Redação Exame
Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 14h39.
O número de investidores no Tesouro Direto cresceu 22% em um ano, passando de 2,5 milhões para 3 milhões entre dezembro de 2023 e o mesmo período de 2024. O volume financeiro em custódia também subiu, de R$ 126,8 bilhões para R$ 142,7 bilhões, um aumento de 13%. Os dados foram divulgados pela B3 nesta quinta-feira, 20.
A redução de 31% no saldo médio por investidor, que caiu de R$ 2,5 mil para R$ 1,7 mil, indica que mais pessoas começaram a investir, mas com aportes menores. O Tesouro Selic e o Tesouro IPCA concentram 75% do total investido, com destaque para o Tesouro Selic, que representa 40% dos investimentos em títulos públicos.
O Tesouro Renda+, lançado em janeiro de 2023, teve um salto na participação de jovens entre 18 e 24 anos, que passaram de 6% para 20% dos investidores nos últimos três meses de 2024. O produto, que permite planejar uma aposentadoria com renda fixa mensal por 20 anos, tem maior adesão entre pessoas de 25 a 39 anos (47% do total).
No recorte de gênero, os homens representam 71% dos investidores do Renda+, enquanto as mulheres somam 29%. A região Sudeste lidera a participação, com 56% dos investidores.
O número de investidores em renda variável chegou a 5,3 milhões, crescendo 6% em um ano. Já na renda fixa, os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) dobraram a base de investidores desde 2022, atingindo 400 mil pessoas.
O volume aplicado em CDBs e RDBs também subiu 23%, enquanto a poupança registrou alta de 11% no número de contas, que passou de 586,7 milhões para 649,3 milhões.
Cresce bancarização e número de contas remuneradas
A quantidade de contas remuneradas e aplicações automáticas aumentou 22%, atingindo 91,8 milhões em 2024. Esse avanço reflete a maior bancarização no país, impulsionada por bancos digitais e fintechs.
Felipe Paiva, diretor da B3, destaca que esse crescimento aproxima mais brasileiros do mercado financeiro e reforça a importância da educação financeira. Daniel Lima, do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), aponta que a confiança nas instituições financeiras tem sido essencial para essa expansão.
As mulheres representam 26% dos investidores da B3, um avanço de dois pontos percentuais em um ano. Elas iniciam aplicações com valores médios de R$ 300, mais que o dobro dos homens (R$ 141).
Pela primeira vez, mulheres entre 40 e 59 anos formam o maior grupo feminino da bolsa (30%), superando a faixa de 31 a 39 anos (28%).
O Norte foi a região com maior crescimento no número de investidores em renda variável, com alta de 9,6%. O Nordeste vem em seguida, com 9,1%. O Sudeste ainda concentra a maior base, com 3 milhões de investidores, seguido pelo Sul (887 mil) e Nordeste (716 mil).