Sabesp: oferece oportunidade de retorno significativo devido à privatização e reformas regulatórias (Leandro Fonseca/Exame)
Editora de Finanças
Publicado em 7 de outubro de 2024 às 11h17.
Apesar do rali de 22% das ações da Sabesp em 2024, o Goldman Sachs acredita que há espaço para mais. Segundo o banco, a empresa de saneamento do estado de São Paulo oferece oportunidade única para investidores no setor.
O Goldman iniciou a cobertura da Sabesp com classificação de compra, e o preço-alvo do papel é de R$ 134,30. No pregão desta segunda-feira, 7, as ações eram negociadas por R$ 90,54. A estimativa é de um retorno potencial de 53% em 12 meses.
Um ano de guerra no Oriente Médio: As lições e o legado de 7 de outubroA tese de investimento é baseada na escala da Sabesp, já que a companhia é a terceira empresa de água listada globalmente em termos de capitalização de mercado. Os analistas acreditam que há espaço significativo para redução de custos nos próximos anos, dada a recente privatização e posicionamento único para participar de leilões de saneamento. Além de mudanças regulatórias, que trazem visibilidade sobre retornos atraentes para o capex orgânico de cerca de R$ 70 bilhões até 2029.
“Notamos que a Sabesp é negociada a 0,95x 2024 EV/RAB, acima de sua média histórica de 0,75x, mas ainda abaixo de 1x, sugerindo um aumento significativo se a empresa entregar ROIC (retorno sobre o capital investido) acima do WACC (custo médio ponderado de capital) no futuro, o que achamos viável, dadas as novas mudanças regulatórias e o sólido histórico operacional da Equatorial.”
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Após um processo iniciado em janeiro de 2023, a Sabesp foi privatizada em julho de 2024, tornando-se a primeira empresa privada de saneamento básico listada no Brasil e a terceira maior do mundo (em termos de capitalização de mercado). Durante esse processo, a Equatorial, uma operadora de serviços públicos premium e uma das nossas principais escolhas no setor, foi uma investidora de referência por meio da aquisição de 15% de participação em uma oferta secundária.
Outros 17% foram vendidos ao mercado na mesma oferta, levando o estado de São Paulo a reduzir sua participação de 50% para 18%, levantando assim R$ 14,7 bilhões da oferta (a R$ 67/ação). De acordo com o estado, pelo menos 30% dos recursos serão direcionados a um fundo criado para reduzir tarifas para consumidores nos próximos anos.
Os analistas do banco destacaram que a aprovação de um novo modelo regulatório foi um passo fundamental no processo de privatização da Sabesp. Isso porque o novo modelo reduz os poderes discricionários do regulador ao incluir os novos termos em um único contrato cobrindo 99% dos municípios atendidos.
“Dadas as mudanças discutidas acima, acreditamos que a Sabesp seria capaz de implementar medidas de corte de custos que vão desde pessoal (custos atuais de pessoal da unidade 50% maiores que seus pares, para referência), serviços (agora sem a necessidade de fazer licitações públicas para contratar serviços de terceiros), eletricidade (acelerando seus projetos de geração distribuída e a migração para o mercado livre), entre outros. Em nosso cenário base, esperamos que a Sabesp feche sua lacuna de eficiência em relação a seus pares privados maduros, levando a uma redução real de opex da unidade de 30% ao longo do primeiro ciclo de 5 anos.”
Sabesp oferece oportunidade de retorno significativo devido à privatização e reformas regulatórias.