Verde: 'mercado seguiu bons ventos globais em julho e reabriu de maneira importante' (Germano Lüders/Exame)
Editora de Finanças
Publicado em 8 de agosto de 2023 às 12h19.
Última atualização em 8 de agosto de 2023 às 12h39.
Para a Verde, de Luis Stuhlberger, um convidado indesejado pode acabar com a festa no mercado: o preço do petróleo. Em carta divulgada nesta terça-feira, 8, a gestora destacou que o barril de brent fechou o mês passado em alta de 12,4%, depois de ter subido 51% em junho, fechando próximo de US$ 85 o barril.
A Verde afirma que as altas do preço de energia são prejudiciais porque aumentam a inflação, e forçam os bancos centrais a taxas de juro ainda mais altas, ao mesmo tempo que roubam renda real do consumidor, impactando o crescimento econômico.
Segundo a gestora, a pergunta que deve fazer é se o petróleo continuará subindo, e se sim, até onde. Para a Verde, a resposta é sim. E afirma ainda que há potencial para a alta se estender, dado que o mercado físico de petróleo pela primeira vez no ano mostra de fato um aperto importante nas condições do lado da oferta.
“Porém, não vemos upside substancial, dado que tais condições têm sido criadas por um corte importante de produção da Arábia Saudita, corte este que deve ser revertido conforme nos aproximemos de algo como US$ 100/barril.”
Sobre o cenário brasileiro, a Verde afirma que o mercado seguiu bons ventos globais em julho e que reabriu de maneira importante, tanto do lado de dívida quanto de equity, melhorando as condições de financiamento de várias companhias, após o choque do início do ano.
Além disso, a carta destaca o corte de juros de 0,50% pelo Copom que, segundo a Verde, surpreendeu marginalmente o mercado (que atribuía uma probabilidade em torno de 60% para tal resultado na véspera), e já que vem sinalizando, um corte de mesma magnitude para a próxima reunião.
“Acreditamos que o processo de realocação de portfólio do investidor brasileiro deve ganhar pujança a partir de agora, ajudando a suportar os preços dos ativos locais especialmente ações e crédito. Além disso, os potentes resultados da balança comercial devem continuar ancorando o real, mesmo com menos suporte marginal do diferencial de juros.”
Atualmente, o fundo Verde tem uma pequena exposição vendida em bolsa global, e reduziu sua alocação em bolsa brasileira, após alguns nomes atingirem preços com menor retorno prospectivo. A posição comprada em inflação implícita no Brasil foi mantida.
O fundo manteve a posição aplicada em juro real nos EUA foi mantida e zerou a compra de inflação implícita. Além disso, iniciou uma alocação vendida no dólar contra o real, e uma posição comprada na rúpia indiana contra o Renminbi Chinês. A posição em ouro foi mantida, assim como a pequena alocação em petróleo. As posições em crédito high yield global foram marginalmente reduzidas, enquanto o livro de crédito local foi mantido.
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