O pior investimento na renda fixa no mês foi a aplicação no Tesouro IPCA+ 2045, com queda de 7,77% (triloks/Getty Images)
Karla Mamona
Publicado em 30 de setembro de 2021 às 18h31.
Última atualização em 4 de outubro de 2021 às 14h15.
Os fundos de renda fixa de duração alta lideraram o ranking dos melhores investimentos em setembro, com rentabilidade média de 3,26%. Os investimentos da renda fixa seguem em destaque nos últimos meses com o aumento da taxa Selic. A Selic começou o ano em 2% a.a. foi elevada cinco vezes consecutivas e está em 6,25%.
Juliana Machado, analista de fundos de investimento do BTG Pactual digital, explica que, no cenário de alta da taxa básica de juro, os produtos de investimentos atrelados à Selic entraram no foco do investidor devido ao carrego. "O carrego é ter o título em carteira. Isso porque a parcela do título que é remunerada pelo indexador, ao acompanhar a Selic, traz ganhos. O investidor tem ganhos com a alta da taxa de juro."
Na segunda colocação no ranking de renda fixa está o Tesouro IPCA 2024, com rentabilidade acumulada no mês de 0,71%. O título indexado ao IPCA acaba se beneficiando diante do cenário inflacionário. No último boletim Focus, os economistas elevaram a previsão para o IPCA pela 25ª semana seguida,de alta de 8,35% para 8,45%.
Entre os investimentos de renda variável, apenas dois analisados tiveram desempenho positivo: multimercado investimento no exterior e multimercado livre, com alta de 0,31% e 0,13%, respectivamente. Veja abaixo o ranking dos melhores investimentos por categoria de ativo:
Investimento | Desempenho em setembro (em %) | Desempenho em 12 meses (em %) |
Fundos de renda fixa - duração alta - grau de investimento | 3,26 | 12,78 |
Tesouro IPCA+ 2024 | 0,71 | 4,76 |
Tesouro Selic 2025 | 0,54 | 3,08 |
Fundos de renda fixa - duração baixa - grau de investimento | 0,40 | 3,26 |
Poupança | 0,24 | 2,02 |
Tesouro prefixado 2023 | 0,13 | -0,54 |
Tesouro prefixado 2025 | -1,73 | -3,93 |
Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2035 | -2,25 | -6,9 |
Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2050 | -3,67 | -8,57 |
Tesouro IPCA+ 2035 | -3,92 | -10,96 |
Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2045 | -5 | 4,65 |
Tesouro IPCA+ 2045 | -7,77 | -23,6 |
Índice | Desempenho em setembro (em %) | Desempenho em 12 meses (em %) |
CDI | 0,41 | 2,95 |
*A rentabilidade dos fundos vai até o dia 29 de setembro, dado mais atual disponível na Anbima.
*O desempenho mensal dos títulos e da poupança se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento
Investimento | Desempenho em setembro (em %) | Desempenho em 12 meses (em %) |
Multimercado investimento no exterior | 0,31 | 9,36 |
Multimercado livre | 0,13 | 7,04 |
Fundo de ações investimento no exterior | -1 | 24,67 |
Fundo de ações livre | -2,53 | 16,4 |
Fundo de ações valor/crescimento | -3,51 | 14,51 |
Fundo de ações índice ativo | -3,81 | 15,26 |
Índice | Desempenho em setembro (em %) | Desempenho em 12 meses (em %) |
Ibovespa | -5,72% | 18,73% |
A rentabilidade dos fundos vai até o dia 29 de setembro, dado mais atual disponível na Anbima.
O pior investimento na renda fixa no mês foi a aplicação no Tesouro IPCA+ 2045, com queda de 7,77%. Os títulos prefixados sofrem mais na marcação ao mercado, que é o ajuste do valor do ativo pelo seu preço de mercado em determinado dia, o que acaba impactando no prêmio de risco.
De uma maneira geral, os investidores aceitam emprestar, mas querem um prêmio de risco maior e colocam isso no preço. Dessa maneira, se o prêmio de risco aumenta, o preço do título cai.
Já na renda variável, o pior desempenho foi do fundo de ações índice ativo, com rentabilidade de 3,81. O mês de setembro foi marcado pelo mal desempenho da bolsa, que fechou em queda de quase 6%.
Para todos os investimentos, a orientação é sempre lembrar que a rentabilidade passada não significa garantia de rendimento futuro. Também é importante mencionar que o ranking de investimentos considera a rentabilidade bruta das aplicações, sem descontar o imposto de renda (IR) e taxas cobradas por fundos, gestoras e corretoras.
Nas aplicações em fundos de ações, há cobrança de IR de 15%. Nos fundos de curto prazo, a alíquota é de 22,50% para resgates em até 180 dias e de 20% para resgates depois de 180 dias. Nas demais categorias de fundos (longo prazo), a tributação segue tabela regressiva, em que a alíquota varia entre 15% e 22,5%, conforme o prazo de vencimento.
Os títulos públicos também são tributados pela tabela regressiva de IR. A poupança não tem cobrança de IR.