O Ifix, principal indicador do desempenho dos FIIs no Brasil, acumula desvalorização de 7,3% neste ano | Foto: GettyImages (Tonywestphoto/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2021 às 17h29.
Última atualização em 10 de dezembro de 2021 às 22h08.
A alta da taxa Selic impactou o mercado de fundos imobiliários. O Ifix, principal indicador do desempenho dos FIIs no Brasil, acumula desvalorização de 7,3% neste ano. E a expectativa é que a taxa de juro siga em trajetória de alta nos primeiros meses de 2022. Mas o que esperar para esse mercado no próximo ano?
Arthur Vieira de Moraes, professor da EXAME Academy e especialista em fundos imobiliários, afirma que, diante desse cenário, há muito ativos descontados, ou seja, negociados abaixo do valor, o que pode ser uma oportunidade para o investidor. “Muitos fundos imobiliários estão com bons preços. Preços que não víamos havia muito tempo.”
Para debater o cenário atual e a perspectiva e estratégia para o próximo ano, Vieira de Moraes recebeu no programa semanal FIIs em EXAME dois analistas do mercado: Raul Grego, analista de Real Estate da Eleven Financial Research, e Ricardo Figueiredo, especialista em FIIs da Spiti O programa vai ao ar no canal da EXAME Invest no YouTube toda sexta-feira às 15h. Assista aqui ao programa na íntegra.
Raul Grego disse acreditar que os fundos imobiliários ainda devem sofrer desvalorização no início do próximo ano, mas destacou que o investidor deve focar no longo prazo. “Ele tem que olhar para o período de três ou quatro anos. Ele não vai comprar um apartamento e querer que seja alugado com um retorno muito maior. O retorno irá crescer conforme o aluguel for sendo reajustado.”
Segundo o analista da Eleven, apesar do desempenho atual do mercado de fundos imobiliários, ele acredita que o número de investidores irá crescer nos próximos anos e que novas emissões virão. “Os juros vão chegar ao teto de cerca de 12%, mas depois volta a cair e o mercado de fundos imobiliários volta a crescer. Teremos um novo crescimento forte.”
Ele acredita que as melhores oportunidades no momento estão em fundos de fundos. "Seria ideal principalmente para os novos investidores. O valor patrimonial está descontado e paga 8,5% ou 9% de dividend yield."
Ricardo Figueiredo, especialista em FIIs da Spiti, acrescentou como dica que o investidor tenha no portfólio uma posição em fundo de CRI como proteção para a inflação e para que possa surfar a alta de juro. “As boas oportunidades estão nos fundos de tijolo. Nos fundos de fundos, a maioria se protegeu com CRI. O gestor se defendeu ali.”
Figueiredo disse ainda que é importante que o investidor focado em ser rentista seja mais aberto a ter uma cabeça de investidor independentemente da Selic. "Precisamos converter esse celeiro de rentista. Por isso defendo a teoria do portfólio. Quando o investidor estrutura a carteira dele, por exemplo, com 15% em fundos imobiliários, com a Selic a 2%, 6% ou 12% ao ano, ele mantém os 15% da carteira. O que ele faz é mexer na carteira. Ele reorganiza as peças do tabuleiro."