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Os BDRs preferidos por gestoras brasileiras em seus fundos

Empresas de tecnologia predominam no top 10 de presença em carteiras de gestores; a liderança coube ao Mercado Livre, segundo levantamento da Quantum

Painel de cotações da B3 | Foto: Leandro Fonseca/Exame (Leandro Fonseca/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Leandro Fonseca/Exame (Leandro Fonseca/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 12 de fevereiro de 2022 às 08h15.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2022 às 18h53.

Os BDRs (sigla para Brazilian Depositary Receipts) são a forma mais simples que brasileiros têm para investir em empresas estrangeiras. Há quase 1.000 negociados na B3: são recibos de ações listadas em bolsas no exterior, a imensa maioria nos Estados Unidos. Mas cabe a uma empresa argentina negociada na Nasdaq o status de BDR preferido por quem entende de renda variável, os gestores dos fundos de ações e multimercados do país.

É o que revela um levantamento realizado pela consultoria Quantum Finance para a EXAME Invest: os BDRs do Mercado Livre (MELI34) estão presentes em 264 fundos de 101 gestoras. O da Amazon (AMZO34), a segunda colocada, está no portfólio de 91 fundos de 59 gestoras do país. Os dados consideram as últimas carteiras divulgadas ao público, referentes a outubro de 2021.

A proximidade dos negócios do Mercado Livre, que tem a maior parte de sua receita proveniente de suas operações no Brasil, ajuda a explicar tamanho interesse. Mas, em volume financeiro, as maiores alocações não estão na empresa argentina nem na Amazon. Fundos do país têm 1,76 bilhão de reais alocado na Alphabet (GOGL34), a holding do Google: é o maior montante depositado em um BDR de ação. São 93 fundos com o BDR na carteira.

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Veja abaixo a lista dos BDRs com maior presença no portfólio de gestoras:

BDRs de empresas de tecnologia, por sinal, são os que recebem mais investimentos. São cerca de 5 bilhões de reais alocados no setor, seguido por serviços de comunicação e consumo cíclico, com 4,8 bilhões e 3,1 bilhões de reais, respectivamente. Dos 10 BDRs mais presentes nas carteiras de gestores, oito são das chamadas techs.

A proporção destinada a esses setores é bem diferente da retratada em 2019, quando o setor de serviços financeiros era o preferido dos gestores, segundo o levantamento da Quantum.

O que não mudou foi a predominância de BDRs de empresas americanas. Eles somam 17,2 bilhões de reais em alocação, mais de quarenta vezes o que está investido em BDRs da Argentina, com a segunda maior porção.

A posição da Argentina no ranking, no entanto, está ameaçada pela China, que sequer figurava no top 10 de 2019, mas vem ganhando cada vez mais relevância no mercado. Os fundos brasileiros já alocam mais de 340 milhões de reais em BDRs de empresas do país asiático.

O principal representante é o BDR do Alibaba (BABA34), que está presente em 59 fundos brasileiros.

As posições em BDRs somavam 23,1 bilhões de reais em janeiro deste ano, segundo dados da B3. São 325.400 investidores com pelo menos um BDR em carteira. A popularização começou a acontecer após a liberação da classe de ativo para o investidor de varejo em outubro de 2020.

Até um ano antes, em 2019, quando essa classe de ativos ainda estava restrita a investidores qualificados e profissionais, com pelo menos 1 milhão e 10 milhões de reais aplicados, respectivamente, apenas 2.900 tinham alguma posição em BDRs. Menos de um ano e meio após a liberação, pessoas físicas já representam 20,7% das posições sob custódia. Os institucionais, como gestoras e fundos de pensão, são quase 75% do volume total.

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