tem avançado na sinalização de aperto da política monetária, o que significa subir a taxa de juro ao longo de 2022 de forma mais acelerada do que o esperado pelo mercado. “A mudança para um tom mais hawkish [favorável a um cenário de juro mais alto] promoveu uma abertura da curva americana, o que limitou o apetite maior para as ações de crescimento quando comparado às ações de valor”, afirmam os analistas do banco de investimento.

Veja abaixo as perspectivas do banco para três dos BDRs com maior composição na carteira de BDRs recomendada para janeiro:

JP Morgan (JPMC34)

Um dos papéis que devem se fortalecer em cenário de alta de juros são os do J.P. Morgan (JPMC34), que podem ter seus resultados impulsionados pelas novas condições monetárias.

Segundo a análise do BTG Pactual, o valor justo da ação, de acordo com as estimativas do consenso de mercado da Bloomberg, oferece um retorno potencial de, aproximadamente, 13% para os próximos 12 meses: isso significa um preço-alvo ao redor de 101 reais para o BDR no Brasil. O papel é negociado atualmente na casa dos 93 reais.

“O J.P. Morgan Chase é um dos bancos mais capitalizados e lucrativos dos EUA, com quase US$ 4 trilhões de ativos e reservas de capital bem acima das exigidas pelas autoridades regulatórias. Além disso, o banco é um bom pagador de dividendos, com dividend yield estimado de 2,6% em dólar para 2022”, afirma o relatório.  

Chevron (CHVX34)

A Chevron (CHVX34) deve se beneficiar da valorização do petróleo. Segundo o consenso de mercado da Bloomberg, o lucro líquido de 2021 deve ter ficado em 16 bilhões de dólares, revertendo o prejuízo de 5,5 bilhões de dólares em 2020.

O papel de uma das grandes petrolíferas do mercado americano indica um retorno potencial de 11% em 12 meses, o que significa um preço-alvo ao redor de 73 reais para o BDR, que atualmente é negociado em torno de 70 reais.

Segundo o BTG Pactual, a ação é negociada ainda com um pequeno prêmio em relação a outras empresas do setor sob duas métricas: a mediana do múltiplo P/L, que calcula a relação entre o preço da ação e o lucro por ação gerado pelo negócio, e também em relação ao EV/Ebitda, que estima o valor da empresa dividido pela geração de caixa operacional.

Meta (ex-Facebook; FBOK34)

Mesmo com o cenário mais desafiador para as empresas de tecnologia em decorrência da perspectiva de aumento dos juros, as big techs continuam a apresentar boas perspectivas, tanto que Meta (ex-Facebook; FBOK34) e Apple (AAPL34) seguem na carteira de BDRs do BTG. A Meta, a propósito, tem 15% de participação na carteira.

Os analistas argumentam que a empresa de Mark Zuckerberg é negociada com um desconto significativo quando comparado com seus pares de tecnologia de mídia e cujos modelos de negócio são baseados em engajamento, tráfego e receitas de anúncios. A avaliação é que o preço justo da ação oferece um retorno potencial de 19% nos próximos meses, o que significa um preço-alvo ao redor de 80 reais para o BDR – ele é negociado na casa dos 67 reais.

“Os investimentos no metaverso, com o desenvolvimento de óculos de Realidade Virtual e aplicações de Inteligência Artificial, como a construção de ambientes virtuais de realidade mista, deverão gerar receitas significativas no longo prazo e fundamentaram a mudança de nome da companhia”, afirmam.

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