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Real e peso mexicano: moedas voltam a atrair investidores após depreciação

O real brasileiro, o peso mexicano e o peso colombiano estão na mira dos operadores de câmbio de novo

Moedas latinas: "O câmbio da AL está de volta”, disse Benito Berber, economista-chefe para as Américas da Natixis (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Moedas latinas: "O câmbio da AL está de volta”, disse Benito Berber, economista-chefe para as Américas da Natixis (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

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Agência de notícias

Publicado em 13 de outubro de 2023 às 14h28.

Última atualização em 13 de outubro de 2023 às 15h14.

As moedas latino-americanas voltam a atrair investidores menos avessos à alta volatilidade.  O real brasileiro, o peso mexicano e o peso colombiano estão na mira dos operadores de câmbio de novo depois de terem sido castigados nos últimos 30 dias, com uma disparada dos yields nos EUA que abalou os ativos de mercados emergentes.

O peso colombiano, que sofreu depreciação de mais de 5%, parece novamente favorável ao carry trade diante da possibilidade de preços mais elevados do petróleo por conta do conflito no Oriente Médio, combinada com altos rendimentos implícitos nos contratos a termo.

O peso mexicano e o real, que se enfraqueceram mais de 2%, também ressurgem como opções atrativas devido à liquidez elevada e atividade doméstica robusta.

“O câmbio da AL está de volta”, disse Benito Berber, economista-chefe para as Américas da Natixis. “Há uma pequena reprecificação em termos de probabilidade de alta de juros em novembro, mas permanece abaixo de 12%. Nossa opinião é que o Fed atingiu o fim do ciclo de aperto, por isso não prevemos mais altas.”

Berber gosta de se posicionar para uma apreciação do peso mexicano — que ele considera atraente em comparação com pares regionais — combinado com uma posição vendida em real por conta dos riscos fiscais crescentes.

Estrategistas de grandes bancos também fizeram recomendações para moedas latino-americanas. Para Drausio Giacomelli, do Deutsche Bank, bons fluxos, balanço de pagamentos e métricas de carry trade, assim como fatores favoráveis ​​do setor externo, como o ‘nearshoring’ no México e as exportações agrícolas no Brasil, tornam essas moedas mais resistentes — salvo na eventualidade de uma grande recessão nos EUA.

O Citigroup recomenda o real, apostando que o dólar caia para R$ 4,90, dos atuais R$ 5,06, segundo os estrategistas Dirk Willer, Alex Saunders e David Glass.

O Barclays sugeriu apostar no peso mexicano contra o dólar.

Thierry Wizman, diretor de moedas globais e estrategista de juros da Macquarie Futures, diz que ainda é cedo para ficar otimista em relação ao real, que pode enfrentar ventos contrários adicionais se os dados sobre gastos do consumidor nos EUA desacelerarem nas próximas semanas.

O dólar pode chegar a R$ 5,25, “supondo que não surjam sinais de recuperação na China”, disse Wizman, que acrescentou que o nível seria um bom ponto de entrada para o real.

O uso do real como hedging para apostas otimistas nos mercados de juros futuros e ações também pode limitar a apreciação do câmbio no curto prazo.

Os investidores estrangeiros montaram posição vendida recorde de US$ 61,7 bilhões ante o real, ultrapassando os bancos locais pela primeira vez desde abril de 2021, segundo dados compilados pela B3.

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