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Petrobras (PETR4): depois de subir mais 50% no ano passado, o que esperar da companhia em 2024?

Segundo analistas, a estatal permanece como uma “boa tese de geração de caixa” e dividendos robustos seguem no radar

Petrobras (PETR4): ações da companhia tiveram uma alta de quase 52% apenas em 2023 (Wagner Meier/Getty Images)

Petrobras (PETR4): ações da companhia tiveram uma alta de quase 52% apenas em 2023 (Wagner Meier/Getty Images)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 12 de janeiro de 2024 às 18h01.

A Petrobras (PETR4) teve um desempenho de cair o queixo em 2023. Do primeiro pregão do ano para o último, o preço das ações preferenciais saiu de R$ 24,52 para R$ 37,24, uma alta de quase 52%. Mas será que a petrolífera conseguirá repetir o mesmo desempenho?

Para o BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME) a Petrobras continua sendo um dos seus nomes favoritos para 2024. Segundo os analistas, a companhia permanece como uma “boa tese de geração de caixa”, sobretudo com a previsão de que o nível de produção fique acima das expectativas e que haja menores investimentos, quando comparados com o ano anterior.

“[Esses pontos] junto a uma governança corporativa sólida darão segurança à capacidade da empresa de manter uma geração de caixa robusta e oferecer dividend yields atrativos.” Apesar disso, o banco reconhece que para este ano há menos espaço para a valorização das ações da companhia.

Indo pela mesma linha de raciocínio, os analistas do Goldman Sachs também apostam que as ações da Petrobras terão uma margem limitada para uma valorização tão expressiva quanto a do ano passado. “Há um ano, o mercado estava preocupado com uma potencial mudança significativa nas políticas de dividendos, alocação de capital e preços de combustíveis. Os desdobramentos em 2023 reduziram o risco deste cenário, conforme refletido no desempenho do preço das ações no ano passado”, dizem.

Mas quais serão os riscos para a Petrobras (PETR4) em 2024?

As expectativas para a Petrobras são boas para este ano, mas alguns riscos podem trazer impactos negativos para a companhia. O primeiro deles é justamente o petróleo, aponta Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama. “Temos observado o conflito no Oriente Médio ficar mais intenso e isso pode mexer com o preço da commodity. As nossas projeções são de continuidade ou até um pouco de alta no preço corrente”, diz.

No entanto, o principal ponto de atenção do especialista está na governança da petroleira. Medidas importantes foram aprovadas no ano passado, como a mudança no estatuto que retirou a vedação à indicação de dirigentes, mesmo que políticos sem terem feito a quarentena prevista na lei das estatais. Junto a isso, houve também a criação de um fundo reserva de lucro e um aumento da política de investimentos (saindo de R$ 70 bilhões para R$ 100 bilhões de capex).

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“Além disso, o plano estratégico da Petrobras que foi visto como negativo, com a reserva de lucro podendo ser usada para aumentar os investimentos, gerando um menor retorno para o acionista. Isso tudo são coisas que vão na direção do que consideramos riscos para a companhia e temos um aumento dessa tendência, que reflete em um menor retorno ao acionista”, diz.

Dividendos da PETR4 continuarão extraordinários?

Embora as mudanças aprovadas mexam com o retorno aos acionistas, há quem esteja otimista com os dividendos da Petrobras para 2024. Os analistas da Ágora também enxergam resultados com “números sólidos” neste ano. “O que, em nossa opinião, deve permitir que a empresa siga distribuindo dividendos elevados — um dos principais pontos da tese.”

Eles projetam que a estatal termine o ano com uma geração de caixa de aproximadamente US$ 20 bilhões, considerando os preços atuais do petróleo. “Se a companhia mantiver a política de pagamento de dividendo mínimo (45% do fluxo de caixa operacional, subtraído dos investimentos) a posição de caixa terminaria 2024 com cerca de US$ 24 bilhões (retirando o pagamento de US$ 3,5 bilhões em dividendos relativos aos resultados do 3T23, a serem pagos no 1T24). Isto está muito acima do nível ideal de US$ 8 bilhões”, dizem.

Na mesma toada, o Goldman Sachs aposta na continuidade dos dividendos extraordinários, considerando a projeção de rendimento de fluxo de caixa de 16% em 2024 e uma posição de caixa de aproximadamente US$ 17 bilhões, contabilizados no final de 2023. “A Petrobras tem capacidade financeira para o pagamento potencial de até US$ 7 bilhões em dividendos extraordinários no curto prazo”, dizem. Um momento oportuno, segundo eles, seria já em março, com os resultados do quarto trimestre de 2023.

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