Existem várias opções de investimentos em renda fixa que podem oferecer retornos mais atrativos do que a poupança. (Images By Tang Ming Tung/Getty Images)
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Publicado em 23 de julho de 2024 às 14h00.
A poupança ainda é uma queridinha dos brasileiros, mas será que ela é mesmo a melhor opção de investimento?
O Raio-X do Investidor, mapeamento anual feito pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), mostrou que 37% da população brasileira fez investimentos financeiros em 2023.
E entre os investimentos pessoais mais usados, a caderneta de poupança lidera (25%), seguida por títulos privados (5%) e fundos de investimento e moedas digitais (4% cada). O investimento em ações na bolsa de valores é a opção de somente 2% e em moeda estrangeira, de 1%.
Mas isso não quer dizer que a poupança seja a melhor opção. A verdade é que esse tipo de aplicação pode ser menos atrativo quando comparado a outros investimentos de renda fixa, que oferecem retornos mais competitivos e segurança equivalente.
O rendimento da poupança está atrelado à taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia. E mesmo em períodos de alta dessa taxa, os ganhos da poupança são limitados.
A fórmula de cálculo da poupança é a seguinte: quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança considera 70% da Selic mais TR (Taxa Referencial). Já quando a Selic está acima de 8,5%, que é o caso de hoje, o rendimento é de 0,5% ao mês sobre o valor depositado mais a TR.
Sendo assim, em 2023, por exemplo, a poupança rendeu pouco mais de 7%. Ficou acima da inflação, levando em conta um IPCA de 4,62%, mas abaixo de outros investimentos em renda fixa, como aqueles atrelados ao CDI, que em 2023 foi de 13,04% no acumulado do ano.
Existem várias opções de investimentos em renda fixa que podem oferecer retornos mais atrativos do que a poupança, como CDBs, LCIs, LCAs e títulos do Tesouro Direto. Esses investimentos permitem aos investidores obter rendimentos superiores, com níveis de risco ajustáveis ao perfil de cada investidor.
Para diversificar os investimentos em renda fixa, uma opção é olhar para o mercado internacional. Nos Estados Unidos, os chamados "bonds" são títulos emitidos por empresas e governos como uma forma de captação de recursos, oferecendo retornos previsíveis e, muitas vezes, superiores aos dos títulos de renda fixa brasileiros.
Os bonds funcionam de maneira semelhante aos títulos de renda fixa brasileiros, com taxas e prazos estabelecidos que garantem retornos consistentes. Além disso, muitos desses títulos distribuem cupons recorrentes, gerando fluxo de caixa em dólares, o que pode servir como uma proteção contra a oscilação cambial e a inflação.
Para os brasileiros que desejam investir em bonds, o primeiro passo é encontrar uma instituição financeira confiável que ofereça acesso a esses títulos. Após abrir uma conta, o investidor pode realizar a remessa de capital e começar a investir. É fundamental escolher títulos que se adequem ao perfil de risco e ao prazo de investimento desejado.
Também é importante fazer um teste de perfil de investidor para entender a tolerância ao risco antes de selecionar os títulos. Isso porque os bonds podem ter diferentes graus de risco de crédito e prazos variados, influenciando as oscilações de preço antes do vencimento.
Investir em renda fixa nos Estados Unidos oferece várias vantagens, como a diversificação da carteira e a proteção contra riscos domésticos e inflacionários. O mercado americano é muito mais líquido e diversificado, com empresas e governos de todo o mundo emitindo dívida. De acordo com a Securities Industry and Financial Markets Association (SIFMA), o valor total dos títulos de renda fixa em circulação nos EUA foi de aproximadamente US$ 52,9 trilhões em 2023.
Assim como qualquer investimento em renda fixa, os bonds também apresentam riscos, incluindo risco de taxa de juros, risco de crédito, risco de liquidez e risco de reinvestimento. É essencial que o investidor esteja ciente desses riscos e escolha títulos que se alinhem com seu perfil de risco e objetivos financeiros.